Capítulo 60

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oi, eu to triste e passei praticamente o dia escrevendo isso aqui.

CADA COMENTÁRIO AQUI É UM ABRAÇO EM MIM PQ TO PRECISANDO.

desculpem o sumiço :(

boa leitura.

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Cheryl Blossom Point Of View.

Terça-feira.

Abri a porta da sala que eu ocupava em uma clínica, na qual eu atendia pacientes entre 21 e 25 anos de idade. Outros colegas de trabalho ficavam com outras idades e outros horários. Pela manhã eu havia atendido um garoto que tinha problemas em se aceitar homossexual e não podia confiar em sua família para isso. Foi um déjà vu.

Reviver isso por uma hora seguida fez com que minha mente sofresse um desgaste incomum. Eu não nego o meu passado, até o viveria quantas vezes fosse necessário, mas isso não significa que ele foi fácil. Certamente foi mais difícil para a minha namorada, fato que não anula nada do que eu precisei suportar por mim e por ela também. Enquanto Toni precisava se preocupar com os demônios internos e a própria mãe, eu precisava lidar com tudo o que resultava daquela confusão.

Eu tentava ao máximo separar minha vida pessoal do trabalho, mas isso é quase impossível quando você lida com emoções que você mesmo já viveu. A parte boa é que consegui fazer o garoto voltar semanalmente. Eu estava disposta a ajudá-lo e, talvez, tornar mais fácil tudo o que ele ainda iria enfrentar.

Outra coisa que tinha torrado a minha mente, também no mesmo dia, foi eu ter me desapontado com Toni durante o almoço. Combinamos de nos encontrarmos em um restaurante do Brooklyn, perto de onde ela trabalhava, mas uma hora antes ela ligou falando que não poderia ir. Questionei o porquê e ela disse que Georgia precisava que elas almoçassem juntas. Isso praticamente arruinou o meu dia ainda mais, já que eu tinha esperanças de que encontrando a minha namorada no dia em que recebi o e-mail da Universidade de Nova Iorque, avisando que fui selecionada para fazer parte de um projeto, eu pudesse me acalmar um pouco.

É. Além do paciente que trouxe o déjà vu, teve esse e-mail do Departamento de Psicologia da NYU, universidade em que estudei e me graduei. Há dois meses recebi uma mensagem do Blake, colega que tive durante minha formação, falando sobre um Projeto de Pesquisa que estava procurando graduados interessados em participar. Fiz a minha inscrição e mandei, junto com Blake, alguns artigos que fizemos em grupo durante o curso, sobre o assunto em questão. Uma semana depois e nós dois fomos chamados para uma prova. Acontece que havia umas 50 pessoas na sala e eles selecionariam apenas 20, para então reduzir a 10.

Foi nessa seleção de apenas 20 que eu passei e Blake também. Toni seria a primeira a saber, já que ela é quem esteve comigo durante a minha preparação. Ao menos era o que eu queria.

A verdade é que eu não me importava que ela saísse sem mim, mas justo no dia em que combinamos? Ela podia sair com - quase - quem quisesse, mas tinha uma namorada. Uma namorada que continuava ciumenta. Uma namorada que malmente estava tendo tempo de vê-la durante a semana porque os trabalhos das duas estavam sendo incrivelmente puxados. Uma namorada que era eu. E eu apenas queria conversar com ela e falar "amor, não sei se fico feliz ou ansiosa", para então ela me falar qualquer coisa que me guiasse. Mas é claro que uma outra parte em mim dizia que eu estava exagerando, no momento preferi dar ouvidos a essa parte e continuar meu trabalho.

Olhei para o relógio que ficava em cima da mesa de vidro, lembrando-me que o Sparky não havia comido nada pela manhã. Betty só estava em casa durante o dia todo às sextas-feiras e Veronica às segundas-feiras. Então liguei para a Josie.

𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐟𝐚́𝐜𝐢𝐥 𝐧𝐨𝐬 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞𝐬 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora