Prólogo

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"Oi, mãe! Gostaria de começar dizendo que amo muito a senhora, o papai e as meninas, mas eu preciso ir embora. Eu sei que deve ser difícil ler isso, mas eu tenho que ir. Não estou indo para sempre, só apenas por algum tempo. Sei que é clichê, mas preciso saber quem eu sou."

Deixo a pequena carta em cima da mesa da cozinha, sei que ela vai encontrar logo de manhã cedo.

Pego as minhas coisas, que apenas consiste em uma mochila com somente o necessário.

Será que é a decisão certa?

Deixar a minha família para viajar pelo país?

Eu nem sei para onde vou?

Eu nunca imaginei fugir de casa, sempre tive tudo e sou muito grata a isso, mas de uns meses para cá tudo mudou.

Eu achei que tivesse a vida perfeita e que eu fosse perfeita, pelo menos eu tentava ser. Mas há um mês atrás eu me formei no ensino médio e percebi que durante esse três anos, ou melhor dizendo, a minha vida inteira, eu não fiz nada.

Minha mãe sempre diz que adolescentes são inconsequentes e cometem erros, mas eu nunca fui assim. Eu sempre me privei de tudo para ser a garota perfeita e passar na universidade de medicina.

Mas adivinhem... Eu não passei!
Estudei de forma absurda para isso e não consegui.

Aí eu me toquei que eu ia fazer 18 anos e eu nunca tinha feito coisas que os adolescentes fazem.

Eu desperdicei a minha vida.

Mas... eu posso resolver isso.

Saio de casa o mais rápido possível para não tentar voltar atrás e para que os meus pais não me peguem fugindo.

Entro no carro do meu avô. Esse carro está há cinco anos parado na frente de casa, meu avô não o dirige mais, mas deixa ele ali. Eu sei que ele ia me dar de aniversário esse carro antigo de manhã, quando todos acordariam e me dariam "Parabéns". Então eu não estou roubando, estou apenas pegando o meu presente adiantado.

Está de madrugada, o melhor horário para fugir, ninguém poderia me impedir.

Eu ando pela cidade, é final de semana, os estabelecimentos estão todos abertos, o que faz com que Belém fique iluminada e tenha pessoas andando o tempo todo.

Logo a paisagem iluminada é trocada por uma mais escura. Os bares e boates agora são apenas árvores e mato.

Eu não sei muito bem para onde estou indo, só sigo a estrada. Só sei que estou dirigindo há muito tempo, já devem ter passado horas desde que saí de casa e sei que não vai demorar muito para amanhecer.

Eu estou em paz, é a primeira vez que fico sozinha, só comigo mesma, enquanto a brisa da noite me acolhe. Mas ao mesmo tempo estou eufórica, essa sensação de liberdade é incrível.

Eu não tenho muito bem um plano de viagem, porém tenho um plano para a viagem, eu fiz uma lista de coisas que eu quero fazer.

Eu sei, eu sei... Eu poderia ter feito tudo na minha cidade, mas tenho certeza que ou os meus pais e amigos não deixariam ou iriam me julgar muito, e devido a isso eu não conseguiria realizar todos os itens.

O carro faz um som estranho.

Ele começa a diminuir a velocidade.

 —Meu Deus! — grito. —Isso não pode estar acontecendo! Que ideia genial, Lia! Por que não fugir de casa não é mesmo? Agora você vai ficar aqui, no meio do nada! - digo para mim mesma.

Avisto um pequeno bar de madeira um pouco mais a frente e encaminho o carro para lá. Deve ter alguém ali que pode me ajudar, não é mesmo?

—Tudo bem, lia. Você só vai entrar lá, pedir um pouco de gasolina, voltar para casa, colocar um pijama e ir dormir. Pronto. Tudo resolvido! Desista desse plano maluco! 

                                                                        ~♧~

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