Capitulo -2

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Desci até a dispensa em busca dos meus itens de limpeza, eu ficaria responsável pela organização e limpeza da casa principal. Eu gostava do trabalho, apesar de terem muitos objetos de antiguidades e móveis para limpar não me entediava, a única parte ruim de ficar desse lado da fazenda era ter que ficar próxima a mãe do Sr. Gustavo...Sra. Isaura, era uma mulher de meia Idade que após o falecimento do seu esposo Sr. Fernando, não ficara muito bem de saúde. A morte dele a deixara muito abalada. Ela na época ainda assumia grande parte dos negócios mas com sua saúde nada boa deixava o filho cuidando e sendo o sucessor do pai.

Chego ao primeiro corredor do andar de cima... nesse corredor haviam cinco quartos o primeiro da Sr. Isaura os outros três ao lado de hóspede e por ultimo no fim do corredor o do Sr. Gustavo. Parecia tudo tranquilo por aqui, o relógio já marcava 7h. Pelo jeito saiu bem cedo mesmo. Bati na porta do primeiro, uma voz fraca e pouco rude respondeu..

- Quem é?

- Sra. Isaura, bom dia sou eu Gabriela a senhora precisa de algo?

- Mas é claro menina, um chá e biscoitos e não demore, não gosto de chá gelado...

Era muito mau humor para uma pessoa só ...não entendia por que ela era a única da família que tratava os empregados desse jeito. Seu esposo era um Homem gentil, sempre atencioso, mas ela mal falava bom dia, e quando falava era certo que pediria alguma coisa em troca, ou melhor, exigiria.
Respondi o mais educada possível, a regra era, aceitar e cumprir as ordens.

Desci na cozinha para fazer o pedido, aproveitei peguei algo para comer antes de voltar, eu estava com tanta fome que acho que meu estômago é que tem poder sobre mim e não ao contrário.Engoli uma maçã quase que inteira e peguei a bandeja que umas das ajudantes de minha mãe preparou .
Subindo novamente as escadas levei um esbarrão com o Sr. Gustavo, e quase que bandeja e tudo mais vai para o chão, ele estava descendo tão apressado que não me enxergou, fiquei com tanta vergonha mesmo a culpa não ter sido minha mas por imaginar eu rolando os degraus como leves panquecas, era constrangedor.

- Perdão Sr....

- Não! - Respondeu ele sério

- Como? Olhei sem saber o que falar, depois dessa eu abria um buraco e entrava dentro...

- Não desculpo!

- Mas estou pedindo des...
Ele olhou e começou a rir, parecia ter sido bem divertido...

- Ei, calma Gabriela, tá tudo bem, precisava ver seu rosto de espanto (risos )

- Ah, Sr. Gustavo essa eu cai direitinho... falei com a mão no peito para disfarçar meu coração que queria literalmente sair pela boca de tanto que batia...

- Preciso ir para a cidade estou atrasado para alguns compromissos mas já sabe de toda a orientação para a festa certo?

- Sim senhor, vou deixar tudo brilhando por aqui ...

- Ótimo, e obrigado Gabi. - Esse chá é para minha mãe?

- Sim, ela já deve estar vindo atrás...

- Imagino que sim, então se aprece... ela tem estado muito aborrecida ultimamente, melhor evitar. Avisa na cozinha que não precisa me preparar o jantar, chegarei tarde , só para minha mãe mesmo em seus aposentos.

- Está bem!

- Até mais!

E partiu em direção onde seu carro estava estacionado. Eu não pude evitar de sentir que assim que ele saiu, esqueceu de levar o resto do seu perfume com ele. Era de um cheiro tão amadeirado e marcante que poderia qualquer mulher que chegasse ali imaginar o quanto ele tem personalidade e beleza.

Ele era alto, cabelos lisos loiros, com uma pele morena marcadas pelo sol, pouco mais alto que eu, na faixa de 1,83m. E um corpo tão másculo. Usava muita calça jeans desbotada, camisa de botões e botas de couro. Ficava bem original e sexy ao mesmo tempo. As vezes quando andava a cavalo colocava seu chapéu de cowboy... deixando qualquer mulher suspirar de desejo.
Claro que provavelmente ele nunca reparou e nem me olhou com outras intenções apesar de sermos jovens eu com vinte anos e ele faltava poucos meses para completar vinte e sete anos. Voltei dos meus pensamentos impuros sobre aquele Homem...para a dura realidade.

Anunciei novamente minha chegada...

- Entre, e que demora mocinha? Estou a pedir que dá próxima vez seja mais eficiente. Deixe aqui e retire se.

- Desculpa senhora, não vai mais se repetir.

- Acho bom, vai... vai, feche a porta.

Eu juro que minha vontade era de jogar o chá naquela pelanca envelhecida desse ser do mal.
Mas apenas respirei fundo e sai, talvez um dia quem sabe...


O Fazendeiro e um Segredo (Concluído) **DEGUSTAÇÃO ** Onde histórias criam vida. Descubra agora