Capítulo 2

5 1 0
                                    

Enfim, casa. Preparo um macarrão e me delicio assistindo um desenho. Uma notificação chega no meu celular, fuço vendo o nome da Deyse aparecer na tela.

-Alô?

-Amiga, vamos em uma baladinha? Acabou de inaugurar uma boate, eu e Lucca vamos. Quer vir com a gente?- uma Deyse animadíssima diz do outro lado da linha.

-Claro, vai ser ótimo sair dessa rotina de trabalho. Vocês passam aqui?

-Ás 21h em ponto estaremos aí, beijão gata!

-Beijos.

Desligo e vejo que são 19h45, então termino de comer e começo a me arrumar. Tomo um banho gelado pra reanimar meus músculos e lavo o cabelo. Me seco e procuro uma roupa bonita e confortável pra usar.

Decido usar um vestido vinho com decote em V, e um salto preto.

Seco meu cabelo com o secador e com o babyliss faço uns cachos, finalizando-o. Faço a pele, nas pálpebras passando uma sombra preta esfumada com vinho, colo o cílios, na boca um gloss e finalizado.

Vejo que são 20h52 então vou para a porta e os mesmos apareceram na minha frente, Lucca estava lindo. Com uma calça jeans preta, tênis branco e blusa social azul escuro. Deyse estava com um vestido azul escuro também, porém brilhoso. Estava maravilhosa.

-Vocês estão lindos!- sorrio e os abraço  cumprimentando.

-Eu que o diga.- sorri Deyse.

-Uau!- Lucca me olha de cima a baixo com a boca entreaberta.

-Hum hum!- Deyse raspa a garganta e Lucca se recompõe. Sorrio.

-Vocês dois são uma graça mesmo.- Lucca me oferece o braço e eu agarro.

-Quer experimentar aquele teleporte?- Deyse levanta uma sobrancelha e sorri de lado.

-Vamos lá!- me animo.

Ela toca no Lucca e pisca, quando vejo estamos dentro -DENTRO- da balada.

-Uau! Mas não tínhamos que passar pela segurança? A gente tinha que pagar pra entrar!- essa Deyse, muito espetinha. Levanta os ombros como se não ligasse.

Fomos em direção ao bar e pedimos 3 doses.

-É, hoje é dia de esquecer os nossos problemas!-Deyse grita pela música eletrônica que tocava alto- Hoje a noite é nossa!- brindamos, apenas eu e ela, Lucca nos olhava com uma cara como se dissesse "Eu tô fodido".

=Por favor, não me faça carregar as duas pra casa.= a voz de Lucca ecoa na minha cabeça me fazendo sorrir.

-É só você de juntar à nós!- digo virando minha dose e fazendo careta- Ui.

Ambos viram o líquido dentro do copo e grito:

-Vamos dançar!

The Business remixada começa a tocar a fomos pro meio do povo dançar. Pulávamos e cantávamos, íamos pro bar e voltava. Bêbados? Talvez, mas passar aquele momento com eles foi uma coisa maravilhosa.

Alguém puxa minha mão e eu bato contra um peitoral, meu rosto fica próximo à um rosto desconhecido por mim. Pela luz colorida no local, vi muito pouco a cor dos seus olhos mas pude perceber ser verde.

-Com uma mulher dessa, eu não sairia nunca de casa pra vir pra balada.- ele diz colado no meu ouvido, com sua respiração quente me arrepio, mas não foi um arrepio satisfatório.

-Mas como você não tem, ainda está aqui. Aproveita, e fica.- tento me soltar mas ele não cede.

-Não, quem vai ficar é você.- ele tenta me puxar pra fora. Me irrito.

-Se não quiser se machucar, aconselho que me solte agora.- arqueio uma sobrancelha.

-Me machucar?- sorri, apertando meu pulso. Fecho meus olhos sentindo a escuridão passar pelo meu corpo. Abro meus olhos, sabendo que estão totalmente negros e olho bem no fundo de suas pupilas.

-Sim, se machucar.- vejo seu semblante mudar, apenas por um segundo ele se assustou. Fechando os olhos e os tornando vermelhos, suas mãos começam a esquentar, ele possui o poder do fogo.

-Sinto muito princesa, mas você vai vir comigo sim.- aperta meu pulso e eu o deixo me levar pra fora, se ele quer brincar, é isso que vamos fazer.

-É complicado quando um cara não sabe receber um "não".- fecho os punhos, ele me olha de cima a baixo e sorri.

-Além de gostosa, é estressadinha. Do jeito que eu gosto.- me estresso, a escuridão nos rodeia em menos de 5 segundos.- Ah, a gatinha quer jogar? Vamos jogar.

Uma chama de fogo paira em cima da sua palma esquerda, e ele faz a chama crescer fazendo com que a claridade tome conta do local, o calor e a claridade do fogo queima meu corpo, fazendo a escuridão se apagar aos poucos.

-Do que adianta ter a escuridão e não saber usá-lá?- Sorrio.

-Tudo bem, se quer jogar com a claridade, vamos jogar com a claridade.- sinto meu corpo todo formigar e feiches de luz começam a me rodear.

-Mas que porra é essa?- ele se assusta, recuando.

-Isso, sou eu. Agora se você não quiser ser gravemente queimado, aconselho que me peça desculpas e que isso não aconteça novamente com nenhuma outra mulher. Ninguém merece ser alvo de homem escroto.- seu olhar reflete o medo, o que é, mas não é,o que eu queria causar nele.

-Sou um homem morto.- diz baixinho, quase não ouvi.

Percebo que ele não olhava pra mim, e sim pra minhas costas. Me viro e me deparo com eles.

-Mocinha, sinto em te dizer mas você não pode sair jogando luz pra todo lado.- Mary diz, quando percebo estou brilhando como uma lâmpada.

Entre Dois LadosOnde histórias criam vida. Descubra agora