Capítulo 3

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Nota da autira: Oi!
Os dias de postagens serão as sextas, e sempre que eu não postar será os sábados.
Obrigada a todos que leem. 

- Senhor Peter, bom dia – o ortopedista que a acompanhava cumprimentou o pai de Pauline que estava sentado ao lado da maca da filha afagando o cabelo dela.

- Bom dia, podemos conversar? – falou em um tom mais baixo – peço que fale baixo não quero que a Pauline acorde – ao escutar isso a ruiva desistiu de abrir os olhos, o que ele queria falar que ela não podia ouvir?

- Claro – o homem respondeu.

- Eu não entendo o porquê da Pauline não aceita o que aconteceu e começa a fazer o tratamento para poder voltar a dançar logo, isso é a vida dela e ela acha que está morta e isso me faz sentir morto também, eu só tenho ela e ela só tem a mim, isso dói tanto, se eu pudesse trocaria de lugar com ela, tomaria todas as suas dores. Eu pensei que depois da morte de minha esposa eu nunca mais sentiria uma dor tão grande como senti naquele dia, mas quando eu atendi aquele telefonema e me disseram que a minha princesinha estava no hospital eu pensei que iria morrer, Possy sabia de todos os riscos, sabia que as chances de sobreviver eram poucas, mas ela quis ter nossa filha, as últimas palavras delas foram “Eu te amo mais que todas as estrelas, de todas as galáxias, cuide da nossa princesinha, da nossa Pauline”, eu prometi que cuidaria, mas eu falhei com minha promessa, e agora ela está ai – apontou para a cama. – Queria tanto que ela voltasse a sorrir, que ela tivesse a mesma garra que ela tinha para aprender uma coreografia, se ela não se ajudar nós não podemos fazer nada por mais que tentarmos, o primeiro passo tem que ser dela.

- Sinto muito foi a única coisa que o médico disse.

- Eu também – suspirou.

- Hum... – a garota se remexeu na maca – Bom dia papai – falou sonolenta.

- Bom dia, Querida.

- O que você acha de experimentar a cadeira? – o Doutor Acker apontou para a cadeira que estava ao seu lado.

- Claro – deu de ombros, o pai sorriu abertamente.

- Vem vamos te ajudar – o médico levou a cadeira para perto da cama e Peter pegou a filha nos braços e a pôs sentada na cadeira.

- Onde você quer ficar, querida?

- Na janela papai, quero ver o tempo.

- Claro – ele levou a cadeira para perto da janela. – Filhota, eu tenho que ir para o trabalho, mas passo para almoçar aqui, fechado?

- Sim papai, sei que o senhor se ausentou da faculdade todos os dias que eu fiquei em coma, mas quero que o senhor retorne ao serviço – Peter era professor universitário e amava o seu trabalho.

- Tchau, meu bem, até mais tarde – deu um beijo na testa da filha e afagou seus cabelos.

- Pauline – chamou o ortopedista.

- Sim, doutor Acker?

-Uma enfermeira já vem dar-lhe banho e trazer seu café da manhã. Depois disso a fisioterapeuta vem lhe ver, certo?

- Tudo bem, vou esperar aqui, não vou a lugar nenhum mesmo – riu.

- Com licença, tenho que ver outros pacientes – ela afirmou com a cabeça e ele saiu.

Um tempo depois a enfermeira entrou, com uma bandeja, deu banho em Pauline e depois a ajudou a comer. Pauline sentiu-se uma inválida, lembrou do que o pai disse e tomou uma decisão: Voltaria a andar nem que fosse a última coisa que fizesse.

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