Fuga

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Harmony

La estava eu, mais um dia naquela maldita mansão de Tamlin apenas existindo. Minha vida havia se tornado um caos depois que comecei a conviver com Tamlin por pena do mesmo, era impressionante como o Grão-Senhor ai invés de melhorar, só piorou! Além de me fazer de brinquedo sexual, ainda tinha a capacidade de chamar pela ex noiva que hoje eu entendia o por que de Feyre Archeron ter largado esse imundo e queimado essa porcaria de Corte. Porém ao contrário de Feyre, eu não tinha poderes suficientes para derrubar novamente a Primaveril e nem via motivos mesmo que eu tivesse muitos.
Tamlin havia me deixado vestida ainda, o que era um milagre já que o mesmo estava uma pilha de nervos e sempre que ficava nervoso acabava vindo descontar seu ódio em mim criando fantasias sexuais em sua cabeça comigo, eu havia aceitado aquilo pois tinha medo de que ele achasse meus pais e fizesse algo com eles e por que mesmo que eu dissesse não, jamais era ouvida, era abusada praticamente todas as noites, estava cheia de dores no corpo e cheia de marcas espalhadas pelo mesmo, a única coisa que Tamlin jamais tocou mesmo sabendo que eu havia, eram as minhas asas... eu era mestiça, minha mãe uma bela feérica da Primaveril, meu pai um Serafim das tropas de Drakon. Herdei as asas de meu pai, o amor pelo arco e flecha dos dois e os dons medicinais de minha mãe, eu não sabia onde os mesmos se encontravam pois quando tive a chance de sair pelo menos um pouco, pedi para que os mesmos fugissem para algum lugar seguro, não importa aonde fosse que um dia eu os encontraria de novo de alguma forma. Estava sentada na escrivaninha do quarto fazendo desenhos invisíveis com a unha na madeira, apenas passava a mesma pela madeira sem danifica-la, escutei a porta se abrir com força e se fechar da mesma forma, mal tive tempo para respirar fundo quando Tamlin me prensou contra a parede começando a me beijar de forma forçada prendendo meus pulsos acima da cabeça dificultando minha capacidade de me debater para me soltar dele. Mordi o lábio do mesmo com força fazendo com que o mesmo parasse de me beijar e me olhasse com os olhos cintilando fúria e ódio, não tinha me arrependido de ter feito isso porém como era de se esperar o mesmo sem avisos ou ao menos compaixão, desferiu um tapa forte em meu rosto deixando a marca de sua mão em meu rosto. O mesmo colocou a mão em meu pescoço e começou a me enforcar de forma brutal, eu já estava para perder a consciência quando arrumei forças do além e soquei o rosto do mesmo, mas antes do mesmo cambalear, projetou as garras para fora arranhando meu pescoço e braço fazendo um pequeno arranhão no pescoço e um corte não muito profundo no braço, gemi de dor já que o mesmo parecia rasgar cada parte do meu corpo quando passava as garras em mim, Tamlin rasgou o resto da minha roupa e veio para cima de mim, mas me concentrei em afastar o mesmo e consegui afastá-lo deixando o mesmo desacordado ao assoprar pólen de uma flor que causava sono, o mesmo se afastou de mim dando espaço o bastante para que eu fugisse, dei um chute em suas costas antes de arrombar a porta e sair correndo daquele lugar. Corri como se não houvesse o amanhã, aquela hora da noite com certeza teria que enfrentar algumas criaturas dentro das florestas, abri as asas e saí voando de forma rápida, porém eu já estava cansada, fazia tempo que não usava as asas e com isso chegando na fronteira da Corte Invernal com a Noturna, minhas asas começaram a reclamar, adentrei na floresta fechando as asas e comecei a correr escutando barulhos de galhos se quebrando e rosnados a minha volta. Me abaixei atrás uma árvore ficando em silêncio respirando de forma que não fizesse barulho e procurei dentro da minha bota a adaga que eu carregava comigo e fiquei com a mesma na mão, encostei a cabeça na árvore suspirando pesadamente enquanto tentava me acalmar e olhar o ferimento que Tamlin havia causado em mim, eu só queria chorar e gritar para o mundo todo o quão cansada de ser o brinquedinho descartável de Tamlin, queria achar meus pais, queria ter minha vida normal de volta... mas eu não podia parar, a extensão daquela floresta era grande demais.

Corra vadia, corra como se não houvesse o amanhã! Corra para ao menos tentar se salvar dessa vidinha de merda que você levava, mestiça! Aja como uma verdadeira Serafim e suba para o alto! Ou corra até um ponto pelo qual se sentirá segura. Jamais esqueça de sua promessa...

Corte De Luz E SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora