Capítulo XV

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   Acordei. Bento estava abraçado a mim, ainda dormindo. Era de manhã, do nosso terceiro dia na cabana. Parecia mais um dia no paraíso. A sensação no meu peito era indescritível. Era como se eu tivesse encontrado um baú de ouro.

  Me virei, ficando cara a cara com Bento. Ele dormia tranquilamente, lindo como sempre, com o cabelo todo bagunçado mas lindo.

   — Você conseguiu Daniel —. Pensei, ao controlar cada detalhe de sua estonteante beleza.

   Bento começa a acordar, ele abre a boca bocejando, e depois se estica.

   — Bom dia —. Me diz sorrindo, seus olhos estranhavam a claridade.

   — Bom dia —. Respondi.

   — Me diz que aquilo tudo ontem foi verdade, e que minha cabeça não me enganou —.

   — Foi tudo verdade —. Falei levando a mão até o seu nariz, e tocando bem na ponta.

   Bento me puxa e me coloca em cima dele, sua pele estava quentinha, mas não era isso que ele queria me mostrar, e sim sua boca.

   — Você é tão lindo sabia? —. Falei coçando minha testa a sua.

   — Não como você —. Ele responde apertando minha bochecha.

  Bento de levanta me deixando sozinho na cama. Ele sai do quarto, e anda pela cabana apenas de cueca.

   — Vou preparar o café —. Ele grita da cozinha.

   Vou até a cozinha, e me deparo com aquela imagem de Bento todo caseiro, preocupado em me alimentar e em cuidar de mim.

   — Por que você é assim? —. Pergunto lhe abraçando por trás. Dou-lhe um beijo no seu pescoço, enquanto seguro seu peito com a mão.

   — Assim como? —.

   — Preocupado —.

   — Não sei —. Ele responde se virando e me dando um beijo d verdade.

   — Assim eu não vou conseguir fazer nada, com você desse jeito na minha frente —. Bento fala.

   — Quer que eu vista algo? —. Indago percebendo que eu estava apenas de cueca.

   — Não, não se esconde uma obra de arte —.

                          •••
 
    — Aquela ali parece um coração —. Bento fala apontando para o alto. Estávamos deitados sobre a grama, debaixo de uma árvore. Observando as nuvens, de mãos dadas.

   — Não sei o que é melhor, esse lugar ou você —.

   — Você —. Responde trazendo nossas mãos juntas, e beijando a minha.

   Bento era extremamente romântico, eu queria muito oficializar nosso romance, mas também não queria obrigá-lo a nada. Pois Bento era maravilhoso demais para sofrer.

   — Bento eu te amo —. Falo, abrindo um sorriso e focando meu olhar na paisagem.

   — Eu também... —. Bento não consegue terminar a frase.

   — Eu sei, não quero te pressionar a nada. Quando você estiver pronto, é só me dizer. Te espero até lá, se você me quiser é claro —. Falo.

   — Eu te quero Dani, muito, deixa eu me acostumar mais um pouco com isso —. Falou me enchendo de Esperanças.

   — Eu te dou mil anos —. Falo.

   Bento sobe em cima de mim, e com seu dedo ele toca cada parte do meu rosto, sentido todas as curvas, e também me conhecendo melhor.

   — Eu sou de verdade —. Falo, todo bobo com o seu olhar direcionado a mim daquela forma.

   — Não parece, anjos não são de verdade —.

   — Você é! —.

   Bento sai de cima de mim, e me puxa para o lago, correndo, apressado como sempre.

  Juntos pulamos dentro da água, e juntos ficamos por um bom tempo.

   Nossos dias eram assim, passávamos o dia juntos, se divertindo, e se beijando a quase todo momento.

   Cada hora parecia um segundo perto do Bento. Eu estava perdidamente apaixonado, razão eu não possuía mais. Meu único desejo era ficar com o meu amor para sempre.

   — Vamos entrar lindo —. Bento diz me puxando, ele tremia de frio, e eu também estava com frio.

   — Vamos —. Digo saindo da água. Bento sai correndo na frente.

   — Ei não corre —. Grito correndo também na sua direção. Bento para e abre os braços, para me receber em um abraço.

   Entramos e fomos direto para o chuveiro. Entre beijos e amassos acabamos transando no banheiro, com a água refrescando nossos corpos em combustão.

   A cada toque na minha pele, eu ficava mais excitado, sentia mais prazer, Bento sabia me levar aonde eu queria, que era estar ao seu lado.

   Depois de ontem e hoje, Bento ganhou minha confiança, e então perdi a vergonha de ficar sem roupa na sua frente. Estar com ele me dava tanta segurança.

   Bento passou sabonete nas minhas costas, e deslizou sua mão por todo corpo.

  Seu corpo bronzeado parecia o de um deus grego, belo e perfeito. Ele me causava palpitações, e um calor que subia e me deixava louco.

   Saímos do banho, e fomos para o quarto, ambos nos secamos, e nos vestimos.

   Fomos juntos para a varanda, para juntos vermos o entardecer, e a noite estrelada.

   — Já pensou como vai ser quando contar para os seus pais? —. Bento pergunta, segurando minha mão.

   — Que eu gosto de garotos? —.

  — Sim —.

  — Eles já sabem, sempre souberam, nem se importam com isso, eles me dizem todo santo dia que me preferem feliz —. Explico lhe causando uma expressão de felicidade.

  — Então quer dizer que eles nunca me proibirão de te ver? —.

  — Claro que não, tenho certeza de que quando eles te conhecerem vão te adorar. Ninguém consegue te odiar Bento —. Falei, apertando sua mão, e coloco minha cabeça sobre seu ombro.

  — Que bom —. Ele fala colocando sua mão nas minhas costas, apertando o abraço.

  — Não se preocupa com isso agora Bento, vamos aproveitar esse momento —. Falo.

  — Fazia tempo que eu não ficava preso a um lugar como estou agora —. Explica colocando a sua mão em cima do meu coração.

   — Desse jeito você vai me fazer infartar —. Digo, delirando com tanto amor. Nem nos meus sonhos aquilo aconteceu, era ainda melhor.

  Ao olhar em seus olhos, eu senti como se o mundo se resumisse a ele. Bento para mim era tudo. Tudo o que eu queria para minha vida.

   Bonito, educado, talentoso, solar, sorridente, encantador, forte, delicado, resiliente, focado.

   Simplesmente ele era perfeito para mim. Eu eu queria ele assim para sempre comigo, em todo lugar, ou em lugar algum.

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.

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