Bakugou não tinha medo de perguntar aquilo. Nem temia ferir os sentimentos do outro - aquilo poderia magoar alguém, afinal? -, só queria saber se o esverdeado gostava de si. Era algo vergonhoso de se perguntar, mas sentiu a necessidade. Não queria que ele gostasse. Queria que ele só dissesse "não" e pronto.
Mas com o Deku tudo é complicado.
— Sim? Ahn.. digo, você é meu amigo, né? Somos amigos. Gosto dos meus amigos. Gosto de você. É. Isso. — Corou, mexendo as mãos nervosamente enquanto falava.
"Gosto de você."
Talvez aquela frase tivesse grudado na cabeça do loiro. Só talvez.
— Você entendeu o que eu quis dizer..
— Não.. eu não.. — Ele coçou a nuca. — Não entendi.. não.
— Você gosta romanticamente de mim? Diz logo que não pra eu parar de paranóia, vai.
— Paranóia? — Ele pareceu confuso. — Por que isso seria paranóia, Kacchan? Não é legal alguém gostar de você?
— Isso quer dizer que você gosta de mim?
— Não! — Ele desviou o olhar. — Mas por que você acharia preocupante alguém gostar de você?
— Não falei que acharia preocupante! Eu só não gosto que as pessoas gostem de mim. — Depois que falou, percebeu o quanto aquela frase soou idiota.
— Por que?
— Por que.. quer saber? Cala a boca! Vamos buscar as crianças. — Parabéns, Bakugou, mais uma frase idiota. Se sentiu um marido falando pra sua esposa pra irem buscarem seus filhos no colégio. Idiota.
— Claro.. hm, Kacchan, você vai querer ficar com a sua pintura? — Ele pareceu desconfortável em perguntar. Como se quissesse que o loiro dissesse não.
— Por que eu ia querer uma pintura de mim mesmo, caralho? Fica pra você. Admira minha beleza nas horas vagas. — O esverdeado corou com o comentário.
Foram novamente pro carro, colocaram o cinto e foram até a escola sem trocar uma palavra. Katsuki sentia-se estranhamente decepcionado. Não entendeu por quê. Odiava sentimentos. Odiava tentar entendê-los. Odiava que eles não faziam mais sentido.
Murmurou algumas vezes no caminho sobre como odiava sentimentos. Midoriya pareceu notar mas não comentou.
— Eu vou.. vou indo, tá? Eu tinha deixado meu carro aqui, então.. — Ele disse assim que Katsuki estacionou o carro. Mais decepção. Tudo parecia deixá-lo decepcionado.
— Claro, nerd. Vai logo.
Izuku pegou a pintura e saiu do carro.
Bakugou esperou ver Midoriya saindo da escola com Nikko, pra só depois ir buscar Destiny. Não queria vê-lo de novo.
Levou a filha pro carro e colocou o cinto nela no banco de trás, depois indo pra frente e colocando seu cinto. Um pensamento de "Deku de merda" passou pela sua cabeça.
A garotinha contava como fora sua aula no caminho, e isso deixou Bakugou um pouco mais disposto e com menos ódio. Gostava de ver sua filha feliz e animada.
— ..ai eu e o Nikko combinamos de fazer um piquenique sábado! Se você e o tio Izu quiserem, claro..
— Ahn.. — Ele parou o carro. — Quer comer hambúrguer? A gente tá na frente do Mc Donalds.
— Eba! Hambúrguer! Quero nuggets e batata frita também, papi! — Disse, balançando os braços.
Ele comprou o lanche pra ela - e um pra si também, ninguém é de ferro - e eles comeram no caminho pra casa.
Quando finalmente chegaram ao apartamento, Destiny voltou a tocar no assunto que ele havia cortado no carro.
— Então.. piquenique com o Nikko e o tio Izu.. no sábado..?
Saíram do carro e andaram até o elevador, onde ela ficou encarando-o com os olhinhos pidões.
— Claro, meu amor, claro..
Que ótimo. Um piquenique com o Deku. Era tudo que ele queria. Nerd de merda. Vida de merda.
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𝐇𝐢𝐝𝐢𝐧𝐠 •立ち往生
FanficDestiny sofria bullying de um garotinho na escola, e seu pai, Bakugou, fica extremamente bravo ao saber da situação. Ele vai ao colégio para conversar com os responsáveis de Nikko - ou quebrar a cara deles por não saberem educar uma criança -, mas f...