Capítulo III

822 84 12
                                    

Era um sábado, meu primeiro dia de férias de verão. Eu planejava dormir a manhã inteira, mas infelizmente isso não foi possível.

Acordei quase não suportando o calor, que fazia logo de manhã. Eu peguei o controle do ar condicionado, cliquei no botão algumas vezes, mas nada deu certo.

- Ah não, não brinca -. Eu digo me levantando, e indo até o interruptor, para checar se estava sem luz. Quando cliquei, só confirmei minha hipótese.

- Ah droga! Mãe! -. Gritei, e saí do quarto indo rumo a cozinha.

- Mãe! -. Gritei procurando por ela novamento, mas ali não estava.

Pregado na geladeira havia um bilhete escrito em uma notinha azul, que dizia mais ou menos assim:

"- Dani, me ligaram do trabalho vou ter que trabalhar hoje. Faltou luz desde cedo, então te deixei dormindo, tenha um bom dia".

Peguei o bilhete o amassando, e o joguei no lixo. Depois abri a geladeira, peguei algumas coisas, e coloquei em cima de uma bandeja. Depois peguei um copo, e levei para o jardim, e me sentei a mesa, debaixo da árvore do quintal.

O céu estava azul naquele dia, e só Sol brilhava forte, não se via uma nuvem sequer. Olhei o horário no celular, e vi que já eram quase dez da manhã.

- Excelente começo de verão -. Resmungo enquanto mastigo meu café da manhã.

Os pássaros cantavam, os insetos voavam, tudo estava tão lindo.

Foi aí que eu o vi, em sua corrida diária, ele corria com seu headphone, e com seu lindo cabelo esvoaçante.

Ele finalmente me percebeu, e olhou em minha direção, tirando os fones e parando em frente ao portão.

  Ele finalmente me percebeu, e olhou em minha direção, tirando os fones e parando em frente ao portão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu fiquei sem reação, olhei para meu corpo, e vi que estava sem camisa, e ainda com o meu pijama. Bento abriu o portão, e veio andando em minha direção.

- Não tem daquele suco hoje? -. Ele pergunta abrindo um lindo sorriso. E eu um pouco nervoso, começo a misturar um pouco as palavras.

- Sim, não - Ele me olha curioso - Desculpa hoje não tem suco, mas tem café caso queira.

- Café é a minha religião -. Exclama.

- Então sente-se, vou pegar uma xícara para você -. Digo e vou apressado até a cozinha.

Talvez o Doug esteja um pouco errado, e talvez eu tenho uma possibilidade mínima.

- Pijama legal! -. Ele diz, quando me vê voltando. Fico um pouco envergonhado, mas solto um sorriso para disfarçar a situação.

Vejo sua postura a mesa, com os braços cruzados. E só tenho a certeza, de que ele era a pessoa mais linda para mim.

- Então... O que você vai fazer nesse verão? -. Indago tentando puxar assunto, e também tentando mantê-lo comigo.

- Cara, eu acho que vou tentar viver, e aproveitar o máximo -. Ele diz tomando um gole de café.

- Hum -.

- Tenho certeza, que seus planos não envolvem sair de casa não é? -. Ele pergunta, e me deixa feliz por querer saber de mim.

- Como sabe?

- Se nota por sua palidez -. Ele diz e aponta para mim, e para meu peito nú.

- Bem, esse sou eu, prefiro ficar em casa, sabe?! -. Respondo.

- Queria querer ficar em casa, mas acho que não nasci pra isso -. Ele diz.

- Percebe-se, pelo seu bronzeado -. Falo sarcasticamente, e ele sorri de volta.

Tudo estava bem, conversávamos como amigos de infância. Ele parecia gostar da minha companhia.

- Teve uma vez, que um cachorro quase me derrubou enquanto eu corria -. Ele falou rindo.

Eu prestava atenção em tudo que ele falava, e meu sorriso nunca parava.

- Bento você tem cada história -. Respondi.

- Você estava sumido nesses dias, aonde foi? -.

- A lugar nenhum, eu estava aqui, você que não me viu -.

- Ah sim. Eu sou mesmo bem distraído, quando eu coloco esses fones nada tira minha atenção, a não ser...

O telefone dele toca antes do fim da sua fala, eu fico curioso para saber o que ele iria dizer. Mas, apenas o que ouço é uma conversa dele com alguém.

- Desculpa vou ter que ir, minha mãe organizou um daquela almoços de família, onde tem gente que você não vê desde que era um bebê -. Ele fala guardando o celular no bolso.

- Ah! Que pena, mas eu entendo -.

- Eu gostei do café, da comida, e ainda mais da nossa conversa. E talvez eu apareça aqui em breve, até o fim do verão -.

- E eu vou está te esperando aqui -. Respondo um pouco chateado.

Ele acena para mim, e coloca seus fones, e sai correndo por onde veio, fazendo o caminho de volta. Antes de sumir na minha vista, ele solta um sorriso galanteador, que me deixa sem chão, mas cheio de esperanças, de que talvez possa existir uma remota possibilidade de um amor.

Coloquei tudo na bandeja, e voltei para casa. Quando entrei percebi que a luz tinha voltado, passei em frente ao espelho e vi minha aparência de quem tinha acabado de acordar, com meu cabelo todo bagunçado.

- Espero que o Bento não tenha notado meu desleixo -.

Subi para meu quarto, para tomar um bom banho, no chuveiro eu só pensava nele, em seu sorriso. Gostei de relembrar que ele apontou para minha pele.

Eu sabia que eu era até bonitinho, não no nível dos garotos mais desejados da escola, mas bonito do meu jeito.

Mas Bento era perfeito, parecia um anjo, ou um deus grego. Ele com certeza era disputado em sua escola, e com certeza deveria ter uma vida bem popular.

Quando eu saí do banho, apenas vesti uma roupa bem de casa, liguei o ar condicionado, e aproveitei meu dia ao meu jeito.

Fiquei pensando no que o Bento disse, que talvez nós ainda nos veremos até o fim do verão. Isso era maravilhoso, mas eu queria vê-lo todos os dias, e não apenas um único dia.

Aquele nosso momento foi bom demais, pena que não durou mais.

Apenas sei que inspiração para desenhar, eu teria. Bento era minha maior inspiração. E assim eu fiz.

- Por isso Doug que você continua solteiro. Sempre acha que sabe de tudo -.

Falo olhando para o desenho que eu havia feito de Bento









Verão Em Amor IntensoOnde histórias criam vida. Descubra agora