Capítulo 7

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Karol Sevilla

Aguardei a policial me chamar para mais uma visita do Ruggero, enquanto pensava no que falar para ele. Era muito confuso, eu não podia falar demais se não podia comprometer muita coisa.

- Ae, princesinha!- Lina me chama e eu a olho.

- O que quer?- Pergunto seca, estava muito ocupada para escutar as baboseiras que sai da boca dela.

- Nada.- Ela diz e eu ergo as sobrancelhas.

- Aqui Lina, o que você fez de tão terrível para estar nessa cadeia?- Pergunto. Isso estava me pertubando desde que entrei nessa cela.

- Isso não é da sua conta!- Ela diz séria e eu rio.

- Calma ai, o estressadinha! Não é só você que pode saber das coisas não, você acha que só porque eu sou "princesinha" sou otária? Você vive vinte e quatro horas nessa pose de durona, mas sei muito bem que não é nem a metade disso.- Falo caminhando até a grade e antes que ela pudesse falar algo, a guarda chegou.

- Visita para você!- Falou e abriu a cela.

Acompanhei ela até a porta de ferro, aonde recebíamos as visitas e ela abriu a porta, me empurrando com força para dentro.

- Quanta educação!- Debocho olhando para ela que fecha a porta.- Ridícula!

- Bom, estava esperando um tratamento cinco estrelas?- Escuto a voz de Ruggero e me viro para trás vendo ele sentado.

- No máximo um duas estrelas, não sei, acho que ela sente prazer em me empurrar para dentro dessa caixa.- Falo caminhando até a mesa e me sentando enfrente a ele.

- Talvez sinta!- Ele fala dando de ombros e eu amarro o cabelo em um coque.- Fiquei sabendo que Michael veio até aqui.- Concordo.

- Sim, ele veio. Estava preocupado comigo!- Falo ajeitando aquela roupa laranja feia.

- Certo e então, vamos ao que interessa! O que mais tem para me contar?- Falou abrindo o caderno.

- Antes de começarmos, você pelo menos já dúvida de alguém?- Pergunto e ele me olha.

- Eu não posso ir acusando e muito menos desconfiando, todos são suspeitos, Karol! Todos. Empregados, funcionários, parentes, pessoas próximas e até amigos.- Ele fala dando de ombros- Andei pesquisando e sei que seu pai trabalhava com uma grande quantidade de pessoas por causa da rede de hotéis, então é meio impossível saber.- Suspiro concordando- Vamos mudar a pergunta hoje, como era a relação do seu pai com o funcionários?

- Ele sempre foi muito fechado, meu pai não era e nunca foi uma pessoa amorosa ou que demonstrava sentimentos. Mas ele não tratava ou desmerecia ninguém, muito pelo o contrário, ele ajudava, mas nem sempre era os melhores dias dele.- Falo apoiando meus braços na mesa e abaixando a cabeça- Ele podia demonstrar ser um monstro, mas no fundo, sei que ele só fazia o que achava que era melhor para todos.- Meus olhos marejam, mas eu seguro e me recomponho.

- Você o amava, Karol?- Ruggero pergunta e eu levanto a cabeça olhando  nos olhos dele.

- Amar é uma palavra muito forte- Rio fraco enquanto encaro seus olhos- Eu e ele não nos dávamos bem, nunca nos demos. Mas isso não significa que eu o mataria, ele podia ser a pior pessoa para mim, mas eu não teria coragem de levantar uma arma olhando nos olhos dele e o matar. Ele era meu pai.- Dou de ombros.

- Pelo o que eu entendi, ele só foi te colocar em uma escola quando você já estava com 13 anos. Por que?

- Ele costumava dizer que era uma perca de tempo e que a educação deveria vim de casa, ele pagava algumas aulas particulares para mim como, matemática e idiomas. Ele queria que eu soubesse tudo sobre isso, queria que eu fosse perfeita dominando todos os idiomas possíveis e que soubesse todos os cálculos para ajudar ele na rede de hotéis. Michael o convenceu a me deixar pelo menos frequentar uma escola para eu ter alguns conhecimentos básico de outras matérias.- Falo brincando com meus dedos.

- Você ama muito o Senhor Ronda, estou certo?- Sorri e concordo.

- Ele é meu irmão, meu melhor amigo. Eu o amo.- Confirmo.

- Ele parace te amar muito também!- Ele fala.- Certo. Como seu pai era em relação a falhas?- Eu rio seca.

- Ele era cabeça dura, meu pai queria que tudo fosse perfeito e do jeito dele é claro. As vezes ele pegava pesado quando as coisas não davam certo.- Falo e ele concorda anotando.

- Eu pesquisei muito ontem e achei um caso no qual seu pai agrediu uma funcionária.- Fecho os olhos pensando e consigo me lembrar perfeitamente do acontecido, afinal, a razão era eu.

- Sim. Beatrix. Ela era uma faxineira do hotel. Meu pai e eu fomos até lá para checar como estavam as coisas, e quando eu dei uma pausa para tomar algo, esbarrei nela, nós ficamos conversando enquanto ele resolvia os assuntos dele e em um momento, não me lembro qual, ele veio furioso até mim porque eu não tinha finalizado uma planilha, ele estava prestes a me bater quando ela entrou na frente e me defendeu, só que ele estava tão irritado que acabou dando um tapa na cara dela.- Passo a mão no rosto- Ela ficou furiosa e prometeu que o denunciara, ela fez isso, mas...- Engulo seco.

- Ela foi morta.- Ruggero concluí.

- Sim e eu nunca soube se foi ele que a matou. A polícia disse que ela estava devendo uma máfia, mas eu não sei.- Dei de ombros.

- Acha que ele a matou?- Ruggero pergunta e eu dou de ombros mordendo o lábio.

- Eu nunca o tinha visto com tanta raiva, ele estava furioso, acho que talvez ficou com medo de acabar sujando o nome da rede e enfim...- Rugge concorda.

- Nós progredimos muito.- Fala e sorri para mim, retribuo.- Como estão as coisas?

- Péssimas, minha colega de cela é uma muralha e de tédio já basta esse lugar!- Falo e ele ri.

- Eu entendo, mas tome cuidado. Ela está aqui a bem mais tempo que você.

- Espera, você sabe quem é?- Ele concorda.

- Carolina Menezes.- Falou.

- Menezes, então hein?- Ele riu- Você sabe o porque ela está aqui?

- Ela assaltou um supermercado a um ano, já era pra ter saído mas acabou que descobriram que ela também tinha participado de um assassinato.- Arregalo os olhos.

- Nossa! Mas porque?- Ele dá de ombros.

- Enfim, eu tenho que ir. Preciso estudar mais. Fica bem, ok?- Ele diz e se levanta.

- Obrigado por tudo o que está fazendo!- Falo e ele sorri.

- É um prazer, Sevilla!- Sorrio de lado.

- O prazer é todo meu, Pasquarelli!- Ele ri e bate na porta para abrirem.

-A propósito, são 17:00 horas da tarde!- Ele pisca e sai. Como ele sabia que eu queria saber o horário?

...

Iai? O que acham da Carolina?

Where It All BeganOnde histórias criam vida. Descubra agora