Capítulo 10

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Hinata:


Alguns dizem que a vingança é amarga. Já outros podem afirmar que é um prato servido frio.

Para mim, ela nunca foi mais doce.

Na verdade, eu acho que ela tem gosto bem quente. Digo isso porque tenho certeza que Sakura estava tentando me incendiar com seu olhar apenas.

Ah, as pequenas alegrias da vida.

Nós, definitivamente, iríamos nos matar depois.

Eu poderia ter, com muita precisão tenho certeza, me aprofundado mais no assunto, porém, meus devaneios, e minha felicidade momentânea, são interrompidos:

– Sério, Shino? Essa é a melhor resposta que você consegue pensar?

Eu seguro, com muito esforço, uma revirada de olhos que eu tenho certeza que danificaria os meus glóbulos oculares para a eternidade.

– Não é minha culpa que sua colônia tenha cheiro de cachorro, Kiba.

Veja, eu realmente tinha esperança que isso iria acabar. Afinal, depois que me apresentei, os dois pareceram sinceramente amigáveis e gentis, não duas crianças presas no corpo de meninos de 17 anos (apesar de não saber qual das duas opções era pior).

Claro, isso durou até Shino comentar que "se Kiba sorrisse mais, nós seríamos capazes de ver suas presas".

E isso continuou até o momento presente. Comigo no meio, obviamente.

Havia sido essa razão que me fez hesitar ao aceitar sua oferta para me deixar na minha próxima aula, mas eu simplesmente não poderia deixar passar uma oportunidade perfeita para estressar a minha amiga.

Ou é disso que eu tentava me convencer enquanto passava por aqueles corredores ainda desconhecidos e procurava, sem muito sucesso, ignorar a disputa infantil que acontecia bem ao meu lado.

O que eu fazia para atrair esse tipo de dinâmica?

– Eu juro por Deus que um dia eu... Oi Naruto!

No meio de uma pequena multidão, uma cabeleira loira se levantou. Seus olhos azuis percorreram a área em busca da voz, não tão discreta, que o havia chamado. Naruto, eu imagino.

Exceto que não era Naruto. Era ele. O menino que quase pegou fogo.

Não que eles não pudessem ser a mesma pessoa, eu reflito. No fim das contas, Naruto era um nome completamente aceitável.

Mas meu cérebro parecia se recusar a trabalhar normalmente hoje (o que não é uma surpresa, já que isso acontece mais vezes do que eu jamais admitiria em voz alta).

– Oi Kiba – Ele responde com um sorriso, enquanto se aproximava. Eu não sabia que sorrisos poderiam ser assim, tão sinceros.

– Como você vai, Uzumaki?

– Sobrevivendo – Ele me olha de soslaio – Apesar de estar tendo mais dificuldade nessa tarefa do que eu esperava.

Lembranças do que aconteceu no laboratório invadem a minha mente e minhas bochechas incendeiam. O que significava que eu era, no momento, um perigo eminente para jalecos desatentos.

Jesus Cristo, quando a minha vergonha começou a influenciar no meu senso de humor?

Kiba arqueou suas sobrancelhas, estranhando aquela resposta incomum. Então, parecendo ter descartado qualquer confusão com um balançar de mãos, ele se vira para mim:

– Essa é a Hinata Hyuga – Ele diz, gesticulando em minha direção – Hinata, esse é o Naruto Uzumaki.

– Hinata? – Esse replica – Um nome bonito para uma pessoa com tendências incendiárias.

DesastreOnde histórias criam vida. Descubra agora