As vezes tudo fica um pouco demais. Parece que essa névoa de coisas que me deixam cega nunca vai clarear.
E só consigo ficar parada e sentir o vazio.
Sentir aquela sensação ruim voltando, o peito doendo, a garganta fechando.
Ficar sem ar, disposição, fome.
Ver meu corpo tentar sabotar meu cérebro quando meu cérebro é completamente capaz de sabotar a si mesmo.
E saber que não consigo fazer tudo sozinha.
E ta tudo bem ser assim.
É preciso ter uma casa pra correr quando começa a chover e chorar.
Não significa fraqueza, significa tentar. Isso requer coragem e até os mais fortes caem.
A gente precisa aprender a pedir ajuda e entender que tempo leva tempo para curar.
E eu espero que hoje, só hoje, o Sol se ponha devagar.
Pra gente não ter do que reclamar, ficar até noite virar e não contar todo o tempo que já passou.
Pra dar tempo de a gente se acalmar.
Tomar água.
Falar o que evita.
Não adiar.
Respirar fundo contando até quatro.
E continuar.
Sim, continuar.
Porque você sabe, repito quantas vezes precisar: amanhã o Sol vai nascer, e nós vamos tentar de novo.
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lumière
PoetryPalavras que transbordam. Dores, amores. Sentimentos, compreendidos ou não. Palavras em desordem entregues a poucos dos destinatários. Algumas para ler quem eu amo; outras para quem não aprendeu a me ler. Mas palavras. Que transbordam luz. Que trans...