CAPÍTULO 05

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Enrico Santorinne

Acordo com alguém balançando o meu braço, abro meus olhos e me deparo com meu irmão. A expressão dele e de alguém arrasado, me levanto e o abraço demostrando meu apoio.

— Sinto muito irmão, posso imaginar o quanto está doendo, mas ela vai sair dessa. — Lhe digo.

— A Luiza já sabe? — Ele me pergunta.

— Ela já foi avisada, mas disse que está no meio da semana da moda e não poderá vir. — Lhe respondo.

— A Luiza prefere a merda de um desfile a estar aqui com a única filha, que ódio dessa maldita mulher. — Ele diz exasperado.

— Também não entendi e muito menos aceitei ela não estar aqui para a Giullia. — Lhe respondo.

— Como pôde acontecer uma coisa dessas com a minha filha?  Eu preciso falar com o Carlos, ele tem que me explicar o por que disso tudo, ele é pago para protegê-la. — Ele diz.

— Irmão se acalma, o Carlos fez o que pôde para mante-la segura. Temos que investigar e descobrir o por que a queriam, e se foi realmente um sequestro que deu errado. — Lhe respondo.

—  Eu me sinto tão culpado, ela precisou de mim e eu não estava aqui. Fiquei sabendo que quando ela chegou não havia o seu tipo sanguíneo suficiente, mas que uma médica doou as pressas. Não consigo parar de imaginar a dor que ela sentiu, ou o quanto estava assustada e com medo. — Ele diz desesperado.

— Tudo bem eu te entendo, mas vamos resolver isso por partes. Primeiro vamos até o quarto do Carlos conversar com ele,  depois vamos procurar a médica e agradecer o que ela fez pela Giullia. Também iremos contratar um bom investigador para achar os culpados, e fazê-los pagar pelo que fizeram. — Lhe respondo.

— Você está certo meu irmão, o nervosismo não está me deixando pensar direito. — Ele diz e sorrio.

Me afasto, vou até o banheiro que havia na sala de espera e lavo meu rosto com a intenção de aliviar um pouco o cansaço de uma noite praticamente insone.

Após isso, saio do banheiro e vamos em direção ao quarto do Carlos. Ao chegarmos o encontramos já acordado, acompanhado de sua esposa e filha

— Bom dia Carlos, eu vim lhe desejar melhoras e saber um pouco como tudo isso aconteceu. — Meu irmão diz, visivelmente nervoso por ver que a minha sobrinha realmente era o alvo dos desgraçados, pois o segurança dela saiu praticamente ileso.

—  Bom dia senhor,  eu e a Giullia estávamos voltando para casa após ela ter saído de um dos cursos que faz após as aulas.  Aconteceu tudo de repente, o carro deles bateu no nosso e fomos fechados, consegui me afastar e pegar uma certa distância mas os bandidos começaram a atirar na gente. Eu pedi a menina para se abaixar por medo dela ser atingida, pois eles atiravam somente onde ela estava. Um dos disparos atingiu meu ombro no momento que eu tentava acertar os pneus do carro deles, e acabei perdendo o controle do nosso carro que derrapou na pista e capotou várias vezes.  Quando finalmente paramos eu percebi que ela também havia sido atingida por disparos e sangrava muito,  então eu nos retirei de dentro do carro por medo dele explodir pois estava vazando combustível. Ela desmaiou logo em seguida, tentei estancar o sangramento dela até sermos socorridos o que felizmente aconteceu rapidamente. Sinto muito por não ter conseguido mantê-la a salvo. — Ele lhe responde.

— Tudo bem Carlos, eu sei que não foi sua culpa o que aconteceu. Quando você receber alta vá para casa e descanse, se recupere para me ajudar a descobrir quem fez isso com vocês. — Meu irmão lhe diz.

—  Obrigado senhor,  eu não sei o motivo de fazerem isso mas para mim ficou claro que a senhorita Giullia era o alvo e provavelmente eles a vigiavam a dias.  O aconselho a contratar seguranças, ninguém está a salvo até sabermos o que eles queriam e pegarmos os culpados. Também peço que investigue bem quem será contratado e as pessoas que terão contato com ela de agora em diante,  não sabemos do que essas pessoas são capazes. — Ele lhe responde e concordo plenamente com cadê palavra.

— Não precisa agradecer Carlos,  você já é mais do que um funcionário. Tenho você como um amigo e irei fazer tudo que você me aconselhou. — Meu irmão lhe diz.

Depois disso eu e o Eduardo saímos do quarto do Carlos e fomos procurar a médica que doou o sangue para a minha sobrinha, mas não a encontramos pois hoje era seu dia de folga.  Resolvi voltar para casa, me despedi do meu irmão e sai do hospital, pois eu precisava urgentemente de um banho e algumas horas de sono. 

O percurso até a cobertura foi tranquilo e rapidamente cheguei, abro a porta de minha casa, entro e me jogo na sofá, coloco a mão sobre meus olhos e fico pensando em tudo que aconteceu tenho medo da Giullia não sair dessa com vida.

Confesso que não gosto muito dela pois é indêntica a mãe mercenária, mas me compadesso da sua situação que ela está afinal de contas ninguém merece sofrer uma coisa dessas. E também fico preocupado com  o meu irmão, ele ficará  arrasado caso ela não resista.

— O Charles me contou o que aconteceu, como a sua sobrinha está filho?  — A Maria pergunta e me assusto pois estava tão distraído que não a ouvi se aproximando

— Ela não está nada bem Maria, entrou em coma após os procedimentos cirúrgicos e está internada na CTI em estado grave. — Lhe respondo.

— Ela vai ficar bem meu menino, é uma menina forte e jovem isso tudo coopera para uma melhor recuperação. — Ela diz.

— Espero que sim Maria, mas mesmo que ela acorde do coma ainda estará correndo risco de vida  pois infelizmente perdeu um dos rins e provavelmente precisará de um transplante futuramente.  — Lhe respondo.

— Não vamos pensar nisso agora meu querido, vá para seu quarto, tome um banho relaxante e enquanto isso eu preparo algo para você comer. Após você se alimentar vá descansar para recuperar as energias e ficar bem para apoiar a sua família nesse momento. — Ela diz e aceno em concordância.

Me levanto do sofá e vou para meu quarto, ao chegar retiro as minhas roupas e vou para o banheiro. Tomo um banho bem quente, me seco, visto meu roupão e volto para o quarto.

Entro no closet, passo alguns cosméticos, visto uma cueca e uma bermuda e volto para o quarto. Vou até a cômoda pegar o meu celular, e paro para admirar um porta retrato da minha família reunida no dia do aniversário da minha mãe.

A Giullia ainda era um bebê de um ano, e na foto estávamos eu, meus pais e o meu irmão com ela em seu colo. Esse foi um dia perfeito, uma das raras ocasiões que nos reunimos e passamos um tempo juntos.

Quando encontrarmos os culpados por esse atentado irei fazê-los pagar caro por machuca-la, e por fazer a minha família sofrer.

Minha Pequena Menina ( Respostando) Onde histórias criam vida. Descubra agora