Continue respirando

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POV BIANCA

Meu despertador tocou ás 07:00 da manhã, assim como o combinado com Manu, começaríamos cedo, e em meio a uma noite de confusão mental e sonhos que me levavam a lugares onde eu queria estar, eu comecei sozinha a mudança que eu teria que sofrer. Depois de levantar da cama eu fui para o banheiro e fiz minha higiene matinal de sempre, e depois troquei meu pijama por uma calça jeans de lavagem clara, e um cropped preto, e nos pés meu all star branco, prendi meus cabelos em um coque frouxo e desci para a cozinha, onde Manu me esperava sentada com o celular na mão. Assim que me viu ela fez um sinal para que me aproximasse e eu apenas fiz o que ela pediu, me sentando em uma das cadeiras vazias da mesa. 

- Eu estava te esperando, não quero ouvir essas mensagens sozinha... 

- Mensagens? - por um segundo eu fiquei realmente confusa, mas aí a ficha caiu. Pela cara dela as mensagens só podiam ser de uma pessoa. 

- É, a Rafa lotou minha caixa de mensagens de voz, vamos ouvir juntas, Ok? - eu apenas assenti enquanto Manu começava a reproduzir os áudios deixados pela amiga, e logo a voz de Rafaella preencheu o ambiente e eu senti meu coração errar uma batida quando percebi o quão desesperada a garota estava, e a cada palavra eu sentia mais vontade de correr dali e dizer pra ela que estou bem, mas eu não posso. 

"Manu, onde você está? É urgente, me liga Ok?" 

"Tá legal, já pode parar de dar uma de desaparecida, eu preciso que me ajude com uma coisa." 

"MANU, É SÉRIO OK? CADÊ VOCÊ?? POR QUE CARALHOS NÃO ME DÁ UM SINAL DE VIDA?"

A cada mensagem as mudanças de humor eram evidentes, ela parecia enfurecida e aquilo me deu um aperto enorme, mas não foi pior do que o que veio depois. 

"Manu ... por favor, a Bi... ela sumiu, eu não consigo falar com ela, eu... eu estou com medo, eu... preciso que você me ajude..." 

Ela estava chorando... eu me senti quebrar em quantas partes pode ser possível, ela estava chorando... eu não sei como ainda consigo respirar, ela estava chorando... e eu chorava também por ser a culpada disso, ela estava chorando... e a minha alma sangrava por saber disso. 

- Ok, já chega. - Manu interrompeu a mensagem seguinte antes que ela fosse reproduzida. 

- Manu, ela... você precisa falar com ela!

- Tá doida? Ela me mataria e eu preciso te ajudar agora. 

- Não! Você vai voltar pra casa e ajudar a Rafaella, e eu vou ficar aqui e fazer o que tenho que fazer. 

- Bianca, você endoidou? Já vai ser difícil o bastante comigo aqui e... 

- E vai ser impossível se eu estiver preocupada com ela, Manu. Eu preciso saber que ela está bem, por favor. 

Manu soltou o ar pesadamente e me fitou por alguns segundos que pareceram horas, como se procurasse algum sinal de que eu fosse vacilar na minha decisão, mas minha expressão quase que desesperada deve ter a convencido, porque ela se levantou e pediu pra que eu fosse com ela. Descemos alguns lances de escada e paramos de frente para uma porta gigantesca, que Manu abriu com muito esforço, para revelar mais uma porta, e mais uma, era uma sala muito bem guardada. 

- Seja o que for que vocês guardam aqui, é muito valioso né? - Manu riu quando abriu a última porta e acendeu a luz que revelou uma sala vazia, a não ser por uma cama e ... sangue? 

- Você entendeu errado, essa sala não serve pra que as pessoas não possam entrar, ela foi feita para que não possam sair. - eu a olhei confusa, mas logo me dei conta de que a pessoa que não poderia sair dali, seria eu. 

AMOR ANTES DO SANGUEOnde histórias criam vida. Descubra agora