Um pouco de paz

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02 de Janeiro de 1994

10:13

 Chego da minha corrida matinal, vou direto para o banho. Visto algo confortável e desço para ir a cozinha, o telefone perto das escadas toca, vou até ele

- Sim! - digo firme

- Mariangel você precisa voltar pra casa agora mesmo! - a voz do meu pai é agitada e preocupada

- O que aconteceu? - pergunto aflita, espero que estejam bem

- Sua mãe caiu da escada, torceu o pé, preciso que cuide dela enquanto faço uma viagem a negócios! - ele diz tudo em seu tom rude e firme

- Papai uma das empregadas não podem de vez em quando dar uma olhadinha nela? Michael esta passando por um momento delicado, eu não posso o deixar - escuto ele murmurar um "mal agradecida"

- Ela é sua mãe! por Deus Mariangel! - ele grita, consigo escutar ele respirando fundo - Minha filha ela precisa de você, venha por favor tenho que sair em algumas horas! - ele desliga, tiro o telefone da orelha e encaro o telefone por um tempo, sinto uma mão sobre meus ombros e logo após sinto os lábios de Michael no meu pescoço

- Esta tudo bem? - Michael me pergunta com sua voz suave, coloco o telefone de volta no gancho, o abraço, ele me aperta forte - Me conta, quem era no telefone? Sua mãe? - ele acaricia meus cabelos com sua ternura de sempre

- Minha mãe torceu o pé e o meu pai precisa que eu fique com ela porque ele vai viajar a negócios - ele se afasta e leva as mãos ao meu rosto

- Vai! Eu vou ficar bem - ele força um sorriso para mim e me puxa para mais um abraço - Você precisa cuidar da sua mãe, se fosse a minha mãe você mesma iria cuidar - ele da uma risada triste

- Promete que vai se cuidar? - digo com meu nariz em seu cheiroso cabelo que esta em cachos finos e muito bem organizados esta manhã, essa noite ele dormiu bem pouco ou nem dormiu, quando acordei ele já estava de pé, no estúdio gravando a música que fara o clipe com Lisa Marie, me sobe um forte ciume só de imaginar ele junto com ela

- Sim, eu prometo - ele diz em um tom triste, se afasta, segura minha mão direita e me puxa até as escadas, subimos juntos e vamos até o quarto, me puxa pela cintura e me beija, lentamente, fazendo com que todo o meu corpo se arrepie

- Quanta urgência - digo entre um beijo e outro, ele sorri e se afasta

- Precisa arrumar suas malas, quanto tempo vai ficar lá? - ele diz indo até o closet, ele esta tão inquieto

- Eu não sei meu amor - ele me encara, vem devagar até mim

- Fala de novo? - ele diz baixinho

- Amor? - digo arqueando uma das sobrancelhas, ele sorri com os olhos e me puxa para mais uma braço demorado, hoje ele esta mais inconstante que o comum, não sei se posso deixar ele sozinho

- Gosto tanto quando me chama assim - ele me aperta mais, minhas costas doem, ele afrouxa o abraço e me da um rápido selinho - Vai querer a minha ajuda com a mala? - ele pergunta abrindo os braços, movo a minha cabeça positivamente para ele que corre até o closet, pega uma mala, ela é média, ele pega as roupas favoritas dele, a maioria são vestidos que uma mulher dos anos 40 usaria sem problemas, e coloca um pijama dele na mala - Pra você dormir com o meu cheiro - ele me mostra os dentes e fecha a mala, vai até a porta - Wayne! iuuuhuuul! - em segundos Wayne aparece na porta, Michael aponta para a mala, ele a pega e a leva para fora - Vamos? - ele me estende a mão, a pego e descemos juntos.

 Ele vai só até a porta comigo, ele para e suspira, ele olha para o horizonte, Wayne já esta esperando por mim perto do carro

- Você não vem me deixar no aeroporto? - pergunto a ele que leva um dos dedos até a boca e o desliza até seu queixo e movimenta a cabeça negativamente

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