I Always Get What I Want

"Você aceita?"

~Sandra point of view~
"Seu pai vai acabar entendendo Cate, assim como minha mãe." Eu acariciava seus cabelos cheirosos calmamente, parecia ser shampoo de capim-limão.
"Eu não sei, só sinto muita falta da minha mãe..." ela deu uma fungada na última palavra.
Apertei ela mais contra meu corpo. Enfiei meu rosto entre seu cabelo. Estávamos deitadasna minha cama, mais ficávamos aqui agora.
"Eu sei bebê, eu sei... dói demais... mas se sua mãe quisesse, ela poderia te ligar..." eu tentei falar o mais calma possível. Eu sei que doeria, mas ela precisava ver a verdade.
Senti ela me apertar mais."Eu tenho você." Sua voz saiu abafada, porque ela estava com a cabeça bem no meio dos meus peitos. "Obrigada por me dizer isso. Mas são meus pais, entende?" Ela levantou acabeça, um olhar intenso e triste. Era quase como se sentisse solitária. E eu só queria fazer ela ficar bem.
"Entendo amor! Ninguém pode preencher o vazio que a falta dos pais deixa... eu passei exatamente por isso, e eu sinto tanto por você!" Beijei sua testa carinhosamente. Eu amei tanto essa mulher, amo pra porra! Sinto que a quero para sempre.Ela voltou a deitar a cabeça no meu colo, puxou minha camiseta um pouco pra cima e começou um carinho gostoso na minha barriga. Isso foi algo engraçado que eu percebi, depois que começamos a namorar de verdade, tínhamos ambas essa necessidade de sentira a pele da outra. Era quase automático. Uma pele do ombro, a barriga, o rosto, ou qualquer outro lugar de fácil acesso.Era engraçado também que nada realmente mudou. Quer dizer, eu continuava irritando ela pra caramba, ela ainda era mandona comigo, riamos quando de bom humor e brigávamos algumas vezes. Mas a cada dia que passava, eu tinha a certeza de que Catherine EliseBlanchett era a minha alma gêmea, a mulher da minha vida, minha cara metade...É, de fato eu estava sendo muito clichê romântica nesse relacionamento.
Mas como evitarquando se está completamente apaixonada?
"Sabe o que eu lembrei? Das diversas vezes que você disse, o que eu achava serem brincadeiras, que iria se casar comigo. Lembra disso?" Ela se apoiou no cotovelo, me olhando agora com curiosidade.
"Nunca foi brincadeira, sempre soube que eu iria envelhecer com você." Ela estava com um sorriso bobo, um pouco vermelha. Até quando eu vou admirar essa mulher? Bom, tenho certeza de que pra sempre.
"Eu não conhecia esse lado tão doce seu, mas tô amando você me paparicando, me mimando... um sonho amor." Era muita melação. Mas fodasse, eu gosto disso.
"Do que você me chamou mesmo?" Ela revirou os olhos, mas acabou sorrindo.
"Para com isso, não vou ficar te chamado de amor se toda vez você fizer um escândalo!"
"Ah, mas você fica taaaaao linda me chamando assim bebê..." eu exibi meu melhor biquinho pra ela.
"Amor? Amorzinho? Amoreco?" A cada nome ela ia mordendo um espaço do meu pescoço,me causando arrepios e risadas.
"Só amor já está bom bebê." Ela riu comigo. Nesse momento, ela parece leve, sem nenhuma preocupação em seu coração e isso me deixa feliz. Sinto seu corpo relaxar, conforme riamos. 

"Então... você aceita?" Cate levantou a cabeça pra me olhar, o ponto de interrogação no seu rosto me fez rir novamente.

"Aceitar o que Sandra?" Eu ri de novo do seu tom exasperado, não era a primeira vez que eu brincava sobre o pedido de casamento. 

"Uma pizza? De queijo?" Ela revirou os olhos e me deu um beliscão na barriga. "Aiii, doeu ta?"

"É pra doer mesmo!" Mas contradizendo a si mesma, acariciou o local. Beijei seus cabelos e levantei da cama, escutando reclamações sobre como não iriamos encontrar novamente a mesma posição confortável. 

"Será que você pode relaxar um pouco?" Eu disse antes de sair apressada do quarto, meu coração batendo a mil por hora. Será que ela iria gostar? O Bob disse que sim... chega de neura, o que tiver que ser será.

"Sandra, vem aqui! Depois a gente pede essa pizza..." Eu já estava com a pizza na mão, a caixa ainda quente. um cheiro gostoso saindo dali. Mas nem isso diminuiu meu nervosismo.

Andei calmamente até meu quarto, segurando a caixa com as duas mãos. Definitivamente eu estava tremendo. Logo que Cate viu a caixa de pizza pulou na cama, alegre como uma criança, um sorriso largo e lindo em seu rosto.

"Sua cachorra! Já tinha comprado? O cheiro tá ótimo! Hmmm... Passa pra cá!" Porém eu estava parada na porta, admirando a cena, tentando conter meu nervosismo. E se ela rir? Se ela não gostar?? "Sandra? Você esta bem?" Ela se levantou preocupada, vindo em minha direção. 

"Você aceita?" Porra, sério isso?Porque estou tão nervosa? Eu nunca fiquei nervosa pra nada nessa vida e com Cate... Tínhamos toda intimidade do mundo. Tentei respirar fundo e acalmar meu coração.

"Eu aceito a sua pizza Sandra, de todo meu coração!" Ela revirou os olhos e fez um drama teatral abrindo a caixa, como se fosse uma caixinha de aliança. E então, foi a vez dela paralisar. Bom, acho que é porque bem no meio de todo aquele queijo, tinham duas alianças de noivado. Ela olhou pra mim e... riu. Merda. Puta merda. Ela vai rir de mim pra sempre.

Eu ainda estava parada quando ela me surpreendeu, tirou a caixa de mim e me beijou como se não houvesse amanhã. Quando o ar nos faltou eu fiz a pergunta que lutava a uns minutos pra sair.

"Isso é um sim?" O nervosismo ainda presente na minha voz.

"Meu Deus, o que é preciso eu fazer pra você entender que é isso é um sim?" Ela perguntou colocando as mãos no quadril.

"Eu tenho algumas idéias..." Eu fiz de tudo pra manter o tom sensual, mas eu estava aliviada demais e muito feliz.

"Você é ninfomaníaca! Só pode!" Eram tantas risadas num curto espaço de tempo, adoro ouvir essa risada.

"Você... gostou?" É, eu estava preocupada sobre ela gostar ou não. Eu pensei em tanta coisa, levar ela pra Paris, ou em alguma praia paradisíaca... Mas já estivemos em todos esses lugares e eu queria algo único e só nosso. Só que talvez, não tenha sido uma boa idéia.

"Está brincando comigo? Eu amei! Foi tão original e fofo!" Ela foi até a pizza que agora já estava fria e pegou as alianças. "Me deixa adivinhar, essa aqui é a minha?" Mostrou a aliança com um pequeno diamante brilhante. Assenti com a cabeça. Ela pegou a outra, bem mais simples e colocou no meu dedo e beijou minha mão. Entregou-me a aliança dela pra eu poder fazer o mesmo.

"Minha noiva!" Ela sussurrou em meus lábios.

"Sua noiva!" E então, ela me beijou.