Capítulo XVII

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Era o nosso último dia naquele lugar, e a manhã foi bela, Bento estava pensativo e calado, sente olhando o horizonte. Minha mãe sempre disse que quando olhamos o horizonte, buscamos respostas para algo. Se isso fosse mesmo verdade, espero que ele esteja buscando respostas sobre nós.

- No que você está pensando? -.

- Em algumas coisas -. Falou me olhando e soltando um sorriso breve.

- Eu preciso me acostumar com isso -. Digo, estonteado por tanta beleza.

- Comigo? -. Bento desiste de olhar o horizonte e vem até mim.

- Uhum -. Confirmo com a cabeça. Vejo seu corpo se aproximando, Bento se senta no meu colo, e me dá um quente e úmido beijo.

Que se dane esse mundo, que se dane tudo, eu queria apenas congelar aquele momento, e para sempre sentir prazer naquele nível.

Foi nesse momento, durante o cessar do nosso beijo, que Bento fez uma das coisas mais lindas que eu já vi. Ele cantou.

"- I'm a phoenix in the water
A fish that's learnt to fly
And I've always been a daughter
But feathers are meant for the sky
So I'm wishing, wishing further
For the excitement to arrive
It's just I'd rather be causing the chaos
Than laying at the sharp end of this knife

With every small disaster
I'll let the waters still
Take me away to some place real

'Cause they say home is where your heart is set in stone
Is where you go when you're alone
Is where you go to rest your bones
It's not just where you lay your head
It's not just where you make your bed
As long as we're together, does it matter where we go?
Home, home

So when I'm ready to be bolder
And my cuts have healed with time
Comfort will rest on my shoulder
And I'll bury my future behind
And I'll always keep you with me
You'll be always on my mind
But there's a shining in the shadows
I'll never know unless I try

With every small disaster
I'll let the waters still
Take me away to some place real

'Cause they say home is where your heart is set in stone
Is where you go when you're alone
Is where you go to rest your bones
It's not just where you lay your head
It's not just where you make your bed
As long as we're together, does it matter where we go?
Home, home, home, home

'Cause they say home is where your heart is set in stone
Is where you go when you're alone
Is where you go to rest your bones
It's not just where you lay your head
It's not just where you make your bed
As long as we're together, does it matter where we go?
Home, home, home, home"

Eu fiquei perplexo, não consegui dizer uma só palavra. A voz de Bento era uma coisa indescritível, grave e suave ao mesmo tempo. Sem falar que ao cantar ele fazia uns biquinhos muito lindos.

- "Home"! -. Sussurrei o nome da música, quase sem acreditar que ele havia cantado.

- Você disse que queria me ouvir cantar -. Ele falou me beijando.

- Bento, você canta muito bem, que linda voz -. Digo e sinto uma lágrima descer meu rosto.

- Eu tento, pra você eu queria cantar como um anjo, pois você merece -.

- Como você sabia que essa é minha música favorita? -.

- Eu não acredito -. Ele me aperta e dá uma gargalhada.

- O quê foi? -.

- Eu cantei ela porque é minha música favorita -. Aquilo foi como a explosão de uma supernova, dentro de uma caixinha de alianças.

Eu só consegui rir e o abraçar. Não demorou muito e uma chuva grossa começou a cair, eu estava com um pouco de frio. Olhei Bento, e ele estava observando de novo o horizonte, ele se levanta e fica de pé a minha frente.

Depois de alguns segundos olhando a paisagem, ele estende sua mão, me convidando para tomar banho na chuva. Eu nem pensei duas vezes.

Quando senti a primeira gota gelada no meu pescoço eu me contorci, e me arrepiei dos pés a cabeça. Bento ri de mim, e continua me puxando para longe da casa.

Ele solta minha mão, e olha para cima estendendo os braços para o alto, como se agradecesse algo.

Eu não resisto e o abraço por trás, beijando seu pescoço, ele abaixa os braços, e me acaricia os cabelos.

Bento vira-se lentamente, até está de frente para mim, colamos nossas testas, e nos olhamos por um bom tempo, estreitando nossa conexão.

- Eu sou completamente doido por você -. Falo, já não se importando com as consequências de se apaixonar perdidamente rápido assim.

- Eu gosto de você também -. Bento diz um pouco mais timidamente.

Colamos nossos lábios rapidamente, em seguida Bento me solta e sai correndo, pulando de poça em poça, eu fui atrás, mas ele se esquiva rindo, e me contagiando com sua alegria.

As nuvens choravam grosso, e estávamos felizes como um céu azul.

Quando a chuva perdeu a força, e o Sol começou a aparecer, Bento segura minha mão, e me leva até o cais. Sentamos na beirada, com toda a imensidão do lago a nossa frente. Um belo arco-íris se forma, com cores tão vividas, que parecia de conto de fadas.

- Sabe porque eu gosto de arco-íris? -. Bento indaga apertando minha mão.

- Não -.

- Porque todo mundo gosta deles, mesmo possuindo sete cores. Todos gostam, todos esperam pelo arco-íris, e acima de tudo todos sorriem -. Bento parecia saber muito, mesmo para um garoto tão jovem.

- Acho que eu entendi -. Foi uma linda analogia, e isso só comprovou uma suspeita minha, Bento era inteligente também. Apena mais uma qualidade, para completar seus vasto repertório.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

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