Capítulo 6.

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— Senhora? – A mulher do balcão chama de novo e me desperta – Pra onde é a sua passagem?
— Los Angeles – Digo no mesmo instante
— Tem um voo pra agora, pode ser?
— É exatamente disso que eu preciso

Em menos de 10 minutos ela emite a passagem e me entrega. Estou sem nada nas mãos, nenhuma bagagem, deixei tudo naquela casa e sai correndo com o braço ainda todo cheio de sangue, deve ser esse um dos motivos pra todo mundo estar me olhando agora como se eu estivesse fugindo depois de um assassinato. Eu não vi muito bem o que estava fazendo, apenas entrei no táxi e vim parar aqui. Teresa tentou perguntar o que tinha acontecido e até mesmo me impedir, mas eu se quer parei pra ouvi – la. Nessa altura ela já deve ter avisado Ben e Chloe sobre mim e eu me tornei uma fugitiva.

Queria conseguir chorar ou expressar qualquer reação, mas estou paralisada, completamente em pânico pensando que nunca mais vou voltar aqui. Tem uma senhora do meu lado me olhando sem parar, provavelmente está se perguntando por que estou cheia de sangue e com essa cara de morta. É exatamente isso que eu estou ... morta, morta por dentro e por fora, morta de todos os jeitos.

— Está tudo bem, menina? – Ela finalmente toma coragem e me pergunta
— Não – Dou uma risada amarga – Nada bem
— Quer conversar?
— Acho que se eu contasse tudo pra senhora iríamos passar o voo inteito conversando
— Acho que temos esse tempo - Ela sorri amigavelmente
— Por que as pessoas são colocadas nas nossas vidas? Tipo, já que elas não vão ficar pra sempre, elas nem deveriam aparecer
— Acho que nada é pra sempre, mocinha. As pessoas são colocadas pra que a gente aprenda algo, tudo é um ensinamento, o que não te mata sempre te deixa mais forte
— Definitivamente, acho que dessa vez vai me matar, não quero ficar forte
— Não diga isso, o que é seu vai ser seu, não importa as circunstâncias, não importa o que está acontecendo no momento ... Pode até ir embora por um tempo, voar pra longe de você, mas logo, volta pros seus braços, é só esperar o momento certo e até lá viver normalmente sem querer morrer ou coisa do tipo, entendeu?
— Acho que sim

Dessa vez não é bem assim a situação, não é apenas esperar voltar, o buraco é bem mais embaixo.

Os aparelhos estão apitando e chego a pensar se a cirurgia deu certo. Meu peito está aberto sobre a mesa.

— Sophie? - Chamo a mulher ao meu lado
— Não é sua culpa. Por favor, não desista deles, você precisa cuidar do Benjamim ou algo muito ruim vai acontecer
— Algo muito ruim?
— Eles precisam de você. Não é sua culpa. Por favor, cuida deles pra mim, promete que sim - Ela parece desesperada
— Eu ... Sophie, o que está acontecendo?
— Não é sua culpa. Cuida do meu coração e não deixa ninguém tirar ele de você, quando eles vierem você precisa impedir, não deixa eles levarem o coração - Ela se levanta e vai novamente em direção a luz da porta
— Sophie, espera, quem está vindo? - Ela não me ouve. Tento levantar e ir pra luz também mas bato de cara em algo, só que não tem nada aqui, apenas uma luz, por que eu não posso passar? - SOPHIE?
— Você não pode passar daqui ... Não ainda - Ela me empurra e eu caio no chão - Na hora certa eu virei te buscar

Desperto desesperada e toda suada no avião. Que porra de sonho foi esse?

<3

Assim que desço em Los Angeles e ligo meu celular recebo uma enxurrada de mensagens e definitivamente vou ignorar todas ... ainda mais se tratando de quem está mandando elas.

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