# Mikaela #
Os dias que se seguiram fizeram Mikaela questionar as escolhas que havia feito, Chris dormiu no seu quarto todas as noites e a fez sentir coisas que nenhum outro homem tinha feito, vampiros ou não. O jeito que ele se transformava quando ficava autoritário excitava a vampira, e ela precisou se conter diversas vezes pra não afundar os dentes em sua carne macia, qualquer outro vampiro diria que foi burra, os vampiros que ainda caçavam humanos usavam sexo pra mantê-los ocupados enquanto se alimentavam, mas a idéia de machuca-lo a enojava.
Era isso, se ela não partisse agora com certeza ficaria pra sempre. Recebeu uma ligação do clã naquela manhã depois que ele foi para a empresa do avô, Nicholai precisava dela em casa, no clã. Saindo do quarto espaçoso com uma única mala, olhou novamente para a cama e se perguntou o que o futuro reservava, sentimentos a inundaram depois de muito tempo e percebeu o quanto tinha estado sozinha naqueles anos.
Tinha Nicholai e encontros casuais com um colega de longa data mas estava longe de ser a mesma coisa.
Saindo do elevador passou pela recepção, pagou pela estadia e deixou um envelope pra que fosse entrega para Christopher, esperou que não a odiasse por ir embora, e fez a loira simpática atrás do balcão prometer que daria a carta pra ele.
…
Nostalgia a invadiu quando entrou pelo imenso portão de aço da propriedade do clã. Ela estava lá quando Nicholai comprou alguns meses depois de salvar sua vida. No grande espaço arborizado ao redor da casa ele a treinou arduamente, sorriu ao lembrar de Agatha assando biscoitos todos os dias em que ela aprendia a usar a espada. Saudade fez o coração da vampira doer._ O cheiro em você está forte, pesar, sinto muita falta dela também. Bem vinda de volta Mika._ Nicholai disse indo ao seu encontro e envolvendo-a num abraço fraternal, sentiu o afeto dele quando devolveu o abraço. O corpo dele enrijeceu subitamente._ Você está cheirando a um homem, por isso resmungou quando pedi pra voltar?_ viu surpresa e humor nos olhos dele.
_ Nada passa pelo poderoso líder._ disse. _ Me diga qual a questão urgente primeiro, e depois eu prometo falar sobre isso Nick._ disse caminhando para a entrada da casa gigantesca. Topou com muitos rostos conhecidos lá dentro, alguns surpresos e outros confusos.
_ E aí?!_ falei com firmeza, tinha visto a entrada da maioria deles no clã, tinham se tornado parte da família quando beberam do sangue de Nicholai na cerimônia de iniciação, muitos desgarrados se uniam ao clã, culpa da empatia do Nick, a tensão a fez saber o que havia acontecido. Traição. Estavam ali para o julgamento.
_ Quem foi? _ perguntou olhando pra trás.
_ Zack querida. Ele tentou vender o sangue pra outro vampiro sem saber que a imunidade ao sol não seria repassada._ ele disse com decepção nos olhos.
_ Bastardo ingrato, foi esperto em não contar esse detalhe a ele, mas que bom que ele não tentou vender pra um humano, ele sim teria imunidade ao sol.
_ Ele deve ser executado._ ele disse e em seguida apontou para as escadas de madeira de cedro em espiral. _ Pode se acomodar no seu quarto de sempre querida, teremos uma reunião antes do julgamento. Depois vamos caçar e te tirar um pouco das bolsas de sangue._ sorriu brevemente e se retirou. Mikaela sabia porque o vampiro mais velho estava preocupado, uma execução quase sempre era feita pelo líder. Suspirou já sabendo que atitude teria que tomar.
…
Depois da dita reunião Zack foi levado ao salão principal preso em correntes, as evidências concretas o condenaram mas ele não pediu nem mesmo uma vez pela piedade do clã, não estava arrependido. A sentença foi entregue e logo depois trouxeram a espada de prata. Era simbólico, qualquer membro do clã poderia decapta-lo com as mãos nuas mas tinha certo significado usar aquela espada.
Da grande cadeira do líder, Nick perguntou se alguém gostaria de aplicar a sentença, se levantou e caminhou até se posicionar na frente dele. Como a primeira a se juntar ao clã quando ele foi criado ela tinha esse direito, era a sucessora.
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O Clã Northson- MIKAELA
VampirJá haviam se passado 70 anos de uma existência solitária. Estava alí, no lugar que amava, vagando por todas as lembranças, a infância, a família que perdeu para a ignorância humana, a família que ganhou sem merecer. A essa altura não sentia mais c...