I Always Get What I Want

Pesadelo?

~Cate point of view~
Estávamos no carro, a caminho da loja de vestidos. Depois teríamos que ir a floricultura conferir se estava tudo ok com as flores, ainda tinha o buffet e por último iríamos ao shopping, pois segundo Gesine era a única forma de relaxar depois de um dia estressante. Eram apenas 8h da manhã e eu já estava cansada. Só queria ficar pensando em tudo que eu precisava pensar. Aproveitei que estava sozinha no banco de trás para ligar para Bob, conferir se ele estava cuidando de Waterloo, estava com saudades do meu cachorro. Ele me ouviria lamentar e chorar, ficaria comigo até eu dormir. Eu estava muito chorona ultimamente. Não sou assim.
"Tá com saudades dele. Desculpa por isso bebê." Sandra abaixou o volume do som pra falar comigo. Ela não fez uma pergunta, só constatou. Me abracei.
"Ele tá bem, Bob tá cuidando dele pra mim. Até me mandou umas fotos." Eu ri um pouco, fotos borradas. Porque ele é um cão histérico, que eu amo.
"Aposto que estão borradas!" Sandra riu também. Viu? Até ela conhece meu cachorro doido e bagunceiro.
"Ele deve estar destruindo a casa do Bob, muito ansioso." Eu ri mais um pouco, imaginando a bagunça. Mas feliz por ele estar bem.
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A loja era chique, toda branca com detalhes dourados. As vendedoras com sorrisos mecânicos. Uma gentileza programada e superficial, só queriam vender. Gesine provou, pelo que parece ser a milésima vez o vestido de noiva. Ela realmente ficou linda! Olhando pra ela me imaginei ali, com aquele mesmo sorriso feliz e ansioso. Sandra olhava pra ela com aquele orgulho bobo de irmã, assim como olhei para meu irmão quando ele estava de paletó, sorrindo ansioso.
Não consegui parar de olhar para ela, admirando a irmã, dando palpites, elogiando… ela conseguia ser extremamente doce quando queria, lembrei novamente do nosso momento do escritório. A forma como ela beijou minha testa e disse que iria ficar do meu lado qualquer fosse minha escolha (por mais que ela odiasse Andrew), me daria total apoio. Foi como se um enorme peso tivesse sido tirado dos meus ombros. Mas o desânimo pelas decisões que eu ainda não tinha tomado estava me matando. Gesine tirou o vestido e quando voltou disse.
"Agora, vamos escolher nossos vestidos de festa. Eu estava pensando em um vermelho pra você Cate. O que acha?" Gesine perguntou enquanto Sandra olhava alguns vestidos pretos.
"É, pode ser." Gesine me olhou chocada. Tentei arrumar a situação. "Desculpa, estou um pouco distraída. Eu gosto de vermelho. Que tipo de modelo?"
"Eu já tenho um em mente, vi ele na semana passada. Fiquei apaixonada, mas não gostei dele no meu corpo. Acho que pra você iria ficar perfeito!" Ela me levou pela mão até o bendito vestido. De fato, era lindo. Mas não me sentia nenhum pouco a vontade pra usar aquilo, não era como eu estava me sentindo no momento. Queria mesmo era um terno confortável.
"É lindo mesmo Gesine, mas acho que você deve ficar com ele."
"Mas nem pensar! Olha, pelo menos prova ele ok? Se não gostar, podemos olhar outra coisa." Eu suspirei e sorri.
"Claro, porque não?" Peguei o vestido e fui para os provadores.
"Vou chamar Sandrinha, ela com certeza vai querer te ver nesse vestido!" Porque ela disse isso?
Foi um pouco complicado vestir, depois de alguns minutos consegui, só faltava subir o zíper que ficava do lado. Antes de sair me olhei no espelho e uau! Tinha ficado perfeito, cada curva do meu corpo, ficou desenhado com o vestido. Definitivamente eu teria que levá-lo. Suspirei antes de sair. Quem me viu primeiro foi Gesine, ela deu um assovio e me elogiou. Sandra falava ao telefone de costas para nós, com algo preto pendurado no antebraço. Quando escutou o rebuliço da irmã, se virou.
"Não, esses documentos estão prontos. Só preciso que envi…" Sua frase foi cortada, assim que me viu. Eu fiquei paralisada, a forma que ela me olhou, porra. Senti meu rosto e meu pescoço queimar, não era timidez, sei lá, parecia que ela estava me devorando com os olhos. Era palpável a energia que eu sentia no ar agora.
"Porra!" Foi o que ela disse. "O que? Não! Só envia pra mim esse documento." Ela disse para o telefone, mas ainda olhava intensamente para mim. Gesine entrou na minha frente e começou a falar o quanto eu tinha ficado maravilhosa. Que todos os padrinhos iriam me querer e blá blá blá. Sandra passou por nós e entrou no provador. Não demorou muito para que ela saísse com o próprio vestido escolhido. E porra, era o mesmo vestido do sonho. Eu não podia acreditar.