03.English, Harry

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Inglaterra - Reino Unido

Às vezes coisas muito fáceis podem parecer mais difíceis. Há essa vozinha na sua mente, dizendo que você não é capaz até que tente, que se teste e prove a si mesmo. Confronta-la pede muito de nós. Mas, não é so depois da tempestade que vemos tudo o que ela levou embora?

Foi como me senti quando sai da casa. Dante era minha tempestade. Ele destruiu minha vida e me deixou sem nada.

Em um castelo de cartas, depois de derrubar a primeira todas as outras seguem na mesma direção. E quando a última cai não há mais um reinado. Estou juntando o fôlego - e coragem - para soprar essas cartas, fazer o que ninguém teve coragem. Leve o tempo que for, eles vão cair.

Apoiei os braços na mesa, encarando o vitro da janela à frente. Desviei os olhos para as folhas numa mão e larguei o celular da outra para roer a unha, me policiando logo em seguida. Tinha tudo por escrito, pautado, afinal sem organização e planejamento não vive nesse mundo.

Aprendi pessoalmente, observei a administração de diferentes pessoas. Tenho conhecimento suficiente para levar essa vida por conta própria. É o que venho fazendo há anos. Não sozinho, claro. Lembrei que preciso chamar algumas pessoas.

Conhecidos de velhos tempos. Não chamaria todos de amigos mas são próximo o suficiente para terem minha confiança. Estão espalhados por aí. Uma coincidência. Até Edward viva em outro país. Suspirei. O dia não começou como planejado.

Depois de deixar os Tomlinson trancados Ed e eu discutimos sobre seu plano.

— No que estava pensando?

— Eu não estou com cabeça para isso, H.

— Ah, não está? Simples assim... ok, vamos ignorar tudo isso. — ele estava de costas. As mãos no batente da janela. — Olha pra mim, porra.

Edward se virou, irritado.

— Eu te trouxe um hacker. Fiz o que disse que ia fazer e, se o irmão dele está aqui também é culpa sua, cacete! Você não me escuta, Harry. Não me deixa fazer as coisas sozinho.

Notei como movia as mãos ao falar, como os gêmeos Tomlinson, como um italiano. Seu sotaque perdido. Aquilo foi... estranho. Edward construiu uma nova vida. Eu sabia disso. Mas vê-lo depois de tanto tempo.

Apesar de simples, tinha suas bases na Itália. Casa. Dinheiro. E alguém com quem se importar. Se soubesse disso antes o teria deixado ir. Teria cortado nosso laço, libertado ele.

— Você apenas me deu um nome. Nem era o primeiro.

— Para te garantir que tinha controle da situação. Temos a mesma idade e as mesmas experiências.

— E ainda somos tão diferentes... — balancei a cabeça. — Você é fraco. Você se apaixonou, deixou isso mexer com sua cabeça. — sibilei. — Acha mesmo que ele quer viver essa vida? Não existe conto de fadas aqui. Vocês vão se destruir aqui.

— Como se estivesse mesmo preocupado-

— Eu estou! Me preocupo com você, eu só tenho você, caralho. — ele baixou os olhos. Me virei com as mãos nos cabelos, puxando-os para trás. Bufando comecei a andar pelo quarto. Precisava de um cigarro, precisava ficar calmo. — Edward, se tivesse me contado. Posso arrumar outro. Leve o garoto, se ama ele, vai embora.

Ele não me respondeu imediatamente. Sentei na cama, de costas para ele e escondi o rosto.

— Como acha que vou me afastar de você? Depois de perder todos eles... também estive sozinho nesses últimos anos. Queria conhecer mais do mundo H. Você quis ficar aqui, eu fui embora mas liguei todas as noites. Todas as malditas noites, e me desculpe se não fui forte para te ajudar. Você também não podia me ajudar. Eu sei...

Austria (L.S) [long fic] Onde histórias criam vida. Descubra agora