O Fazendeiro e um Segredo (Concluído) **DEGUSTAÇÃO **

CAPÍTULO -7

Tudo correndo normalmente neste último  dia de festa, logo as coisas voltariam em seu ritmo normal na fazenda, eu não parava de pensar nas palavras que ouvi mais cedo. Entrei na cozinha, e vejo minha mãe  terminando alguns cookies - Mãe preciso te contar algo ...

– Diga filha, mas seja breve que estou atrasada para o chá, ainda faltam colocar os cookies para assar, você levou o café da Sra. Isaura?

- Sim mãe, e  é  sobre ela mesmo que preciso falar...- Falei tão baixo que quase poderia considerar uma mímica
Tinham outros funcionários  por perto, não  poderia dar motivos para aumentar o falatório , sentei no balcão próximo dela

- Gabriela, vai me dizer que está deixando seu trabalho por fazer para bisbilhotar a vida da patroa menina?! 

- Não  mãe,  eu não  tive culpa de ouvir, estava sem querer no lugar errado e na hora errada... mas deixa eu contar... Ouvi ela ao telefone com alguém e pedindo que guardasse um segredo que ela mesma não revelaria jamais.

- Minha nossa, Gabi! Deixe isso quieto minha filha, não coloca a mão em fogo que se queima... eu e seu pai estamos  a muitos anos aqui na fazenda e nunca fizemos nada que eles pudessem se aborrecer, e preciso que você  faça o mesmo. Isso é assunto da Patroa.

- Mãe a senhora não acha isso muito estranho? De que segredo ela falava? Ninguém sabe de nada?

- Não, na verdade a única coisa que eu sei, é que ela e o falecido patrão brigavam muito por algo do passado, mas não sei detalhes... e prefiro assim e você largue a vida deles e vamos trabalhar Gabriela.

- Está certo, mas que é estranho é!

- Sirva a bandeja com aquelas taças que o Sr. Gustavo pediu e esquece isso.

Eu mesmo com toda curiosidade a flor da pele, voltei ao trabalho...
E quanto mais peço  a Deus mais coisa me acontecem, levando a bandeja para servir aos drinks e cervejas, me desequilibro deixando duas das taças derramarem em todo o vestido de uma das convidadas... e pela cara que ela fez falta me comer vivinha! Eu sou muito desastrada mesmo! Tô  frita e depois assada! Agora  vou perder meu emprego de vez!

- Oh! senhora me perdoe, que descuido meu, deixe que vou limpar já, peço desculpa! Peguei um pano e imediatamente fui tentar consertar o erro...

- Mas como assim? Agora vou ficar cheirando a álcool e vai manchar  meu vestido caríssimo,  tenha mais cuidado! – Ela respondeu um tanto zangada e ríspida.

Todos na sala olharam para mim, alguns julgando pelo olhar e outros com um certo ar de compaixão. Confesso que preferia nenhum desses dois sentimentos nessa hora.
O Gustavo vendo a situação embaraçosa que me encontrava, largou dos braços da então acompanhante dele, Marcela como o ouvi chamar, e veio tentar amenizar o estrago, entre eu e sua convidada.

- Com licença ...Sra. Carmem perdoe minha funcionária, tenho certeza que da próxima vez ela saberá como carregar melhor uma bandeja. - Não  é  Gabriela?
Falou me fazendo um sinal para que me desculpasse com ela, mas apesar de já  ter feito isso eu tornei a falar

- Sim, não vai mais se repetir.Dei um sorrisinho forçado  e acrescentei - Mas Sra. água e sabão resolve. – E percebi ter cometido o segundo erro seguido, eita língua solta a minha.

Por ela eu estaria morta de vez nessa hora, esticadinha nesse chão...

- Petulante...Sr. Goulart, se não  fosse seu cavalheirismo e sua excelente estadia me arrependeria um tanto quanto de ter vindo e passar por esse vexame, mas acredito  que irá  orientar de forma mais adequada seus empregados.- Ela devolve para ele um sorriso como se quisesse jogar charme...