Vem comigo bebê?

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~Sandra point of view~

"Você vai comigo ou não, porra?" Eu já estava cansada da indecisão da Cate. Era uma resposta simples, ou ela iria comigo no casamento da minha querida e amada irmã, ou não. "É sim ou não, da pra falar logo?"

"Não é só sim ou não, te conheço bem Sandra. Você vai encher meu saco até eu dizer sim. Mas não é uma simples viagem, é uma maldita semana inteira. Fora os dois dias pra chegar, mais dois dias pra voltar! Eu tenho responsabilidades aqui, sabe?" Enquanto falava seu monólogo, arrumava algumas coisas da casa que o cachorro tinha bagunçado. Eu ri, porque ela estava toda descabelada. Ela parou, respirando fundo. A paciência tinha ido embora.

"Você pode trabalhar pelo notebook que eu sei, então qual é o drama? Tá saindo com alguém? Da pra viver sem sexo alguns dias, bebê." Ela revirou os olhos e continuou organizando, não deixei de reparar na bunda quando ela ficou de quatro pra pegar algo embaixo do sofá. Bendita seja essa bunda. 

"Bom, então saímos daqui na sexta ok? Não precisa levar presente tá? Eu vou comprar alguma coisa pra ela." Cate se levantou e quase caiu no processo. "Isso aí é velhice hahaha." Ela veio pra cima de mim querendo me bater, foi mole segurar a velha. "Se vai me bater? Eu sou um bebê!" Fiz um biquinho. Ela apenas foi pro quarto, bufando, pisando duro e irritada. De lá, ela gritou.

"Eu vou, Sandra, eu vou. Mas na primeira graça sua, eu volto! Tá me ouvindo? Eu volto! E você que se foda com a sua família!" Cate, Cate... Eu sempre consigo o que eu quero.

********

Sexta, desânimo total. Mas ainda bem que a Cate vai comigo. O dia passou tão rápido, coisa que eu não queria. Eu mandei mil mensagens confirmando a nossa viagem, até ela me ligar e mandar eu me ferrar. Para então pedir pra eu ficar calma. Ela não é uma fofa? Às 19h em ponto, vejo o Civic dela estacionado na frente de casa. Babei de ver ela de vestido e um óculos escuros. Precisava? Não, mas a classe dela é outra. Rica e gostosa. Uma pena que não é sapatão.

"Nossa, tá querendo matar quem?" Eu não consegui disfarçar, olhei aquele mulherão de cima a baixo.

"Eu disse, na primeira gracinha..." Ela deu aquela virada dramática voltando pro carro, eu segurei firme na cintura dela. Falei bem baixinho no ouvido dela: "onde você pensa que vai, bebê?" Senti a pele dela arrepiar. Delícia essas provocações. Ela gosta que eu sei.

"Sandra, eu já falei que não gosto desse tipo de brincadeira! Que merda!" Ela se debateu um pouco, mas só soltei quando dei um beijinho no pescoço. 

"Dá pra relaxar? Eu tô o dia todo estressada com essa viagem, você sabe que eu não queria isso. Preferia ficar aqui fumando maconha com você." Percebi que ela amoleceu um pouco, passou a mão no meu braço, um gesto muito carinhoso e fofo. Estranho como isso quase, quase me fez chorar. Que ótima pessoa essa mulher é. Que sorte eu tenho!

"Você sabe que eu parei a muito tempo não é? Só você que fuma todas as vezes." Cara, o riso dessa mulher te leva para um estado de paz... Sei nem explicar.

"Tá, é verdade isso. Mas é legal ficar chapada com você me olhando." E era mesmo, ela entrava na minha onda sem uma tragada. Ria comigo, aceitava uns roles estranhos que eu sugeria. Ela sempre tava ali, me protegendo.

"Ok, Bob. Vamos? Pegou tudo? Comida?" Tá, deixa eu explicar. Uma vez estávamos fumando e a Cate disse: "é tão estranho falar que estamos chapadas" rimos feito loucas, então eu disse: "tá, da próxima vamos dizer que estamos Bob, só a gente vai entender" e rimos de novo. Então isso virou uma piadinha interna. 

"Eu sou Bob agora? Mas é você que tá sempre de larica, não para de pensar em comida!" Ela já tava pegando minhas coisas e colocando no porta malas. 

"Bullock, comida na estrada é cara e ruim. Você bem sabe! Deixa de fazer piada com tudo." Ela tá de mal humor? Porque será? Homem, certeza.

"Fala aí, desabafa aqui comigo." Fechando o porta malas, ela olhou pra mim.

"Eu não quero falar disso agora. Só deixa pra lá, tá? O foco aqui é você." Eu não disse que ela é uma fofa quando quer?

"Para bebê, eu posso super focar em você agora." Eu não disse nas más intenções, mas claro que ela achou que sim.

"Continua com isso, vai. Só mais uma vez!" 

"Eu falei sério Cate, você também importa e muito aqui." Com um suspiro ela entrou no carro, ela não tá bem.

"Você vem?"

"Eu lá tenho outra alternativa?" Califórnia nos aguarde. Adeus querida Nova Iorque.

I Always Get What I WantOnde histórias criam vida. Descubra agora