Nas mãos da víbora

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Petra Pritchett
Hospital Kendrick, Los Angeles
21 de Agosto de 1992
20:11

– Doutora Paola Kendrick, eu sei os riscos dessa cirurgia. Peço para que me deixe fazer o procedimento, Evan Chandler é um amigo antigo e eu quero estar com ele nesse momento. Sei que na medicina não cabe amizade, mas, por favor, me deixe fazer isso. Não é tão complicado e eu não vou ter como colocar a vida dele em risco, você sabe bem disso! Por favor me deixe fazer a cirurgia sozinha e só um apêndice! – digo calmamente para ela que respira fundo e acena positivamente, sorrio para ela e me levanto da cadeira de seu escritório – Você não vai se arrepender! Eu fiz medicina há alguns anos, mas sei muito bem como segurar um bisturi! – digo entre risos.

22 de agosto de 1992
21:52

– A sala de cirurgia está pronta. Você tem certeza que não quer nenhum auxiliar? Quer mesmo fazer essa cirurgia sozinha? – Paola pergunta em um tom preocupado enquanto lavo minhas mãos. Olho para ela

– Eu dou conta, e se algum coisa ruim acontecer bem, eu te chamo imediatamente! – digo enquanto lhe dou um sorriso doce

– Até depois! – ela diz com um enorme sorriso nos lábios vai até a saída e volta. Seco minhas mãos e coloco as luvas. ela me observa com seu olhar atento. Arqueio uma das sobrancelhas para ela. Sabe bem que eu odeio que me encarem, mas, nesse momento ela parece não se importar – É uma pena você estar casada – diz em um tom triste e se retira da sala

Vou até a saída. Tranco a porta por dentro. Tudo esta certo. Agora, só entrar em ação. Entro na sala de cirurgia. Todas as câmeras do hospital foram desligadas, assim, não tem nenhum registro sobre mim. Vou até a maca. Evan Chandler está com os olhos bem abertos, consigo ver o pânico em seu olhar ao me ver

– Olá Evan – dou um lindo e caloroso sorriso a ele – Estou aqui para fazer a sua cirurgia que sequer é necessária, mas, eu precisava me vingar pela dor que você está causando ao meu melhor amigo! Você não consegue emitir nenhum ruído, não consegue se mover...

– Eu sei, agora você está em pânico. É a anestesia, mas não se preocupe, você não está completamente paralisado. Vai sentir o meu bisturi abrir a sua pele. Vai sentir a agulha de sutura. Vai me ouvir assim como está fazendo agora! – sorrio para ele. Os olhos de Evan estão em um puro pânico

– Sua morte vai ser bem dolorosa! Você nunca mais vai fazer mal algum a Michael... Te vejo no inferno Evan! – digo em um tom calmo, tranquilo enquanto vou até a bandeja e pego meu bisturi.

Mariangel Lancaster
Rancho Neverland, Los Olivos
06 de Novembro de 1992
 21:53

– Querido Michael... eu sempre quis começar alguma carta assim. Eu amo essa música! Estou indo para Washington, vou trabalhar no comando do pentágono. Graças a sua revelação sobre o caso de WTC93 irei fazer o possível e impossível para que isso não aconteça. Quanto a Evan, bem, você esta livre das chantagens dele e do advogadinho barato dele. Eu dei um jeito. Cuide de Mariangel e do bebê que esta por vir, sei que vão ser ótimos pais. Talvez eu veja vocês no natal. Amo você.
             Ass: Petra K̶e̶n̶d̶r̶i̶c̶k̶ Taylor Pritchett                       PS: Não se esqueça de Ayrton.

– Contou a ela sobre a gravidez? Michael, não tem sequer seis meses! E se não for longe? – pergunto enquanto o belisco. Ele ri alto e em um pulo desce da cama e sai correndo com a carta na mão

– Eu sei que vai dar certo, até o nome eu já tenho. Oriana! – ele diz entre risos – Vamos ser pais fabulosos! Não vamos ser perfeitos, mas vamos ser pais maravilhosos – eu espero que sim. Eu morro de medo de acabar virando uma Marien da vida. Eu amo os meus pais, mas, devo admitir que a minha mãe não é uma boa pessoa, e me dói muito admitir isso.

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