❝My Youth Is Yours {Jung Hoseok}

Trinta e Nove

Estou tão cansada, tenho que domar minha mente
Antes que eu fique muito frustrada.
— Everybody loves you.

Seo Yeon.

Eu me perguntava qual era a dificuldade de Hoseok em me ouvir. Já havia dito centenas de vezes para evitar as demonstrações de afeto enquanto estivéssemos trabalhando. Talvez a culpa fosse minha. Eu nunca deveria ter aceitado trabalhar na BigHit ou talvez... Aquela foi a primeira vez que cogitei não ter me apaixonado ou ter me envolvido com ele.

Os olhares de reprovação que recebi e os cochichos que rolaram após ele ter voltado ao palco me quebraram. Aquilo foi o suficiente para eu perder de vez o meu chão. Mesmo tentando respirar fundo, a vontade de chorar me atingiu com tudo. Apenas me sentei em um canto e coloquei o meu rosto entre minhas mãos, tentando controlar as lágrimas que insistiam em rolar.

Pelo menos eu tentei não atrapalhar e nem incomodar ninguém, mas em troca, recebi gritos dizendo o quão o meu trabalho era inútil ali e que se eu não aguentava aquilo, eu deveria simplesmente ir embora. Não tive forças para revidar nada. Sabendo que eu perderia a minha razão caso tentasse protestar, apenas me levantei e decidi ir embora.

Depois de recolher minhas coisas, simplesmente saí do local em que o show acontecia. O vento frio do outono londrino tocou o meu rosto, me fazendo me encolher ainda mais dentro do casaco. Do lado de fora, haviam várias pessoas que já aguardavam o show do dia seguinte. Me questionei se todos estavam bem e agasalhados, não deveria ser fácil ficar tantas horas em uma fila. O amor do ARMY pelo BTS era realmente imenso e incontestável, assim como o contrário também era verdadeiro.

Caminhei pelo local por um bom tempo, aproveitando para perguntar se algumas pessoas estavam realmente bem. Alguns me reconheceram e pediram fotos, foi realmente um momento bem estranho. Eu não sabia que tantas pessoas me conheciam. Ainda assim, aquele pequeno momento com os fãs, fez eu me esquecer de todos os meus problemas.

Após isso, peguei um táxi e fui até um restaurante aleatório que não ficava muito distante do hotel. Me sentei sozinha em uma mesa e pedi algo para comer, juntamente com uma taça de vinho cara. Eu não bebia há meses, mas achava que aquele era um bom momento para quebrar o meu jejum do álcool.

Milhares de pensamentos rondavam a minha cabeça sobre o que fazer naquele momento. Talvez fosse melhor eu deixar a BigHit de vez. Eu não precisava mais daquele trabalho, havia continuado por gostava dele, mesmo sabendo que fazia mais do que as minhas obrigações. O que me preocupava era valor que eu teria que pagar pela quebra do contrato... O meu prejuízo seria enorme.

Acabei não tomando nenhuma decisão precipitada. Eu precisava pensar naquilo com calma, afinal a minha carreira estava em jogo.

Depois de pagar a conta, deixei o restaurante e decidi ir a pé até o hotel já que não era muito longe.

Foi uma péssima idéia.

Eu esqueci que não estava na Coréia e que não era tão seguro assim andar pela rua sozinha depois das onze da noite. Apesar de eu adorar caminhar, estava me sentindo um pouco assustada. Recebi assobios e cantadas de estranhos, aquilo era extremamente desconfortável.

Me senti aliviada ao avistar o hotel e aumentei ainda mais o meu passo, mas me se assustei quando subitamente alguém agarrou meu braço e prendeu o meu pulso.