Capítulo 4.

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Consigo escutar apenas o barulho da máquina que me mantém viva

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Consigo escutar apenas o barulho da máquina que me mantém viva. Aquele barulhinho que você sabe que se ele disparar ... é a sua hora. Quero despertar mas não consigo fazer isso. Quero falar mas também não posso. Não há ninguém agora pra me ajudar.

A máquina continua fazendo barulho ... tuf ... tuf ... tuf. Enfermeiras entram e saem. Médicos falam e falam e eu não compreendo nada do que é dito.

A sensação é de estar com o peito aberto deitada nessa maca, e talvez, eu realmente esteja. Talvez o transplante não tenha funcionado e eu esteja prestes a morrer.

Sinto minhas pálpebras ficarem mais leves e acho que agora consigo abrir os olhos. Os abro.

Tem uma moça aqui, ela está sentada na poltrona ao lado da minha cama e eu não consigo enxergar seu rosto, portanto, não sei quem é. Mas, assim que ela segura minha mão como se suplicasse por algo, seu rosto fica nítido pra mim e eu consigo ver quem é agora ... é a moça da foto, a dona do meu coração.

— Cuida deles pra mim - Foi a única coisa que ela disse. Quando tentei falar algo, despertei.

Antes mesmo que eu pudesse entender a intensidade do sonho, senti algo subindo pela minha garganta e quando vi estava vomitando tudo que havia comido na janta.

Por que eu sonhei com essa mulher? E ela precisa que eu cuide de quem? Eu não faço ideia de quem ela foi ou de onde ela é. A única lembrança que tenho disso tudo é do dia do transplante quando a enfermeira me mostrou aquela foto. É o máximo que conheço dessa moça ... o rosto. Não sei o nome, não sei de onde veio, não sei o que houve com a família dela, não sei de nada.

Esse sonho mexeu comigo mais que qualquer outro que já tive em 18 anos de vida. Já faz 4 anos desde o transplante e eu nunca havia sonhado com essa mulher, essa é a primeira vez. Mas, não foi só o fato de ter sonhado com ela que mexeu comigo, foi o fato dela ter me pedido pra cuidar "deles", mas, deles quem? Quem são eles?

Preciso tentar voltar a dormir, amanhã eu tenho aula prática e não quero ficar igual um zombie. Vou tentar esquecer esse sonho, por que ele não faz sentido nenhum pra mim.

Desço as escadas pra pegar as coisas e limpar o vômito do chão no meu quarto. Limpo tudo e escovo os dentes. Deito na cama e em menos de 5 minutos adormeço de novo.

<3

Viajo amanhã e não tenho nada pronto ainda. Queria ser menos desorganizada mas isso exigiria muito da minha capacidade mental e eu sou surfista, não inteligente. Faz sentido isso pra alguém? Por que pra mim faz.

Hoje tenho aula, treino e de noite Amelia, Oliver e eu vamos comer fora para o bem do estômago de todos por que ninguém aguenta mais minha comida.

Novamente optei por tomar café no caminho da faculdade. Eu sinceramente não entendo de onde veio esse meu azar com as panelas, papai e Chloe cozinham muito bem e eu sou esse completo desastre.

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