FIM

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Ela partiu
Partiu
Partiu
E nunca mais voltou
Não voltou Não

Fazia uma semana que não sabia notícias do russo, nenhum jornal falou deles ou sequer houve movimentação na rua na qual ele morava. Na escola ele não ia e eu evitava a rua deles, não queria ser a pessoa a descobrir o corpo,ou corpos ou pior , o corpo do cara que eu amo.

Sim.

Amor.

Dói todos os dias pensar nele.

Dói como um aperto no coração e um chute no estômago lembrar de nós dois.

Mas não passo de um fudido, maníaco por adrenalina e bissexual em descoberta.

Triste eu entrava no ônibus, triste entrava na escola e triste eu ia dormir.

Fumava tanto cigarro que consegui fazer o câncer se adiantar ao menos uns 7 anos , praticamente respirava a maconha que fumava , me trancava no quarto e fazia uma salna até  dormir.

Ninguém notava meu nível de depressão.

Ninguém sequer me notava.

E eu só pensava no maldito russo.

No sábado ao chegar da escola de uma aula extra, entrei em casa é estava vazia. 

Ótimo, posso fumar maconha pela casa e cheirar o resto do Vicodin de Xandra. Assim fiz, escutei uma zuada no andar de cima e pensei poder ser ela, zangado abri as portas para a maconha não ser sentida, apesar de ser tarde demais, e guardei o Vicodin amassado na mochila e o restante no armário.

-Xandra?

MERDA. MERDA. MERDA. 

Olhava para o fim do corredor onde é o quarto deles mas a porta atrás de mim abriu,  a do meu quarto.

O russo colocou a cabeça para fora e posso jurar que ia infartar.

Fiquei ali,parado olhando ele como se fosse um fantasma.

Talvez até fosse mesmo.

Ele saiu e colocou a mão na nuca e outra no bolso.

-Oi,Potter !

Ele parecia mais magro, tinha um curativo acima da sobrancelha direita.

-O-Oi.

Ele entrou no quarto e o segui, as drogas já martelavam forte na minha cabeça, e ele ali não parecia real.

Aproximei minha mão como se ela fosse atravessar a pele dele, mas o toquei, toquei com o dedo, e outro e em seguida segurei o braço dele e o puxei, por ser mais baixo, o abraço me fez escutar o coração inquietante dele.

O soltei e sem dizer sequer uma palavra dei um tapa estalante, o estapiei tanto que ele caiu na cama me segurando e comecei a chorar.

O empurrei, me afastando o máximo, e levantei.

- Eu te odeio!-Disse-Odeio! ODEIO!

chuva no desertoOnde histórias criam vida. Descubra agora