A culpa é minha

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Mariangel Jackson
Hospital Santa Barbara
2 de fevereiro de 1993 | 08:23

– Abre os olhinhos para ver o papai vai meu amor, não precisa ficar com ele aberto o tempo todo, só agora! Deixa o papai ver os seus olhinhos – Michael murmura com um dos nossos filhos nos braços. Cade o outro ou outra? Eu espero que ele ou ela esteja bem

– São o quê? – murmuro enquanto fecho meus olhos novamente. Eu estou tão cansada. Meu corpo esta todo dolorido como se meu parto houvesse sido normal. Embora eu nem saiba como é dar à luz em parto normal, mas, eu já vi muitos partos e as mães sempre reclamam tanto depois

– Duas meninas! – ele diz com um sorrisão lindo enquanto traz a pequena de mantinha rosa até pertinho de mim. Entrega-me e se senta ao meu lado na cama. Ele me dá um beijo na testa e me observa segurar a pequena. A trago para pertinho do meu peito. Ela ainda não abriu os olhos, coloco meu dedo indicador em sua pequena mãozinha, ela é forte – Nossa outra guerreira esta lutando porque ela nasceu bem antes do tempo! Nós tivemos uma superfetação, foi o que o médico disse – mas, quê?

– Como assim Michael explica isso direito! Não existe a possibilidade disso porque é raro! Já não basta eu ter sangue raro agora tenho superfetação! – ele da de ombros com aquela carinha fofa de confuso. Ele deve estar um pouco mais confuso que eu coitadinho – Você sabe o que é isso? – ele move a cabeça negativamente. Ok. Lá vamos nós – Quando um casal faz amor e por acaso a mulher esta gravida e ovulando, e tem o perigo de ser fecundada. Isso é bastante raro, mas, acontece! – sussurro para ele que agora parece entender

– Então elas não são gêmeas? – ele arqueia às duas sobrancelhas. Aceno negativamente para ele com a cabeça – Eu preciso estudar mais sobre isso! Bem, tudo o que o médico me disse é que a nossa pequena vai precisar ficar um bom tempo aqui no hospital. Ela nasceu bem mais pequena do que essa gigante – ele brinca

– Uma superfetação, Michael, temos que tomar mais cuidado porque somos muito férteis – digo entre risos para ele que se deita ao meu lado e me abraça com carinho – Tudo vai ficar bem, aliás, quais vão ser os nomes das nossas pequenas? – Michael se senta na cama

– Prefiro que você decida! – murmura enquanto amarra seus cabelos em um coque baixo e pega a nossa pequena novamente – Ela é tão linda, acredita que ainda não abriu os olhos nenhuma vez? Eu estou ansioso para ver os olhinhos dela quero saber se ela me puxou – ele diz entre risos 

– Oriana e Mariana, a mais velha pode se chamar Oriana e a outra Mariana! Sempre amei esses nomes, sempre me vi como mãe de meninas! – e ele pelo jeito também porque temos um quarto cheio de bonecas

– Oriana? – aceno positivamente para ele que passa o dedo indicador na testa até a ponta do nariz da nossa pequena. Ela abre os olhinhos e faz um gruído fofo. Ele arregala os olhos e começa a rir escandalosamente – ELA TEM MEUS OLHOS! – ele diz entre risadas altas. Ele esta tão bobo. Sinto-me tão realizada por dar esse presente tão lindo a ele. Tenho certeza que nossa família vai ser muito feliz.

Rancho Neverland, Los Olivos
28 de maio de 1993 | 16:56

 Depois de meses lutando no hospital, finalmente estamos em casa com nossa guerreira Mariana. Oriana está em festa. A nossa bebê que nem abria os olhos agora é a mais sapeca. Ela ri o tempo todo de qualquer gracinha que o pai faça, já Mariana é bem mais quietinha. Ela olha para todos os lados, minha pequena é tão observadora

 Eu estou encantada com as minhas pequenas. São tão novinhas, mas já se nota um pouco de como vão ser futuramente. Na cara que a Oriana vai me deixar com os cabelos em pé! Hoje vamos receber nossos amigos. Dan e Patri vão passar um tempo conosco. As pequenas precisam se acostumar com eles porque elas vão ficar bastante com eles. Michael vai começar um projeto envolvendo hospitais infantis e eu preciso o ajudar nisso

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