Dezenove

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Seo Yeon.

Mamãe! — Vejo o seu sorriso enquanto corro pela areia com ela atrás de mim.

Venha aqui! — Ela chama.

Era mais um de nossos felizes finais de tarde em família. Papai e mamãe haviam me levado a praia mais próxima como de costume. Eles sempre faziam isso em suas folgas do Café e eu amava. A areia gelada acariciava os meus pés enquanto eu corria, brincando com os dois.

Papai, não deixe a mamãe me pegar! — Peço, correndo em direção aos braços do meu pai.

Não vou deixar! — Ele diz, já abrindo os braços para me receber, mas antes que eu consiga chegar até ele, tropeço e caio de cara na areia.

Sinto areia entrar em minha boca e rolo para o lado, sentindo dor e medo de ter me machucado severamente. Choro.

Papai é o primeiro a me levantar e a me pegar nos braços, analisando se eu estou bem. Chamo por mamãe, me jogando nos braços dela assim que a tenho em meu campo de visão. Ela limpa carinhosamente meu rosto antes de me abraçar.

Querida, não chore! — Minha mãe diz, me apertando em seus braços enquanto afagava os meus cabelos.

Meu pai havia constatado que havia um pequeno arranhão em meu joelho e outro em minha bochecha.

Dói muito, mamãe! — Pronuncio entre os soluços.

Eu sei meu amor, mas já vai passar, está bem? — Fala, limpando as minhas lágrimas. — Já sei! Você quer sorvete? — Ela sorri.

Sorvete? — Ofego, tentando parar de chorar. — Quero sim!

Então, fique com seu pai! — Ela me entrega nos braços do meu pai. Já volto, está bem? — Beija a minha bochecha gordinha.

Está bem! — Sorrio.

Tenha cuidado, querida! — Meu pai diz a ela e acenamos, sorrindo.

Vejo minha mãe se afastar. Sumindo pela calçada enquanto vai em direção a sorveteria do outro lado da rua.

Continuo brincando na areia com meu pai, até que um grito seguido de um estrondo é ouvido.

O sorriso do meu pai some.
Ela me pega nos braços e corre comigo em direção ao fim da faixa de areia sem que eu entenda nada.

Algumas pessoas começam a parar na calçada e a olharem assustadas para um ponto na rua.

Minha mãe está deitada no chão, vejo o líquido vermelho escorrer do seu corpo enquanto um homem fala desesperadamente ao telefone.

Fique aqui, querida. — Meu pai me põe no chão e corre em direção a minha mãe. Eu pude ver o desespero em seus olhos.

Appa, não me deixe! — Grito e caminho em sua direção. — Por que a mamãe está deitada no chão? — Questiono, inocente demais para entender o que estava acontecendo. — Mamãe, levante-se! É perigoso ficar no meio da rua! — Grito, mas ela não me obedece. — Por que você não está se levantando?

Chego perto do local em que eles estavam. O meu pai chorava enquanto discutia com o homem que antes estava ao telefone. Eu conseguia ouvir o som da ambulância ao longe.

S-Seo Yeon... — Minha mãe olha para mim com os olhos cheios de lágrimas e tenta pronunciar  — Eu te amo... — Ela diz baixinho, antes de eu ver o sangue começar a sair pela sua boca.

❝My Youth Is Yours {Jung Hoseok}Onde histórias criam vida. Descubra agora