Apenas Um Momento | Livro Único

d e z o i t o

Logan quando morresse devia ser canonizado e se ninguém fizesse isso por vontade própria, compraria o nome de santo para ele. Apesar de ser um completo de um esnobe sabe-tudo, ele já salvou minha pele um monte de vezes.

Assim que terminei minhas aulas na faculdades e finalizei o meu treino diário, liguei para a recepção do hotel para ter acesso as câmeras de segurança do andar do apartamento da Alexia e talvez as que filmavam o elevador.

O síndico do prédio ficou um pouco receoso de me fornecer as informações que eu queria, mas após usar o meu sobrenome – ou melhor dizendo, o sobrenome do meu pai – o homem cedeu aos meus apelos quase que desesperados.

Ele ficou de me enviar as fitas de vídeo daqui a dois dias, quando o condomínio estaria com menos vigilância na área das câmeras.

Nunca em minha vida havia passado por um problema como esse, geralmente as mulheres com que quem me relaciono ficam orgulhosas por terem tido uma chance de ficar comigo, porém essa me ignora como se eu fosse um mostro horroroso.

– Ethan, tem alguém no meu celular querendo falar com você. – Logan falou entrando no meu quarto sem bater, uma mania deprimente que ele havia aprendido com John, em algum momento ele ainda me pegaria nu ou em uma situação constrangedora.

– Quem é? – Perguntei verificando se o meu celular estava no silencioso.

Logan fez um careta de desgosto.

– O concorrente do diabo.

– O meu pai?! – Indaguei me levantando rapidamente.

Porra! Com toda essa bagunça que a minha vida se tornou, acabei me esquecendo de ligar para a minha família dando uma prova de vida. E...como não queria ouvir a voz do meu pai nesse período, o bloqueei de todas as minhas redes sociais e da minha lista de chamadas telefônicas.

Eu sei, agi como um idiota!

– Tem mais alguém que poderia disputar o trono dele? – Logan indagou em tom irônico. – Ele está com um humor terrível, meu pêsames!

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, Logan saiu do quarto me deixando sozinho com o meu pai do outro lado da linha, em uma chamada de vídeo possivelmente esperando para me dar esporro.

Tomei coragem e o atendi com intenção de acabar de vez com a tortura, porém como minha sorte estava péssima ultimamente a ligação era de vídeo e eu não tinha como fugir dessa vez.

– Onde você esteve? – Meu pai perguntou assim que atendi a chamada.

Frederick Walker continuava  com o seu típico mal humor habitual e seu cabelo negro ralo empanturrado de gel, lhe dando um visual de advogado de série francesa.

– Nossa, nem um bom dia ou como você está? Pensei que fosse mais educado pai. – Ironizei deixando de lado todo o meu senso de preservação.

– Não estou para brincadeiras, Ethan.

Ótimo, eu também não estou.

– Soube que o seu time está indo de mal a pior. – Frederick falou como se realmente se importasse com o futuro do campeonato. – Não devia deixar  a sua profissão depender de outros, a advocacia é muito mais segura de se seguir.

– Eu não quero ser advogado como você, só estou nessa droga de faculdade para conseguir um passe para jogar profissionalmente. – Esclareci pela milésima fez na minha vida, quando é que ele vai entender que não quero ser como ele?

Frederick respirou fundo.

– Não vou discutir isso por agora, tenho assuntos mais importantes para tratar com você. – Meu pai falou segurando o ímpeto de me agredir verbalmente. – Em breve estarei na cidade para resolver um processo, espero te encontrar antes de voltar para casa.

– O que você quer me contar? – Perguntei desconfiado, afinal nenhuma notícia era boa o suficiente vinda dele.

Os lábios de meu pai se franziram, como se debatesse se vale-se a pena me contar a verdadeira intenção de sua viagem.

– É melhor saber quando a hora certa chegar, não quero correr o risco de você fazer alguma besteira e estragar os meus planos. – Meu pai finalmente falou me deixando ainda mais desconfiado.

Estou me sentindo uma droga de um peão de xadrez!

– Entro em contato quando chegar, espero que dessa vez me atenda e não banque um adolescente mimado. – Continuou em tom ofensivo, antes de finalmente desligar em minha cara sem se despedir.

– Justo! – Exclamei jogando o celular na cama. – Eu também sempre desligo na cara dele quando ele enche o meu saco.

Logan voltou em seguida com duas latas de cerveja e com um pacote de salgadinho debaixo do braço. Fiquei contente por ele estar tentando me animar de alguma forma.

– Toma, você está precisando quebrar a dieta para melhorar esse seu ânimo. – Logan falou me entregando uma das latas de bebida. – James e John em breve chegarão, estão fora resolvendo alguns problemas.

– Problemas?

– É um modo elegante de dizer que estão fazendo merda em algum lugar. – Logan resmungou dando de ombros.

– É a nossa especialidade.

– Um brinde as nossas famílias problemáticas. – Logan falou erguendo a latinha em minha direção para um brinde.

Nunca soube qual era o real problema familiar de Logan, mas não devia ser algo muito legal, já que poucas coisas derrubavam o bom humor dele.

– Um brinde ao time da Goldbriar. – Ofereci antes de bater de leve minha bebida na dele.

– E aos seus jogadores melodramáticos. – Logan completou com um meio sorriso.

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Até o próximo capítulo!