Bruce passou a noite inteira pensativo sobre Garfield Lynns, o Vagalume, e as letras encontradas. Mesmo se considerando muito inteligente, Bruce não conseguia decifrar o que "Duas" poderia significar previamente. Mas ainda faltavam cinco letras para serem descobertas.
No dia seguinte Bruce foi cedo para a Batcaverna pesquisar sobre o próximo nome da lista: Warren White, conhecido em sua antiga cidade como o Grande Tubarão Branco. Bruce descobriu que White vinha de Jersey City, no condado de Hudson, ao norte de Gotham City (Condado de Kane), e era um dos Senhores do Crime da Cidade. Entretanto, o Grande Tubarão Branco acabou sendo pego desviando fundos de pensão e, para se safar da prisão, transferiu o caso para Gotham City e alegou insanidade, sendo preso no Asilo Arkham.
— E desde então sem notícias do Grande Tubarão Branco. — Falou Bruce indignado após terminar de ler o arquivo. — Que merda. — Ele resmungou.
Bruce viu Alfred se aproximando e teve uma ideia, era um tanto arriscada... Mas ele precisava tentar.
— Alfred. — Chamou Bruce. — Preciso que marque uma visita minha para Warren White no Asilo Arkham.
— Warren White? — O mordomo de Bruce arqueou as sobrancelhas. — O que o senhor deseja com ele?
O Wayne mostrou-se pensativo para seu governante, Alfred não estava conseguindo ler o patrão, mesmo que isso fosse muito possível para o mordomo, que já fora espião britânico.
— Ele é o próximo nome da lista. — Bruce suspirou. — Quero averiguar ele de perto, saber como o Grande Tubarão Branco funciona.
Alfred concordou com a cabeça e se afastou para entrar em contato com o Asilo Arkham. Enquanto isso, Bruce observou a imagem de White pelo computador. Warren era um homem de cabelos loiros bem cortados e um raso bigode loiro. Sempre usando terno branco.
Em algum tempo, Bruce estava na entrada para o temido Asilo Arkham. Eram portões de grade grossas com o letreiro acima do portão indicando o nome do local. Uma placa ao lado especificava: Hospital Psiquiátrico e Asilo Arkham. Bruce entrou no senatório e foi caminhando calmamente até a recepção, onde foi informado onde estava o Grande Tubarão Branco. O magnata foi escoltado por um policial até a sala de visitas, onde ficou a sós. Sentou-se em uma cadeira da pequena mesa quadrada. Logo, White estava chegando.
Bruce não pôde deixar de se assustar. Warren, que outrora fora um belo homem estadunidense de cabelos loiros, estava agora assustador. Com cabelos raspados e pele azulada, além de brânquias no pescoço e dentes afiados. Suas pálpebras não existiam mais... era como se ele realmente fosse um tubarão.
— Senhor White? — Bruce chamou arqueando as sobrancelhas, Warren apenas concordou com a cabeça quando se sentou. Mãos algemadas pois estavam sozinhos. — Sou Bruce Wayne, quero conversar com você.
— Pode falar. — A voz de White era quase incompreensível, era como um chiado.
— Como ficou... Assim? — Bruce perguntou com seriedade, analisando bem a estética do ex chefe do crime de Jersey.
— É proibido falar. — White respondeu com um sorriso sombrio, o que enfureceu Bruce.
O Wayne e White conversaram sobre o passado do antigo Senhor do Crime. Ao sair do Senatório, Bruce estava decidido a encontrar a próxima letra com ou sem o Gordon.
O milionário voltou para a mansão Wayne e já pediu as novidades para Alfred, que prontamente estava respondendo.
— O Asilo Arkham entrou com um recurso contra o Comissário Gordon, tentando impedir o mandado de busca. — O Mordomo falou com sua profissionalidade habitual.
— Droga. — O Wayne resmungou... Isso iria atrapalhar tantas coisas! — Alfred, quero que encontre as plantas do Asilo Arkham. — Bruce falou sério.
O mordomo então fez o que seu patrão pediu e Bruce estudou as plantas do Asilo com atenção até formar um plano para invadir o local.
— Vou entrar pelo sistema de esgoto. — Bruce falou apontando o local com o dedo indicador. — Em seguida vou migrar para o sistema de ar. — Ele suspirou. — Vou seguir para o quarto do Grande Tubarão Branco e vou entrar. Vou nocautear ele e procurar a letra. — Ele falou com simplicidade.
Alfred concordou pensativo. Tudo parecia estar friamente calculado para não ter erros... Alfred se sentia orgulhoso por ter criado bem o garoto Wayne.
— Certo. — Alfred resmungou e suspirou em seguida. — Vou preparar seu traje, patrão Bruce.
O Wayne apenas concordou e em algumas horas ele estava de uniforme, pronto para invadir o Asilo Arkham. Bruce fez como o planejado: entrou pelo encanamento de esgoto e caminhou pelas calçadas do local. Seguindo a rota planejada pelo Wayne, ele migrou para sistema de ventilação e foi se rastejando por lá até chegar no quarto de Warren White, o Grande Tubarão Branco. Desparafusou a grade de ventilação e entrou no quarto. White ainda dormia.
Bruce olhou em volta com uma lanterna e ficou levemente assustado ao olhar em um canto... Ossos... humanos. O Wayne interrogou à si mesmo o porquê de ter ossos humanos em um quarto de um doente psicológico. Nenhuma resposta coerente veio à mente do Vigilante de Gotham. Entretanto, quando o Homem Morcego esticou sua mão para pegar um dos ossos ele sentiu uma rasteira. Estava sob ataque!
Bruce conseguiu dar um mortal para evitar cair, conseguindo vislumbrar em seguida o rosto de quem estava o atacando... Warren White! O Grande Tubarão Branco tentou atacar o Wayne, que segurou os braços do atacante e atingiu seu abdômen um chute. White fingiu atordoamento e e conseguiu pular no pescoço de Bruce, entretanto, por mais afiados e fortes que seus dentes fossem... O traje do Wayne era ainda mais resistente. Foi assim que Bruce conseguiu atingir o pescoço de White e o desmaiar. Foi exatamente nesse momento que Bruce focou em encontrar a próxima letra. Ele revirou o quarto de cabo à rabo, mas não encontrou nada... Somente uma pessoa poderia talvez saber: Warren White.
Bruce colocou o homem-tubarão na cama e o fez acordar com uma injeção de adrenalina. Assim que o homem acordou, Bruce pressionou seu peito com as mãos para que ficasse preso na cama.
— Escuta, Sarkboy. — Bruce falou com seriedade. — Onde está a letra? — O Wayne cerrou seus olhos.
— Ele não me deixa falar. — O Grande Tubarão Branco riu alto. — Ele vai me matar se eu contar.
— "Ele" quem? — O Wayne indagou curioso. White estaria se referindo ao mandante de tudo? Talvez.
— Ele tem dois rostos. — White riu novamente, era como se debocha-se do Batman.
Bruce irritou-se e levantou seus punhos para socar o rosto do Tubarão Branco, mas este abriu sua boca e pôs sua língua para fora, revelando uma tatuagem na mesma: um C.
Bruce levantou suas sobrancelhas. "D", "U", "A", "S", "C"... O que tudo isso poderia significar?, era o que o Wayne pensava.
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𝘽𝙖𝙩𝙢𝙖𝙣: O ɪɴɪ́ᴄɪᴏ
Mystery / ThrillerEm seu terceiro ano como o Homem Morcego, Bruce Wayne resolve um dos casos mais complexos de sua vida, em 2008, enquanto relembra sua trajetória para se tornar o Cavaleiro das Trevas