Capítulo 5

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     Mary Andrews    

-Vamos lá garotão, o que te fez pensar que aquela loirinha iria aceitar sair de lá com você?- Stiff pergunta, depois de termos trago ele para a nossa "base".

-Ela tava me dando o maior mole cara!- diz o homem jogado no chão.

-Bro, você sabe que eu leio mentes. Eu sei que você está mentindo. Por quê não nos conta o que realmente aconteceu?- me impressiono toda vez que vejo Stiff em uma punição, ele é tão paciente. Se fosse eu, já teria congelado esse babaca a muito tempo, deixaria ele derreter no meio da rua, sem roupas e a noite, prontinho pra pegar uma hipotermia.

-Mary, não sei se eu comento da sua mente maldosa ou da raiva que você está exalando.- sorrio.

-Olha, vocês estão perdendo tempo comigo. Vocês não sabem o que aquela garota fez!- o moreno caído no chão diz, curvo minha sobrancelha.

-Como assim? Quer jogar a culpa em cima da loirinha?- Dylan diz de braços cruzados.

-Cara, tô falando sério. Ela manipulou a luz e a escuridão. Os dois juntos, vocês estão entendendo? Vão atrás dela, ela vai machucar alguém com isso!- gargalho.

-Não seja idiota, há dezenas de anos que isso não acontece. Stiff, diz logo que ele está mentindo e deixa eu congelar essa bunda mole dele.- respiro fundo sentido o gélido ar rodar na minha boca.

-Ele não está.- as palavras saem pesadas da boca dele.

-Como assim Stiff?- Dylan se aproxima.- É Clara né?- balança a cabeça negativamente.- Não, Clary. Isso.- ele olha pro bundão no chão.- Você está dizendo que aquela loirinha controla a luz, um elemento que já é raro puro, e a escuridão, que é ainda mais raro? Os dois juntos? Os dois elementos primários? Você perdeu o juízo? Já teríamos a achado se isso fosse verdade, você sabe disso melhor que ninguém Stiff.- Dylan diz a última parte olhando pro homem forte de 1,90cm de altura que encara o nada.

-Eu sei, mas não a encontramos. E não podemos deixar que os Dwens a encontre.

-Acha que eles podem rastreá-la?- pergunto gélida, e não é pelo meu sopro.

-Acho que já estão em ação.- Stiff diz

- Precisamos achá-la. Pra ontem!- Dylan diz olhando pela janela.

- Vamos até a base, vamos ver as câmeras da boate e ver por qual caminho ela veio. E então vamos até a casa dela e tentamos conversar e entender.- digo.

-Vamos. Mas antes, o que faremos com o foguinho?- Dylan diz.

-Me deixem ir embora!- diz o moreno

Acho que poderíamos colocar minha idéia em prática, não é mesmo?

-Se você espirrar em cima dele, sabe que faz ele virar uma pedra de gelo. Então vai com calma, só congele onde ele é capaz de soltar as faixas dele pra ele poder derreter depois de umas 8 horas e se mancar do que fez.- diz Stiff olhando pra mim.

-E você, se nós virmos um problema com você envolvido novamente, eu não vou segurar a bola de neve que vai cair sobre você!- finaliza cara a cara com o homem. Ele se afasta e diz baixinho "todo seu", e sai junto com Dylan.

Respiro fundo sentindo meu interior gelar, começo congelando seu cérebro, que é da onde sai o comando. Congelo duas artérias principais que é da onde vem o fogo e finalizo congelando seus pés e mãos, onde vão esquentar até derreter.

-Espero te ver novamente e congelar esse teu coração.

Alcanço o resto do trio.

-Vamos Mary, sobe aí que vamos até a base. Stiff vai ficar de olho no resto da cidade.

-Se cuida.- dou um beijo na bochecha do ruivo e subo nas costas do papaléguas.- Vamos.

É sempre bom andar assim com Dylan, só dava pra ver borrões e barulhos diversos, e era ótimo. Após uns um minuto e meio chegamos a nossa base.

-Ótimo, vamos começar a busca pela Yin Yang humana.- digo. Vejo Dylan desbloquear um dos computadores a nossa frente e procurar a divisão das câmeras dos bairros.

-Achei!- diz ele.- Que horas eram quando a encontramos?- pergunta.

-Acho que eram mais de meia noite.

-Okay.- ele diz enquanto arrasta o barra pra meia noite.

-Olha a câmera da Rua Little, a rua da boate. Vê entre às 21h e 00h00.- digo colocando a mão nos seus ombros. Ele assente e vai passando os minutos rapidamente. Cerca de 30 minutos olhando.

-Certo, ela não entrou na boate pela frente. - ele diz me olhando. - Vou ver se pelos fundos.

-Onde a encontramos?- pergunto.

-Sim.

-Okay, vou buscar uma água.- digo saindo.

Como ela não entrou na boate pela frente? Não há possibilidade dela ter entrado sem passar pelos seguranças!

Abro a geladeira e pego uma garrafa de plástico de água. Dois copos e caminho até a sala dos computadores quando sinto alguém me olhar.

-Oi?- pergunto olhando em volta. Não obtenho resposta.- Eu sei que tem alguém, sinto você me olhar.

-Deixe-a.- ouço diversos sussurros.

-Deixar quem?- pergunto com os braços cruzados.

-Ela.- a cadeira que estava a minha frente se tornar uma menina branca, loira, familiar. A reconheço, Clary, a menina de luz e escuridão.

-Quem é você? E o que quer?- pergunto sentindo o gélido surgindo no meu estômago.

-Deixa-a. Deixe-a. Deixe-a.- isso se repete várias e várias vezes. A cozinha começa a ventilar.

-Mary! Achei!- Dylan grita da sala dos computadores e eu olho pra trás. Quando olho novamente para frente tem um homem de quase dois metros e meio com os olhos totalmente brancos.

-Deixa-a ou vocês pagaram com suas vidas.- Ele diz agarrando meu pescoço e me levantando, jogo a geladeira pra cima dele com a telecinese e ele me solta, e some.

-Que merda foi essa?- digo com a mão no pescoço. Vou até a sala dos computadores.

-Mary eu ac...- corto-o

-Temos um problema.







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