Novas sensações.

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Era manhã de Sábado e eu estava sentado na varanda do apartamento, apenas apreciando a vista para os outros prédios a minha frente e um pouco da praia ao lado.

Estava tomando uma limonada fresca que minha mãe havia preparado. O calor estava insuportável, mas com o refresco eu consegui camuflar a temperatura em que meu corpo se encontrava.

Notificações no celular.

- Shopping hoje? – Kinho.

- Muito quente. – Gui.

- É justamente por isso que a gente vai moleque, ar condicionado de graça e foda-se. – Kinho.

- Eu topo, quero comer uma casquinha no MC. – Tae.

Eu dei de ombros. A ideia não era péssima, até porque eu mesmo queria ir a um lugar diferente para observar o movimento brasileiro.

- Vamos. – Jimin.

- Então fechou, shopping Vila Velha, 17hrs. – Kinho.

Naquele momento me lembrei que eu não tinha um centavo na carteira e pedir para minha mãe seria demais.

"Os cinco reais do primeiro dia de aula! ", pensei.

Corri para o quarto e verifiquei meu bolso da calça. O dinheiro ainda estava lá, intacto. Respirei aliviado e fui tomar meu banho, pois já eram três horas da tarde e eu precisava começar a me arrumar desde já.

Após o banho coloquei uma camisa vinho por dentro de uma bermuda preta e coloquei meus tênis. Ajeitei meu cabelo de qualquer jeito e coloquei alguns acessórios como um cordão, brincos e anéis. Sai do quarto e fui ao encontro de minha mãe, que estava guardando a louça na cozinha.

- Uau, está muito bonito! – Ela sorriu secando um copo. – Vai a algum lugar?

- Obrigado... – Retribui o sorriso. – Vou sair com uns amigos... tudo bem?

- Claro que sim! Quero ver você se enturmando e se divertindo. Isso é muito importante para todos nós, principalmente para você.

Assenti, já pensando em deixar a cozinha.

- Precisa de dinheiro?

Respirei fundo, tentando a evitar. Não queria que ele fizesse aquela pergunta, não queria mesmo. Eu não estava a fim de "explora-la". Eu apenas queria ignorar aquela pergunta e sair pela porta sem dar nenhuma explicação, mas era difícil.

- Não, não preciso. – Respondi, me virando.

- Jimin... por favor, me deixe te dar alguma coisa.

- Não mãe, eu ainda estou com o dinheiro que me deu.

- Mas esse dinheiro não vai dar para você fazer nada!

- Mãe, pare! Eu estou bem ok? Guarde esse dinheiro para coisas que realmente importam, por favor!

Minha mãe ficou em silencio e logo abaixou o olhar, com certeza se sentindo mal. Eu sabia como ela se sentia. Sabia que se sentia uma mãe ruim que não podia dar tudo o que os filhos mereciam, mas eu sinceramente não me importava. Aquele dinheiro era dela, ela não podia me dar apenas para eu me divertir enquanto ela mesma precisava dele para sobreviver.

- Mãe, eu estou bem, eu prometo. – Me aproximei, segurando em seus ombros. – Vou me divertir, mesmo estando com pouca coisa.

- Tem certeza? – Ela levantou o olhar.

Sorri.

- Claro que sim! Dinheiro é o que menos importa agora.

Ela sorriu de volta, me abraçando.

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