Pobres sereias

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Um canto cheio de doçura 
Levava os meros mortais a loucura 
Eles nadavam em missão de procura 
Mal sabiam que seria o fim de sua amargura

Contavam a lenda assim
Os que testemunharam confirmavam com um sim
Diziam que o canto era o fim
Porém, isso estava mal contado, pelo menos para mim

Pobres sereias!
Cabelos com a cor de diversas areias
Amaldiçoadas, mas não se pode negar que são guerreiras
Choram mares em seus olhos cheios de olheiras 

Criaturas místicas condenadas
A relatar com suas vozes desgraçadas
O último suspiro dos presentes nas canoas naufragadas 
Quanta tortura! Para depois serem culpadas

Elas são contadoras de histórias
Feitas para transmitir em canto as azarentas trajetórias 
Aos que morreram, as sereias fazem dedicatórias 
Aos mortais que ainda virão, não haverá chances de escapatórias 

Poemas noturnos e aleatórios Onde histórias criam vida. Descubra agora