サーティーン Sātīn

2.8K 378 296
                                    

Katsuki mandou uma mensagem para Deku, avisando que iria buscá-lo para seu passeio com as crianças no parque, para que não precisassem levar os dois carros. Por Deus,  como o irritava ter que conviver com aquele esverdedo sorridente - ou talvez se irritasse por acha-lo fofo.

Enquanto reclamava mentalmente de Midoriya, colocou sua camiseta verde (ironicamente, da cor do cabelo de Izuku), que tinha uma margarida no canto. Usava aquela roupa por que Destiny havia pedido, já que ela tinha uma camiseta igual e eles poderiam ir combinando. Não conseguiu negar, pois sua filha era.. persistente, e, bom, extremamente fofa.

Nas pernas colocou uma calça jeans azul clara com rasgos, e um tênis branco. Nunca tinha se vestido com roupas tão claras. Irritava seus olhos. Mas o que não fazia por Des.

A pequena vestia as roupas nas mesmas cores, mas no lugar de uma calça, usava uma jardineira da mesma cor da calça do pai - por que queria combinar, é claro.

— Ficamos lindos assim, papai!

— Sim, minha princesa, você é a mais linda de todas. — Sorriu. — Agora vem cá, vou fazer um rabo de cavalo no seu cabelo.

Ele já tinha acostumado a fazer penteados nos cabelos roxos da garota. Ela não gostava de deixar os fios soltos sempre.

Assim que terminou, foram para o carro e seguiram para moradia de Midoriya. Bakugou foi cantarolando "arms tonite" do mother mother no caminho.

Subiram até o apartamento do esverdeado - ele havia passado seu endereço pro loiro - e tocaram a campainha. Quando ele abriu a porta, Katsuki prendeu a respiração; Izuku estava tão bonito que o deixou nervoso.

Ele vestia uma blusa rosa solta de mangas médias igual a sua, mas com uma saia preta que ia até o meio das coxas. Bakugou não se importava com garotos - nesse caso, um homem, e que homem - usando saias. Já havia usado e achava até que deveria ser normalizado. Mas ver  ele daquele jeito.. o deixou desnorteado. Não gostou disso. O outro também usava um tênis preto com detalhes rosa, que combinava com a roupa.

— Hmm.. oi.. Kacchan.. — Disse, parecendo envergonhado.

— É, papai, bem que você disse que ia ser estranho usar essa roupa. Eu achei normal, mas o tio tá com uma cara estranha. Ele tá secando você..? Isso é bom, né? — Nikko falou, inocentemente. A criança vestia uma camiseta verde de dinossauro com bermuda e tênis pretos.

— Eu não tava secando ele! Só.. sei lá, fodase, bela roupa, nerd. Será que podemos ir agora?! — Disse, cruzando os braços. Sentiu seu rosto esquentar. Odiava isso.

— Claro! — Midoriya sorriu, parecendo não se importar com aquilo no geral. Ele tinha uma cesta grande de piquenique em mãos.

Eles foram para o carro do loiro, onde todos entraram e colocaram seus cintos de segurança. As crianças foram atrás e Izuku na frente com Bakugou.

Só quando chegaram ao parque que Katsuki percebeu que já conhecia o lugar. Viu a árvore cerejeira e sentiu vontade imediata de chorar.

— Deku, pode ir primeiro com as crianças? Eu.. vou pegar starbucks pra gente. — Disse a primeira coisa que veio na sua mente, segurando o choro.

— Sem problemas, Kacchan! — Saiu do carro com as crianças.

Katsuki começou a dirigir por ai. Ficou quinze minutos fazendo isso enquanto chorava, mas sabia que precisava voltar, e com starbucks.

Foi até o drive thru, pediu dois machiatto gelados com caramelo extra pra si e pra Destiny, e dois que tinham algo com morango pra Deku e Nikko (sabia que o esverdeado gostava de morango, então supôs que seu filho devia gostar também), não sabia dizer exatamente o que havia pedido, só que tinha morango, café e creme.

Voltou para o parque, e viu Midoriya sentado em cima de uma toalha xadrez de vermelho com branco, embaixo da cerejeira. As crianças brincavam no parque a frente dele, enquanto o mesmo comia um pedaço de uma torta. Bakugou desceu do carro e foi até ele, sentando ao seu lado.

— Trouxe essa bebida de sei lá o que com morango pra você. — Falou, entregando pro menor. Ele sorriu.

— Valeu! Eu fiz torta de limão, quer?

— Eu adoro torta de limão. — Disse, pegando um pedaço. — Hm.. obrigado.

— De nada, Kacchan!

Katsuki simplesmente não conseguia ser grosseiro embaixo daquela árvore. Podia ouvir Kirishima dizendo "não diga palavrões. seja gentil, ao menos aqui."

Chamou as crianças e entregou suas bebidas também, mas elas logo voltaram a brincar.

— Não consigo ficar aqui. — Soltou a frase repentinamente, deixando o esverdeado confuso. — Não consigo respirar aqui.

— Como assim?

— Eu to bem.. eu só.. não da. Podemos ir embora em tipo.. no máximo trinta minutos?

— Por mim, tudo bem. Acho que já é o suficiente pra eles terem brincado. — Meio hesitante, colocou a mão no ombro do loiro, o encarando. — Qual o problema, Kacchan?

— Essa droga de árvore não me deixa respirar. Você não me deixa respirar. Eu odeio isso.

— Kacchan-

— Me desculpe por dizer droga. — Kirishima sempre fazia ele se desculpar. Riu lembrando disso.

— Você tá tão diferente hoje.

— É essa árvore. — Respondeu, dando de ombros.

— Kacchan, nós somos amigos agora, certo?

— Bom.. sim. Somos obrigados a ser, eu acho. Pelas crianças. Mas você ainda me irrita. — "seja sincero, Katsuki! pode dizer a verdade aqui, o que você fala na árvore, fica na árvore."

— Então me diz, o que foi?

— Nada. Eu to bem. — Bebeu mais do seu starbucks, vendo uma pétala rosa da árvore caindo na sua perna. — Oi pra você também.

— Você.. deu oi pra pétala?

— É.

— Ok. — Ele riu de leve. O vento bateu no seu rosto e seu cabelo balançou, o deixando ainda mais adorável.

— Eu não odeio você. — Sentiu como se aquela porcaria de pétala estivesse mandando ele dizer isso. Provavelmente algo mais tipo "eu gosto de você." mas ele não seria capaz de dizer isso. De novo, ouvia a voz do ruivo na sua cabeça "não diga que odeia as pessoas quando isso não é verdade."

— Também não odeio você, Kacchan. — Disse, tirando uma pétala que tinha caído nos cabelos do loiro.

Trinta minutos passaram e eles chamaram Destiny e Nikko pra irem pra casa. Eles ficaram meio desapontados, mas foram.

Quando finalmente já estavam no carro, Bakugou respirou aliviado. Podia ser ele mesmo novamente.

— Que porra de trânsito. — Reclamou, depois gritando alguns palavrões pro cara do outro carro. — Filho da puta!

— Kacchan, as crianças...

— Cala a boca, Deku. Árvores. Porcarias de árvores. Odeio árvores. Especificamente aquela droga de cerejeira.

Foi praguejando até a casa de Deku, onde deixou ele e o seu filho.

— Foi um ótimo passeio, Kacchan.

— É, claro. — Murmurou algo inaudível.

— Hm? — Deku queria que ele repetisse, mesmo sabendo que ele não o faria.

— Papai disse que você é fofo.

— Não foi isso que eu disse!! — Gritou, corando. — Fodase essa merda.

E saiu dirigindo agressivamente.

— Sério mesmo que você gosta desse cara, pai? — Nikko perguntou quando entraram no apartamento.

— Ah.. um pouco, talvez. Ele é meu amigo. Agora vai tomar banho, anjinho. Vou fazer o jantar.

𝐇𝐢𝐝𝐢𝐧𝐠 •立ち往生Onde histórias criam vida. Descubra agora