02.Italian, Louis

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Reino Unido - Inglaterra
Localização: Petts Wood Forest

— Merda... — me ergui nas duas mãos, grãos machucaram minhas palmas. Sentei e as bati para tirar a poeira.

Parecia que meu cérebro dava voltas dentro da cabeça, a dor era tanta que as têmporas latejavam.

Passei uma mão nos cabelos me encolhendo quando encontrei um galo. O chão do cativeiro era cimentado e frio, por algum motivo suava estragando minhas roupas. Ótimo. Ganhei um arranhão no joelho quando aquele estranho me jogou para dentro desta sala vazia, sem nenhum olhar ou palavra.

Lembro de ficar com medo, muito medo, mas então ele abriu a porta de novo e jogou meu irmão em cima de mim, literalmente. Começo a lembrar, foi quando bati a cabeça no chão e apaguei.

Respirei fundo algumas vezes. Aos poucos tentando organizar minhas memórias. Eu fui sequestrado. Certo. Ótimo. Acordei em um quarto estranho com um cara me dando algo para beber e depois... isso. Esse lugar. Talvez o papai devesse para ele? Não. Meu pai não se envolvia em dívidas. Eu acho.

Ele mudou muito há uns meses. Talvez quisessem um resgate por nós dois. Temos dinheiro para isso e já tentaram algumas vezes.

Mais tarde eu estava dentro de um carro em movimento; com os olhos vendados enquanto ouvia duas vozes falando rápido demais para eu conseguir traduzir. Sequer entendi a língua. Estudei várias, mas aqueles homens pareciam impossíveis de entender.

Droga! Porquê estou preso nesse porão?

Me sentia dentro de um filme. A porra de um filme onde a personagem passa por situações que você desacredita que um dia aconteceria na sua vida. E normalmente morre.

Mas poderia ser pior. Como ser escolhido para salvar alguém amaldiçoado no estilo a bela e a fera? Porra. Estou surtando. Definitivamente. E surtando sozinho, porque William ainda esta apagado.

Virei ele e chequei sua cabeça, mas não tinha nenhum machucado visível. Sua pele estava fria então tirei minha jaqueta e joguei por cima dele.

As horas nesse quadrado pareciam eternas. Não tinha noção de quanto tempo passamos aqui. Fiquei sentado, esperando alguém vir fazer qualquer coisa com a gente. Pensei o pior, o mais irrealista possível, até finalmente desistir de encontrar motivos para isso estar acontecendo, cansado demais.

A única porta da sala tinha uma pequena fresta de vidro mais ou menos uns 1,80 acima do chão - calculei. Até tentei espiar nas pontas dos pés, mas foi em vão, uma vez que, depois de muito esforço encontrei outra porta de ferro idêntica à frente.

Certo. Eu vou morrer. Espero que seja rápido e antes do meu irmão, não posso lidar com isso mesmo no céu. Ou seja lá para onde nós vamos.

Resolvi esperar, afinal, não me restava muito para fazer aqui além de surtar e já surtei muito. Deitei naquele chão imundo ao lado do meu gêmeo e até consegui dormir um pouco dividindo nosso calor corporal, mas acordei com dores o que imaginei muito pouco tempo depois.

Já andei de lado um para o outro, por um bom tempo, observando o lugar, que era vazio até demais, sem nenhuma janelinha para ventilar, apenas o duto no alto da parede. Tão fora do meu alcance que parecia rir da minha simples ideia de fuga.

Austria (L.S) [long fic] Onde histórias criam vida. Descubra agora