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Harry fechou a porta de seu quarto e trancou-a

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Harry fechou a porta de seu quarto e trancou-a. As proteções de privacidade se ergueram, mordendo em sua crueldade; espelhando o pulso constante de pânico frenético que estava batendo em seu peito.

Ele pressionou a palma da mão na testa e se forçou a respirar. As palavras de Riddle ainda ecoavam em seus ouvidos, provocando, zombando, sabendo.

"Quem é você realmente?"

Harry engoliu em seco, franzindo a testa em frustração crescente.

"Correr faz você parecer culpado."

Toda aquela conversa tinha sido um lembrete que ele poderia viver sem - que mesmo aos quatorze anos, Riddle era muito inteligente e tenaz para seu próprio bem.

Harry estava, na maior parte do tempo, tentando ignorar o menino. O medo do que ele poderia fazer se se permitisse pensar muito em Riddle - nas consequências de não fazer nada, de fazer alguma coisa - passava por sua mente sempre que via o outro.

Ele havia falado com ele, trocado insultos, até mesmo suportado seu escrutínio com mais paciência do que normalmente exibia; mas nunca foi demais. Harry tentou manter essa linha entre eles, uma distância cuidadosamente construída que o impedia de imaginar como seria envolver as mãos em volta daquele pescoço fino e pálido e apertar. Prestar atenção a Riddle tornava muito difícil esquecer como seria fácil matá-lo, e com esse conhecimento sempre vinha a tentação; um impulso tóxico negro que empurrou com força contra suas costelas até que ele pudesse sufocar.

Ele não se permitiu pensar nisso, porque conhecia seu temperamento e quantas vezes ele contornava a borda; quantas vezes ele estava parado no precipício que assomava em sua mente - e a ideia de cair naquele abismo o apavorava. Harry sabia, inequivocamente, do que era capaz e que perder o pouco controle que tinha o transformaria em algo monstruoso.

Harry era perigoso. Todos ao redor dele sabiam disso - Ron, Hermione, Ginny, seus colegas e oficiais do Ministério. Assim que o vislumbre do alívio do pós-guerra começou a diminuir, ele foi perseguido por sussurros, suspeitas e especulações. Cada movimento seu separado pelo mundo, todos eles procurando por um indício de intenções sombrias.

Isso havia diminuído quando ele e Ginny tornaram seu relacionamento público, mas Harry sabia que nunca estava longe da mente das pessoas, especialmente quando ele fazia algo que lembrava aqueles ao seu redor quem e o que ele era.

Voldemort é igual.

Uma explosão de risada histérica ficou presa em sua garganta.

Ele fechou os olhos, balançando a cabeça.

Ele já sabia que matar Riddle não era uma opção aqui, não quando as ramificações e incertezas superavam os benefícios potenciais. Mas se o garoto ia continuar cavando nas coisas, então Harry teria que fazer alguma coisa para dissuadi-lo.

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