Eles saíram, um por um, risos cruéis ecoando de volta para ele enquanto voltavam para o beco principal a poucos metros de onde ele estava.
Ninguém apareceu quando ele gritou, quando ele chorou e implorou. Ninguém se importou. Aqui, nas entranhas da escuridão, cada um cuidava da sua vida.
Ele ficou onde foi jogado, o corpo tremendo mais com o ar frio da noite que estava se infiltrando nele do que com o quão violado ele se sentia.
Ele havia parado de reagir a essa tortura. Ele apenas ... não se importava mais. Era melhor assim, apenas bloquear tudo.
Suas roupas estavam rasgadas, e ele ainda podia sentir os fantasmas de suas mãos correndo ao longo de seu peito, pescoço, coxas - nada mais do que carícias zombeteiras até que se tornassem duras e dolorosas.
Suas palavras horríveis ainda giravam em seus ouvidos, sussurros terríveis que permeavam o silêncio de sua mente e o impediam de cair no abraço pacífico da inconsciência.
Ele estendeu a mão lentamente e enxugou as lágrimas que pintaram suas bochechas, espalhando a sujeira e fuligem em sua pele pálida.
Com muito cuidado, ele se levantou e se sentou, olhando fixamente para a bagunça em que o haviam deixado.
Seu estômago revirou, mas não havia nada para ele vomitar.
Ele forçou seus dedos desajeitados a puxar as calças de volta pelas pernas, a refazer os botões da camisa e a tentar arrumar o cabelo desgrenhado. Ele ignorou a umidade pegajosa agarrada a seu corpo enquanto enfiava a camisa para dentro e apertava o cinto, dois entalhes a mais do que normalmente fazia.
Feito isso, ele ficou trêmulo, apoiando-se pesadamente na parede nojenta ao lado dele enquanto esperava que suas pernas recuperassem a força.
Enquanto ele estava lá, sua cabeça rolou indiferente para a abertura do beco lateral. Seus olhos escuros observaram sem emoção enquanto incontáveis figuras se moviam para frente e para trás, mantos negros escondendo corações ainda mais negros.
Ninguém sequer olhou em sua direção, embora mais de um devesse ter ouvido ou sabido o que tinha acontecido.
Ele queria sentir ódio. Ele queria queimá-los todos por seu egoísmo.
Mas ele estava exausto e não conseguia desperdiçar a pouca energia que lhe restava com gente como eles.
Inclinando a cabeça para trás, ele olhou para o céu noturno. Seus dedos roçaram cegamente a parede atrás dele, sentindo os numerosos sulcos e rachaduras entre as pedras.
A parede se estendia bem acima dele, elevando-se no céu noturno, assomando.
E de repente, ele sabia o que tinha que fazer.
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◤ Você pertence a mim (eu pertenço a você) ◢◤ Harry Potter ◢
Fanfiction❝O coração quebrantado sorri, escondendo toda escuridão tempestuosa. Mas a escuridão, muitas das vezes, agride a alma e grita, com toda a força, para sair.❞ ↬ Você pertence a mim (eu pertenço a você) ↬ "O que eu acho absolut...