Depois de mais um ato de amor intenso, eu estava descansando sobre o peito de Bento. Sua mão me acariciava, deslizando por meus cabelos.
— Por que com você é mais especial? —. Bento pergunta. Acho ele já estava sentindo a verdade. Era óbvio que ele me amava, só não sabia ainda.
— Não sei, me diz o que você sente —. Sempre tive uma estratégia quando eu queria ouvir algo de uma pessoa. Eu obrigava ela a dizer.
— Cara isso é tão embaraçoso. É uma confusão tão grande aqui dentro —. Ele aponta para a cabeça.
— Continue —.
— É que eu não me conheço mais. Eu não conheço mais o meu corpo, e nem a minha cabeça —. Explicou.
— Todo mundo muda um pouco durante a vida Bento, ninguém é sempre a mesma pessoa —.
— Não, não dessa forma. Eu nuca fui de perder o controle. E agora eu vou além do limite —.
— Foi você que me disse, que o verão tinhas muito mais coisas além do meu quarto. E você me mostrou maravilhas —.
— E você me levou ao céu —. Ele me dá um beijo suave e rápido.
— Viu até seu beijo é diferente —.
— Deve ser porque eu sou um garoto Bento —.
— Não nesse sentido. Toda vez que você me beija, eu sinto como se fosse o melhor beijo da minha vida —.
— Considerando que você foi o único que eu beijei, eu sinto a mesma sensação —.
— Sério que fui seu primeiro beijo? —.
— Sim —. Eu poderia ter ficado envergonhado, mas não fiquei, afinal valeu a pena a espera.
— E eu mandei bem, pra uma primeira vez? —.
— Eu não imaginaria melhor —.
Quando se está apaixonado você parece outra pessoa. No meu caso eu ficava mais extrovertido, somente com Bento.
— Sabe do que eu tenho medo? —. A cada segundo éramos mais confidentes.
— Do quê? —.
— De amar uma pessoa demais, e depois ela encontrar alguém melhor, e me deixar sozinho —. Ao falar isso Bento me aperta em seu abraço, como se estivesse mesmo temendo algo.
— Nem se eu procurasse em outro planeta eu encontraria —. Se Bento estiver com receio de mim, preciso mostrar que sou totalmente confiável, e louco por ele, mas de uma maneira sútil, sem parecer desesperada.
— Eu não sou tudo isso Daniel. Você que se iludiu demais —.
Minha vontade era estapear seu rosto, até ele entender que é lindo, maravilhoso e perfeito.
— Eu me apaixonei por você. Pode ser ilusão ou não, mas para mim você é a pessoa mais incrível do mundo —. Me levanto vou até minha mochila, e pego meu caderno onde eu guardava os desenhos que fiz de Bento.
— O quê você está procurando? —.
— Uma coisa muito importante para mim —. Falei. Pego o lampião levando para mais perto da cama.
— Abre, se você tiver alguma dúvida sobre mim, ou sobre você mesmo, tente saná-las —.
Ao abrir a primeira página, ele olha para mim com um grande sorriso.
— Você me desenhou? —. Seu olhar encantado era encantador.
— Nesse caderno desenhei as pessoas mais importantes da minha vida. Meu pai, minha mãe, meu melhor amigo, e a grande maioria deles é você quem está desenhado —.
— Esse sou eu correndo? —. Ele pergunta rindo.
— Sim. Olha como você é perfeito, isso não é invenção, essa é a mais pura realidade. Você é... —. Bento não me deixa terminar de falar, e me beija loucamente.
Ele parecia ter acreditado em minhas palavras. Eu torcia muito por isso. Meu sonho era namorar com Bento, e isso parecia cada vez mais próximo.
Minha vida já era boa sozinho, mas com Bento ela parecia infinitas vezes melhor. Talvez porque ele foi sempre mais aventureiro, enquanto eu caseiro e reservado.
— Desculpa eu não confiar em você —. Com seus lábios nos meus eu perdoaria qualquer coisa.
— Você duvidou apenas de si mesmo —. Expliquei. Eu sempre fui assim, gostava de mostrar às pessoas quem realmente elas eram. E Bento não via, com certeza isso era culpa de sua ex desprezível.
Ela só podia ser uma pessoa muito burra, para perder uma pessoa como o Bento. Ainda mais apaixonado por alguém.
Por ele, eu me deitaria em brasas para ele passar. Mesmo não sabendo se ele faria o mesmo. Talvez esse fosse meu maior defeito, dar mais do que receber.
— Eu devo ter muita sorte mesmo. Você que é a pessoa mais incrível do mundo. Tanto que quando eu acenei para você naquele dia, foi quase como um reflexo —.
— Me ilude mais —. Afundei meu rosto no seu peito.
— Você naquela janela parecia um príncipe, na espera de seu outro príncipe. E no lugar dele, veio um ogro —.
— Acho que na torre eu era o dragão —. Falei rindo. Eu não queria ouvir mais nada. Beijei sua boca novamente.
Quando você é jovem, o seu corpo é tão enérgico, que você acaba fazendo loucuras além do normal. Assim era Bento e eu.
— Desse jeito vou me acostumar com isso —. Ele pega o cobertor, e nos esconde completamente.
Com minha boca, falo carícias por seu peitoral. Ele ri baixinho. No escuro todo mundo se revelava, e fazia tudo o queria fazer.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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Verão Em Amor Intenso
Roman pour AdolescentsO verão pode ser sim a melhor estação para Daniel.