Prólogo

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- Vamos lá, Line, temos que comemorar, afinal não é todo dia que você recebe uma oportunidade dessas.

- Sky, eu quero ir para casa e dormir, estou morta.

- Vamos – a amiga ainda insistia – vai ser divertido.

- Meia hora.

- Uma e meia.

- Uma hora e não se fala mais nisso.

Elas foram a uma lanchonete que ficava no meio do caminho entre a casa de Line e o teatro, costumavam ir lá as vezes, era o ponto de encontro delas quando estavam de folga, ou seja uma vez por mês. Ficaram cerca de trinta minutos lá e depois voltaram para o carro, que Sky acabará de ganhar como presente de aniversário; e retomaram o caminho para casa dos Fossil.

(...)

A ruiva escutava muito barulho, sirenes, gritos, choros; mas não sabia o que tinha acontecido. Tentou olhar para o lado, para a janela, mas sentiu uma dor terrível, baixou o olhar para as mãos e essas estavam ensaguentadas, começou a mexer os olhos percebendo o ambiente que se encontrava, ela ainda estava no carro da sua melhor amiga, Sky, mas diferente de como ela tinha entrado a um tempo atrás: ele estava retorcido, foi ai que ela entendeu o porquê de tanto barulho do lado de fora.

Ela estava toda dolorida, mas se remexeu no banco, precisava saber como a amiga estava. E de repente tudo parou, ela não escutava mais barulho algum; a Sky estava toda ensanguentada, tal como Pauline, a ruiva moveu sua mão esquerda e a levou ao pescoço da amiga, tentando encontrar pulsação, tentou três vezes, mas não a encontrou, foi nesse momento que ela gritou, gritou o mais alto que conseguia, começou a remexer-se no carro destroçado, mas quanto mais ela o fazia, mas machucada ficava.

- Calma, ei moçinha, fique calma, nós não conseguiremos te tirar daí se você não colaborar.

- M-minha a-miga, e-ela, e-ela m-morreu! – Falava embargado por conta do choro.

- Vai ficar tudo bem, por favor acalme-se, precisamos da sua ajuda pra te tirar daí – o paramédico falava.

- M-me a-ajuda – suplicava.

- Nós iremos, eu prometo.

E Pauline Fossil culpou-se por ter aceitado sair, ao invés de ir pra casa; culpou-se pela morte da amiga, e o pior de tudo: culpou-se por ter sobrevivido. 

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