Capítulo 2

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                         CAPÍTULO 2 

Continuamos nos encarando por alguns segundos, tempo suficiente para os dois ficarem sem ação e eu não sei porquê fiquei assim, o amor da minha vida morreu, não tem como… Não tem a menor possibilidade de algo acontecer entre mim e uma completa estranha, me volto para minha bebida e ela vai fazer, o que tem que fazer do seu trabalho. 

Depois disso decido pagar a conta e ir embora, volto para o hotel e pego os roteiros para estudar e me preparar. Sorrio ao lembrar do que Sky sempre falava sobre como eu era obstinado, ela falava assim "Hero você é muito obstinado quando quer atingir a perfeição em algo, isso é bom, mas não sempre" Ela sempre sabia quando dizer as coisas… sinto que se ela estivesse aqui estaria reclamando de alguma nesse exato momento. Sinto muita falta dela, depois do acidente eu nunca mais senti vontade de sair com outras pessoas ou mesmo conhecer garotas, eu me fechei muito e admito isso pra qualquer pessoa, foram os piores e melhores quatro anos da minha vida, melhor porquê consegui engatar na carreira que sempre quis, mas não tinha a Sky aqui pra comemorar minhas conquistas comigo...porra como sinto falta dela. 

Chego no meu quarto do hotel e vou direto tomar um banho, passo bons vinte minutos debaixo do chuveiro tentando reorganizar meus pensamos, fiquei curioso para saber sobre a garota da lanchonete mas não ao ponto de ir falar com ela e não de uma forma "eu estou a fim de você", foi apenas numa forma "aquele filho da puta estava quase te batendo" mas eu nunca ultrapasso esse limite, meu coração morreu quando Sky morreu, não tem mais volta, não tem conserto. Termino meu banho encerrando o assunto na minha cabeça e visto uma roupa qualquer, deito na cama e começo a estudar os roteiros que são para as cenas mais próximas. 

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Algumas horas depois, tenho terminado de ler dois dos seis roteiros que tenho comigo, jogo tudo para o lado e pego meu celular para chegar as mensagens, são quase nove da noite, nas mensagens tem algumas dos meus amigos, da minha irmã e só, respondo rápido pois meu estômago ronca e decido que vou descer para comer algo, pelo o hotel mesmo. 

Visto uma camisa e desço, passo por um corredor onde tem salão de jogos, uma área  social com aquelas cadeiras confortáveis e só então chego no restaurante. 

-Boa noite senhor - um rapaz me cumprimenta.

-Boa noite - e saio andando procurando uma mesa. 

Encontro uma nos fundos do restaurante e sento, outro rapaz bem mais novo que o Senhor que me recepcionou me entrega o cardápio e anota meu pedido. Enquanto a comida não chega olho ao redor, então me lembro da garota da lanchonete, quando vejo uma garota entrar no restaurante pela porta que dá para o banheiro. O jeito como aquela garota da lanchonete ficou quando discutiu com aquele cara, que deveria ser seu namorado, ex, quem vai saber… minha bebida chega, pedi uma cerveja artesanal, tomo um gole, ta muito boa. 

Não demora muito minha comida chega, não posso negar que estou morrendo de fome, então devoro a comida em poucos minutos, estava deliciosa, peço outra cerveja e uma sobremesa, amo doce. Bebo minha cerveja e fico mais um tempo no restaurante até o cansaço do dia bater forte em mim e eu encerrar a noite e subir. 

Quando subo tiro minha roupa e fico apenas com minha box preta então me deito debaixo das cobertas e antes de apagar por completo, faço uma anotação mental de que amanhã preciso ir na Universidade. 

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Acordo relativamente cedo no outro dia para visitar a Universidade de Atlanta, preciso saber como tá indo a locação, gosto disso, de saber e estar envolvido com a produção, embora não seja essa minha função, mas gosto de saber os pormenores, meus pais são diretores de cinema, então sempre cresci ouvindo sobre pré-produção, produção e pós produção e sempre tentei me envolver, não por pressão deles mas por gostar daquilo. Enquanto me dirijo ao lobby do hotel vou logo pedindo um carro pra mim, quando desço ele já está me esperando, entro e seguimos para a Universidade. 

O trajeto dura uns vinte minutos mais ou menos, o campus é enorme, mas logo encontro a locação da série. Desço do carro e sigo para perto de lá. 

-Oi você é o hero certo? -um rapaz com a blusa staff fala comigo. 

-Sou eu sim, e você?

-Eu sou Robert, assistente da produção, me disseram que você vinha hoje visitar -ele explica e me conduz para mais perto dos trailers. 

-Não sabia que estava tudo tão pronto já - avalio o local e vejo alguns alunos passando.

-Já sim, começamos semana passada para vocês poderem começar a gravar próxima semana -ele me mostra onde vamos gravar, me explica que vamos usar coisas proprias da Universidade também. 

-Isso aqui ta muito bom, vou dar uma volta por aí para conhecer mais o ambiente, obrigado Robert - agradeço a ele e saio para uma caminhada pelo campus, a estrutura é muito boa, parece que esta tudo novo, devem ter feito uma reforma recente já que sabiam que o campus ia ser usado para fins de terceiros. Continuo caminhando até chegar numa parte onde tem umas mesas mais afastadas e é a ai que escuto pedaços de uma conversa. 

-sim, eu sei - a garota fala.

-Ele é um merda por feito isso amiga, mas nós estamos aqui - outra garota fala. 

-Obrigada meninas de verdade, mas vou ter que sair, não vai ter como pagar, vou ficar na minha tia até tudo se acertar e também...eu não sei o que fazer - a garota chora, tento chegar perto ou sair, não tenho direito de ouvir a conversa de ninguém, mas quando tento sair acabo vendo quem é a garota e de onde estou ela consegue me ver e é exatamente isso que acontece, é ela, a reconheço na hora, a garota da lanchonete, ela me olha de volta mas desvia rápido seus olhos, ela definitivamente está  chorando. Saio de perto e volto quase que correndo para a locação da série,eu não deveria ter ficado escutando, muito menos ter olhado para ver quem era, droga.
Quando estou pedindo o carro para ir para o hotel, a menina passa do outro lado da "rua" ela me vê e continuando andando firme, até que ela para e dá meia volta. 

Ela está vindo para minha direção. 

-Oi -ela diz se aproximando. 

-Oi… - olho para ela esperando ela continuar e é isso que ela faz. 

-Olha a gente não se conhece, mas eu percebi que você estava escutando uma conversa particular, eu só… eu… -ela se enrola na hora de explicar k motivo de estar aqui falando comigo, percebo que esta muito sem graça e tem algo de muito triste por trás disso. Seu semblante me diz isso. 

-Eu sei que não, estou aqui a trabalho, não para ouvir conversa alheia, me desculpa mesmo, eu só estava passando acabei ouvindo uns pedaços -admito a ela que fica mais constrangida ainda, merda. Parabéns Hero, muito bem mesmo. 

-Ei, tudo bem, eu mal ouvi nada mesmo, nada de relevante, só você concordando com suas amigas, bom eu espero que elas sejam suas amigas -tendo tranquilizá-la, que por sua vez respira fundo e concorda com a cabeça em um aceno. 

-Certo, err… melhor eu ir então, obrigada por ser discreto… 

-Hero e você… ? 

-Sophia-apertamos as mãos no mesmo momento em que sinto um choque quando elas se encontram, ela sorri de canto só um pouco e depois solta minha mão, como se desse choque, ficamos sem jeito e então ela anuncia que vai embora. 

-Bom eu tenho  que ir, tchau Hero - se vira e nem espera eu me despedir.

-Tchau Sophia -me viro para os trailers e continuo minha pesquisa de campo até meu carro finalmente chegar e eu ir para o hotel. 

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