Rurik:A organização vermelha

Capítulo 37 - Filha de Thyra

Eu esperava que ele ficasse vermelho,ou se envergonhasse,mas ele estava me olhando da mesma maneira que estava antes.

- Eu ouvi direito?-

- Pode ter certeza.- ele parecia determinado - Você é tudo isso e muito mais,que não se pode colocar em palavras.-

Eu tô me sentindo muito melhor desse "discurso"
Me sentia bem com ele,quando ele me abraça,quando diz essas coisas,me faz sentir especial,como se eu realmente fosse as coisas que ele estava me falando...Mas como eu podería ter certeza?

- Obrigada pelas palavras Steve...-

- Não são só palavras,é a verdade.-

Eu sorrio.

- Essa...- ele aponta - É essa Astrid que eu quero ver.-

Alguns segundos se passam e eu me desprendo de seu abraço me sentando na cama.

- No momento estou mais preocupada com você,que adora ficar de teimosia.
Só pedir pra você ter cuidado e você quer sair dando pirueta por aí.-

- Olha só que curioso...- ele se senta ao meu lado - parece alguém que eu conheço.- ele descansa a mão na minha perna e nós dois sorrimos

- Vai sossegar um pouco?-

- Quem sabe...- ele fala em tom descontraído,mordendo o lábio.

Tá bem,pane no sistema...que homem é esse?! Onde vive? Do que se alimenta? E por que tão sexy?

- Rogers...- eu chamo sua atenção um pouco hipnotizada ainda - dessa vez quem tá falando sério sou eu.-

- Que milagre.- ele sorri

- Ha ha,engraçadinho.- eu fecho a cara e ele ri

- Vou tentar,mas não queria...- ele vai até a janela - Nunca estive na Noruega,queria conhecer mais...- ele traz seu olhar a mim - conhecer mais da sua cultura...-

- Importante,temos que conhecer bem nossos amigos.- eu volto a ironizar

Ele relaxa a postura,frustrado.

- O que? Não somos mais amigos?- eu falo em um tom de espanto,tudo isso na piada é claro

Ele fazia menção em responder,mas sabia que minha "raiva" só ia aumentar mais se ele afirmasse isso.

***

Eu saio um pouco,para ver como o vilarejo estava.
Todos continuavam me olhando espantados...não fazia a menor idea que minha mãe era famosa.

- Com licença...- uma garotinha se aproxima de mim - queria te dar isso.- ela se esforçava pra deixar uma coroa de flores o mais alto que podia,era fofo.

- Obrigada.- eu sorrio

- Por que não coloca? Astrid,filha de Thyra...- uma mulher de pele bronzeada e cabelo curto,loiro se aproxima

- Como sabe meu nome?-

- É melhor do que te chamar de Thyra,não acha?- ela se referia aos outros moradores que me olhavam como se eu fosse um fantasma,e sorri

- Conhecia minha mãe?- eu coloco a coroa de flores na cabeça,e então ninguém era capaz de tirar os olhos de mim.

- É como se eu estivesse olhando pra ela.- ela sorri e se vira,andando

Usava um casaco chique,até os joelhos,parecia bem quente,no estilo norte americano.

- Você vem?- ela não para de andar

Hesitante,eu a sigo.
Passamos por um beco estreito,com algumas portas e então nós entramos em uma delas,era sua casa.

- Asa,pode pegar a caixa para a mamãe?- ela se ajoelha,então a menina sorri e vai até um armário trazendo um baú pesado - Obrigada minha querida.- ela lhe dá um beijo na testa e a mesma sai da sala

A moça coloca a caixa na mesa de centro e então abre,me observando.

- Acho que tem muita coisa aqui que deseja saber...- ela se encosta no sofá e faz um gesto para que eu explorasse a caixa

Haviam várias fotos,e todas me chamavam atenção no momento.

Eu pego uma em que minha mãe estava dentro de um barco consideravelmente grande de madeira.
Eu reconheceria esse barco de muito longe,era um dos barcos que nossos antepassados usavam para viajar pelo bravo mar.

- Isso foi em uma festa... Foi para nunca nos esquecermos de que eles ainda olham por nós...- ela aponta para cima - Eu mesma tirei.-

- Perdão.- eu coloco a foto na mesa com uma certa brutalidade - Mas quem é você? Por que me trouxe aqui?-

- Cassia Flamengo,era amiga da sua mãe...- ela estende a mão e eu a cumprimento - te trouxe pra descobrir um pouco mais sobre a vida dela,você não teve acesso nenhum a mesma.
E fiquei sabendo que o canalha responsável por isso está aqui.- ela tira uma adaga do bolso e crava na mesa - me renderam uma grana boa.- após dizer isso ela se ajeita novamente no sofá

- Niels...- eu pego mais uma foto.

- Mclvol.-

Eu a olho,suspeitando.
Como ela podería saber de algo que nenhum de seus agentes tiverem contato:seu sobrenome.

Na foto ela estava em uma grande mesa com algumas pessoas.
Segurava um copo antigo,mais precisamente chifres onde os antigos bebiam.

- Vocês levavam muito a sério as coisas aqui,né...- ela estava feliz,estava se divertindo.
Seu sorriso me confortava,eu nunca havia recebido um abraço seu,mas era como se estivesse.

- Tendência entre os velhos casais...-

- Vai matar Niels?- eu coloco a foto na mesa e a encaro

- Não sei,me ofereceram uma grana muito boa.- no final da frase ela olha para um quarto,onde "Asa" havia ido

- Posso dar uma surra nele,antes de fazer isso?-

- Depende,vai me pagar?- ela tira a adaga da mesa guardando pra si

- Não preciso te pagar,acabar com a raça desse homem é questão de honra,a minha honra.-

Ela me encara com a adaga apontada para mim,e depois de alguns segundos ela da um sorriso de canto e então guarda a mesma. - Fala como guerreira.-

- Eu sou.-

Ela sorri sarcasticamente,então tira a adaga do bolso e vem pra cima de mim,pressionando ela contra o meu pescoço.

- Astrid a filha de Thyra,guerreira? Tá se achando a rainha agora?-

- Admiro a antiga rainha Astrid...- eu dou um chute nela,a desarmo e seguro suas duas mãos para trás,impossibilitando seus movimentos - Mas eu não sou ela,muito menos uma rainha.
Só sou...Eu.-

- Isso é bom... sua mãe ficaria orgulhosa.- ela fala um poço sem ar,então eu a solto.

Eu consigo ver de relance o brilho vermelho e azul do escudo de Steve. - Já pode sair se quiser.- Cassia parecia não entender,e então depois de alguns minutos ele sai detrás da cortina com seu escudo e uma roupa casual.

- De onde esse cara veio...- ela o olhava confusa,tentando entender

- Me espionando,Rogers?-

- Você deixou elas no hotel,quis ter certeza de que não passaria por nenhum sufoco.- ele me olhava com dúvida,tentando entender se tudo estava sob controle e eu afirmo com a cabeça.

Ele hesita,mas deixa o escudo encostado na parede e se aproxima de nós.