Adela Steiner sempre se manteve focada em seus estudos e no seu objetivo de se tornar a primeira em sua família em concluir o ensino superior, já que o seu irmão estava mais interessado em conseguir um passe para jogar profissionalmente.
Em seu últ...
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Por mais que eu tentasse me manter focado em meus treinos, sempre surgia algum empecilho que me impedia de agir como um bom capitão. De alguma maneira havia esquecido da vinda do meu pai para a cidade, só me lembrei quando o mesmo me ligou com um humor terrível.
Mesmo que eu me tentasse me convencer que poderíamos passar um dia agradável juntos, mas não sou mais aquela criança de oito anos que acreditava fielmente no papai noel e na fada do dente.
Meu pai sempre me considerou um fardo a ser carregado, só espero que ele não ferre também com a cabeça do meu irmão mais novo, que por medo faz tudo o que o velho quer.
— Que merda. — Murmurrei ao estacionar em frente ao escritório de advocacia mais famoso da cidade, pertencia à família Harper e pelo que eu sabia, somente os melhores trabalhavam no lugar.
Todas as vezes que eu acabava entrando em um lugar como aquele, meu pai tentava de maneira insististe me enfiar garganta a baixo, a profissão que ele tanto ama.
A herdeira do paraíso — como meu pai costumava chamá-la — havia assumido a presidência da empresa há uns três anos atrás, após se formar em uma faculdade de renome.
Pelo menos alguém estava dando orgulho ao pai.
— Vamos, Ethan. — Me encorajei. — Só vai ser mais uma sessão de tortura, onde todos os seus sonhos vão ser menosprezados. Uma única visita e ele esquece que você existe.
Da próxima vez sigo o conselho da minha mãe e ativo um alarme três dias antes para não esquecer.
Encarei o prédio a minha frente como um oponente do time rival, respirei fundo e andei em direção a entrada do edifício. Após me identificar com o meu documento, subi para o vigésimo segundo andar onde esperava encontrar meu pai pronto para partir, não quero demorar muito nesse lugar.
— Davi, o que você está fazendo aqui? — Perguntei surpreso, ao ver meu irmão de dez anos sentado em uma das cadeiras da recepção.
Geralmente meu pai viaja sozinho para todos os lugares, deixando minha mãe pressa em casa com os afazeres domésticos, enquanto vive uma vida de solteiro sem que ninguém o perturbe.
Davi sempre viveu em uma redoma de vidro longe de todo mundo, nunca nem tinha colocado os pés fora da nossa cidade para as excursões escolares. Possivelmente nosso pai pensava que escondê-lo do mundo, o tornaria menos parecido comigo.
Antes mesmo de me responder, Davi se jogou contra contra o meu corpo parecendo visivelmente abalado, como se alguma coisa horrível tivesse acontecido em minha ausência.
