t r i n t a e c i n c o

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Com carinho passei minha mão direita suavemente pelas costas de Adela, em pequenas carícias suaves e lentas, tentando de alguma maneira acalmá-la a ponto de cessar as lágrimas que molhavam minha camisa

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Com carinho passei minha mão direita suavemente pelas costas de Adela, em pequenas carícias suaves e lentas, tentando de alguma maneira acalmá-la a ponto de cessar as lágrimas que molhavam minha camisa. Vê-la tão frágil e magoada com a minha indecisão, me fez perceber o quão idiota fui por não ter solucionado a nossa situação muito antes.

Porra, suas lágrimas me quebram ao meio.

Farei o que for preciso para devolver o sorriso e a expressão confiante em seu rosto, nem que para isso tenha que dedicar boa parte da minha vida nessa tarefa. Passei meus dedos delicadamente em suas bochechas, limpando as suas lágrimas e depositando no lugar pequenos selinhos em seu rosto delicado, ganhando como recompensa um pequeno sorriso seu.

Adela estava em silêncio desde a minha declaração, talvez ainda estivesse assustada pelo fato de nunca ter imaginado que poderia ser correspondida em seu sentimento. Só de imaginar o quanto ela deve ter sofrido com o meu silêncio, escondendo o que estava sentindo por medo de sair machucada mais uma vez, sinto uma vontade enorme de me socar.

— Você realmente está gostando de mim? — Adela perguntou se afastando do meu aconchego, ainda restava um pouco de dúvida em seu olhar, como se ainda não acreditasse em capacidade de ser sincero. — Isso não faz o menor sentido, somos tão diferentes! Pensei que...

— Shh! Fica quietinha, amor. — Pedi colocando meu dedo indicador sobre os seus lábios rosados, o deslizando suavemente sentindo o seu hálito quente bater contra ele. — Eu sei que somos totalmente diferentes, mas não é assim que a simetria da vida funciona? Dois ou mais opostos que se completam formando algo ainda maior. Acredite em mim, somos matematicamente feitos para dar certo.

Minha brincadeira apesar de fazer todos os matemáticos se revirarem no túmulo, arrancou um sorriso sincero em meio a tantas lágrimas de seu rosto, aliviando pressão incomoda que tinha se instalado dentro do meu peito.

— Eu não notei quando isso começou a mudar para você, pensei que estava me iludindo com uma mentira. — Adela explicou ainda sem acreditar. — Sempre escutei pela faculdade que você não estava disposto a assumir um compromisso sério com alguém.

— Assim como você jurou que nunca iria se apaixonar por mim.

Ela fez uma pequena careta de desgosto, franzindo levemente o cenho, como se a ideia de contrariar seus princípios iniciais não lhe agradasse.

— Não somos muito bons com promessas.

— Não mesmo. — Concordei enlaçando sua cintura com os meus braços em um abraço afetuoso. — Promessas são quebradas, e tudo o que menos quero nesse momento é começar algo com base em suposições que mudam com o tempo.

— Então? — Indagou se afastando levemente para me encarar, seus olhos vermelhos pelo choro passado brilhando em ansiedade. — Como vamos fazer? Estamos namorando, agora?

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