Austria (L.S) [long fic]

10.Italian, Louis

Inglaterra - Reino Unido

— Trouxe pra você. — sentei na cama com uma xícara em uma mão e um sanduíche de queijo quente na outra.

Harry parou de soprar a fumaça pra cima, me olhou e arqueou uma sobrancelha. Levou seu cigarro de volta aos lábios.

— Pega, por favor.

Faz duas semanas desde que nos beijamos e ele levou um tiro na manhã seguinte. Não sei exatamente em que momento me permiti trocar carinho com outro homem e até mesmo alguns beijos extra, mas ele está... diferente. Um pouco manso?

Não sei se por culpa dos analgésicos ou de ter alguém cuidando dele.

Harry se ajeitou no colchão e pegou a xícara. Tirou o cigarro da boca dando pra mim. Segurei e lhe ofereci o prato. Negou, sorvendo um gole do café com cuidado.

— Ma non hai mangiato niente al caffè... (Mas você não comeu nada no café).

— Nem começa. — bufei.

Enrolei o sanduíche no papel toalha e coloquei encima da mesa de cabeceira. Harry era estupidamente teimoso, tão mais do que eu. E te medo de agulhas. Descobri depois de ajudá-lo a deitar, quando Liam entrou quarto dizendo que sua médica viajou com a família. Ela não estava em Londres então ele mesmo teria que lhe dar os pontos.

Apesar da ordem para eu sair do seu quarto, eu fiquei com eles e assiti, com meu estômago embrulhando, o francês costurar o corte na perna de Styles. Pálido, ele se recusou a olhar. Não reclamou muito, mas assim que Liam saiu correu mancando para o banheiro e vomitou.

Não foi divertido. Harry demorou para dormir, mesmo com anestesia na veia. Não faço ideia de onde Payne tirou todas aquelas coisas mas foi bem útil. Resolvi deitar do lado dele e acabei dormindo. Quando acordei já na manhã seguinte, Harry não estava lá.

Ele passou o dia no escritório mas sequer reclamou ao me ver esperando no quarto quando voltou, apenas se deitou com um livro nas mãos. Enfiei a mão nas páginas porque estava sendo ignorado então quando seus olhos me encontram, estreitos, lhe perguntei se havia jantado e ele negou lentamente. Leu um capítulo de Cartas de um diabo a seu aprendiz depois rolou para cima de mim, me beijando.

Não vi o comendo nos dias seguintes, então tive que interferir. Harry era ótimo em mudar de assunto. Talvez tenha sido por isso que nos beijamos tantas vezes...

— Custa comer algo? Você sempre tomava café da manhã na cozinha, não pode ser tão dramático assim. — resmunguei. — Foi bem difícil fazê-lo ficar na cama, e ainda estou de boa vontade trazendo coisas. Como pretende melhorar desse jeito?

— Não estou com fome. Eu passei os dias no escritório. Sentado. Não é muito diferente de estar na cama, em repouso, pelo menos lá eu posso trabalhar. — franziu as sobrancelhas. — Você é um enfermeiro muito chato... não foi assim que imaginei...

— Incredibile. — larguei seu cigarro dentro do cinzeiro na mesinha enquanto ele voltava a bebericar o café. — Scusatemi...

Puxei a coberta, ignorando o calor subindo no meu rosto ao ver que Harry estava sem calça. Não que ele não tenha dormido só de boxer na noite passada, e na anterior, e na outra antes delas... mas eu já estava deitado na sua cama e não vi ele pouco vestido.