papillon

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Depois de tanto, se permite ter um final feliz.

Depois de tanta dor, capaz de deixar um mundo inteiro sem cor, se permite descansar.
Descansa os pensamentos, a cabeça no travesseiro, no colo de alguém...

Depois de tanta desesperança, se permite melhorar.

Parece que a gente tem mania de não se querer bem. Mas depois de tanto sentir o peito aflito, é bobagem querer se culpar, mesmo que desde o início a gente tenha pensado que é perigoso sonhar.

Bobagem é achar que a nossa vida acaba aqui.

Se o Sol brilhou lá fora hoje já foi muito, no meio de tanto choro e presa de existir. Eu sei. Também chorei muito e também senti.

Mas nós não somos os problemas do dia a dia, as pessoas que fizeram nosso coração ficar cheio de fita adesiva ou o escuro que a gente temia. Não somos a dor da saudade sentida. Não somos os dias ruins — e eles não podem nos mudar pra pior.

Então escuta:

Lembra que o que te quebra não te cura. Mede as tuas prioridades (e faz questão de guardar o primeiro lugar pra você).

Como diria meu poeta favorito: é só um "cuida da sua vida" sem o tom passivo-agressivo.

Descansa, e sem desculpa, se cuida.
Te prometo que tudo passa.







~

Último texto desse ano louco e confuso. Nem tudo acontece da forma que a gente quer, muito menos da forma que a gente espera; mas tudo passa, "time takes time to heal it". Não se esqueçam disso.
Obrigada por tudo até aqui, boas festas e sintam-se muito abraçados. Espero um 2021 mais esperançoso.
Cuido de vocês daqui. Se cuidem daí (e cuidem de quem vocês amam).
Até!

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