Amor antes do Sangue

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POV Bianca

Me sentei no banco do carona enquanto Rafaella se posicionava na direção, Iris estava quase cochilando no banco de trás, a garota brincou com Manu e Flavina até alcançar a exaustão, e eu agradeço por isso, os risos de minha irmã menor não tem preço pra mim, tentei conversar com ela sobre o período que passamos na casa do Diogo, mas ela sempre mudava de assunto, apesar disso ela parecia bem, então por hora achei melhor dar um tempo a ela.

Rafaella começou a dirigir sem pressa alguma, ela estava tensa e eu também, fazem meses que não vejo minha mãe, e apesar da saudade imensa, o medo de como será esse encontro continua me consumindo, embora eu quisesse adiar a conversa complicada em que eu explico tudo a ela, o fato de Iris estar conosco anulava a chance de poder fazer isso, se bem conheço a mãe que tenho ela deve ter posto o FBI atrás de nós duas e eu não a culpo.

Paramos no sinal vermelho e senti o olhar de Rafaella cair sobre mim, virei meu rosto em sua direção e ri quando ela se inclinou roçando nossos narizes.

- Sabe que vai dar certo né? - a mulher perguntou antes de selar nossos lábio brevemente logo acelerando ao que o sinal abriu

- Não sei ... minha mãe deve estar surtada, ela vai me odiar. - franzi o cenho ao imaginar como seria se minha mãe reagisse de forma muito negativa.

- Não pense assim Bi. - Rafaella pousou uma das mãos em minha coxa esquerda e apertou de leve. - Pensamentos positivos, coisas positivas. - ela sorriu de leve.

- Quem é você e o que você fez com a Rafaella que eu conheço ? - a mulher gargalhou e eu suspirei, aquela gargalhada infantil que a deixava tão meiga ...

- Você não me conhece tanto assim então - ela ergueu uma das sobrancelhas e eu revirei os olho.

- Conheço o bastante pra amar você. - Rafaella sorriu sem tirar os olhos da estrada.

- Amo você também Bi. - eu sorri e me estiquei para deixar um beijo na bochecha da mulher.

Logo que me afastei pude ver a casa onde eu morei maior parte da minha vida, Rafaella estacionou o carro, mas permaneceu dentro do mesmo como se estivesse me dando tempo antes de sairmos, me virei para o banco de trás onde Iris cochilava tranquilamente, sorri com a cena e toquei o rosto da garota tentando acordá-la

- Iris... acorde, já chegamos.

A menina resmungou e abriu os olhos com uma carranca, eu ri e pude ouvir Rafaella dizer algo como "parece alguém que conheço", olhei na direção da mesma com o cenho franzido e ela riu antes de erguer as mãos em sinal de rendição, voltei a olhar minha irmã que já havia tirado o cinto e se preparava para descer do carro, fiz o mesmo e dei a volta no veículo indo em direção a pequena que segurava nas mãos um unicórnio de pelúcia que Rafaella havia comprado pra ela ontem a noite, segurei a mão da menor e caminhei até a porta, Rafaella estava ao meu lado, ela caminhou em silêncio e observou enquanto eu tocava a campainha. Demorou cerca de cinco minutos para que a porta fosse aberta por uma Mônica de aparência cansada, olheiras enormes, cabelos desgrenhados ... meu coração apertou com a cena, e a única coisa que consegui fazer foi ficar parada esperando que ela dissesse algo.

Porém a única coisa que houve foi silêncio e algumas lágrimas seguidas de um abraço que me pegou de surpresa, eu cheguei ali esperando ser recebida com pedradas, e julgamentos, mas a única coisa que minha mãe fez foi me abraçar e dizer entre soluços o quanto ela tinha sentido minha falta, meu impulso foi devolver o abraço e me permitir sentir o afeto que me fez tanta falta nas últimas semanas, Rafaella continuou calada e Iris participou do abraço que se tornou um tanto desengonçado.

AMOR ANTES DO SANGUEOnde histórias criam vida. Descubra agora