I Always Get What I Want

É sempre nessa parte que eu acordo

~Cate point of view~
Eu não bebi nenhuma gota de álcool naquela festa. Sandra foi grossa e me evitou durante algumas horas. Aquilo estava cansativo, eu só queria a atenção dela, finalmente tentar algum diálogo. Mas é claro que as coisas tinham que ser difíceis! Minha amiga estava bebendo todas, jogando cantadas… aquilo estava me irritando demais.
"Parece que você está num enterro e não numa despedida de solteira!" Gesine veio falar comigo de novo, eu estava sendo uma péssima convidada… eu dei aquele famoso sorriso sem graça. "Eu acabei de conversar com ela…" Meu coração deu uma acelerada, não sei porque. Gesine não sabia de nada. "Ela está um pouco chateada, pelo noivado… você nem comentou nada com ninguém…" Meu Deus eu queria matar Andrew. Uma raiva que eu não gosto de sentir tomou conta de mim.
"Gesine, eu e aquele imbecil, não temos nada! Essa tarde eu terminei com ele. Eu não sei o que deu naquela mula de falar isso!" Eu estava com as mãos fechadas, pronta pra socar alguma coisa. Tremendo pra ser a cara dele.
"Então vai falar com a Sandra! Ela tá bem puta!" Eu revirei meu olhos, quanto drama! Eu vou acabar com isso agora! Dei um abraço apertado na minha futura cunhada, agradeci e disse que ela seria muito feliz. Ela me informou onde mais ou menos Sandra estava dançando.
Eu andei decidida, meu coração quase saindo pela boca de medo. Não de ser rejeitada agora, mas pelo futuro. Agora, seria fácil ela ficar comigo, mas e depois?
Amanda estava abraçando Sandra por trás, eu não consegui ver o rosto dela. Só as costas da Amanda e os cabelos da minha amiga. Eu estava para ir embora dali, quando Sandra virou de frente pra Amanda. Ela parecia bem irritada, se afastando da cobra. Eu caminhei rápido até às duas, sem nem pensar no que eu tava fazendo.
"Algum problema aqui?" Sandra me olhou assustada.
"Nenhum. Cadê seu noivo?" Essa cobra, tá fazendo de tudo pra me tirar a paz.
"Não existe noivo nenhum! Andrew se enganou, apenas." Eu disse olhando pra Sandra. Torcendo pra ela percebeu que era a pura verdade. Ela riu sarcástica… merda. Peguei em sua mão, olhando pra ela, suplicando silenciosamente.
"Isso aqui já virou palhaçada!" Amanda cruzou os braços. Expressando tédio.
"Já mesmo! Você poderia ir dançar em outro lugar?" Eu quase caí no chão de alívio quando finalmente Sandra disse alguma coisa.
"Sandra…" Eu queria me abrir com ela, dizer tudo que estava apertando meu peito. Coragem Cate, coragem!
"Eu só quero dançar com você, pode ser?" Toda a vontade de me abrir, foi destruída. Mas tudo bem, afinal não era o momento certo. Ela estava completamente bêbada, talvez nem lembrasse de hoje.
Sandra agarrou meu quadril e me puxou pra perto, cheirando meu pescoço. Acariciei seus braços, seus ombros, abracei seu pescoço enquanto uma música lenta e sensual nos envolvia numa bolha. Nada mais importava, estar ali, naquele abraço fez todo o sentido. Eu senti um alívio tão grande… sabe aquela sensação de voltar pra casa depois de ficar muito tempo fora? Era exatamente isso, só que mil vezes melhor! Sandra sempre foi um porto seguro para mim.
Senti ela suspirando, beijando minha pele sensível. Um fogo ardente subiu pelo meu corpo, incendiando cada cantinho de desejo. Todas as vezes que ela fazia qualquer graça, eu simplesmente me afastava, então eu nunca explorei isso, esse desejo desmedido. Eu suspirei entre uma mordida e outra. Suas mãos percorriam minhas costas, me apertando ao máximo contra ela. Sandra conseguia ser fria e grossa num momento, quente e intensa em outro. Estava insuportável suas carícias ousadas. Eu queria mais, eu sempre quis mais. Porra!
"Me beija Sandra, pelo amor de Deus, me beija!" Eu estava tremendo. Eu disse isso mesmo? Agora não tinha volta. Fodasse, eu quero isso.
Ela me olhou surpresa, me analisando. Talvez ela esperasse que eu disse 'pegadinha do malandro', ou sei lá. Calmamente ela encostou sua cabeça na minha, me olhando, desejando minha boca. Estávamos tão perto, vi quando ela suavemente molhou os lábios com a língua. Meu Deus, que perdição. Me apertou ainda mais, para só então encostar seus lábios nos meus. Eu juro que eu nunca tinha sentido nada tão intenso na vida. Eu devia ter beijado essa mulher muito antes!
****
Estávamos em um táxi, que noite! Eu custei a acreditar… os beijos… Andrew atrapalhando de novo… Só de pensar no imbecil, eu queria matar. Mas mereceu tudo o que eu disse, acho que eu peguei pesado… ele até chorou.
"Você é tão linda, bebê." Sandra encostou a cabeça no banco do carro, a maquiagem borrada, o cheiro de bebida… acho que sem querer ela se banhou de um copo de caipirinha. Eu sorri de seu elogio sincero, porque bêbadas são sinceras… certo? Eu acariciei seu rosto, fechou os olhos apreciando o toque. "Isso é tão… bom? Maravilhoso?..." Acho que ela estava com dificuldade para nomear o sentimento de nos tocarmos, eu me sentia do mesmo jeito.
"Eu te amo Sandra. Demais! Mas você me irrita." Será que ela iria lembrar disso tudo amanhã?
"Acho que eu te amo bem mais, sabe? Tipo, muitão!" Eu ri da forma fofa que ela disse, meu coração acelerou mil vezes. Bêbadas são sinceras, pelo amor, que sejam mesmo!
"Eu quero te beijar mais, mas é sempre nessa parte que eu acordo…" Ela fez uma carinha tão triste, tive que rir novamente. Se fosse um sonho, eu iria acordar e fazer isso outra vez! Eu não tinha mais medo. Eu vou ser feliz agora. Vou fazer tudo pra não me arrepender depois!
"Se tudo isso for um sonho, nós vamos tornar realidade! Ok?" Eu segurei sua mão e beijei selando essa promessa.
"Promete mesmo Cate?" Ela estava com medo, eu também. Mas agora que cinquenta por cento estava resolvido eu poderia relaxar e beijar ela mais um pouco.
"Sandra, você é o amor da minha vida!"