Capítulo Catorze

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Assim que Luana adentrou o restaurante e observou ao redor, aprovou a escolha de Fernando. Tratava-se de um ambiente aconchegante e rústico, com flores naturais em vasos de barro como decoração. Cada mesa de madeira escura envernizada estava coberta por uma toalha branca sobreposta por outra quadriculada vermelha, o que dava um charme adicional. Uma das paredes era de tijolos à vista, enquanto as demais foram pintadas com um off-white amarelado perfeitamente harmonioso com os quadros de paisagens toscanas e com os grandes garrafões de vidro cheios de rolhas.

Avistou Fernando perto de uma das janelas. Quando a notou, ele ficou de pé e a aguardou se aproximar.

— Estou atrasada? — Luana olhou o relógio.

— Não. Eu que me adiantei. — Ele deu a volta na mesa e puxou a cadeira para ela. Percebeu que vários olhares encantados a haviam acompanhado atravessar o restaurante e continuavam admirando-a, mas isso não era surpresa. — Você veio dirigindo também? No lugar de um vinho, o que acha de tomarmos um suco de uva? É orgânico, quem produz são os familiares do chef, que têm vinícola na Serra Gaúcha.

— Perfeito. — Luana agradeceu e se acomodou. — Não gosto muito de beber e dirigir. Mesmo esperando o tempo necessário, me sinto insegura.

Fernando voltou ao seu lugar e lhe estendeu um dos cardápios.

— À noite eles servem apenas À La Carte, mas nos almoços têm um prato quente com carne e outro vegano e três opções de saladas. É possível comprar a comida por vianda também. Meus colegas da cafeteria acabam encomendando daqui para não viverem de lanchinhos.

— Bem legal, darei uma olhada no site deles. — Ela analisou cada item. — Nossa, realmente há opções mais saudáveis aqui, não só aquele monte de queijo.

Fernando sorriu.

— Sim. A Elisa me contou sobre a sua preferência por uma dieta balanceada. Eu já escolhi o que pedir. E você?

Luana deu mais uma olhada no cardápio. Eram pelo menos quinze tipos de massas e mais de trinta de molhos e acompanhamentos. Depois de debater consigo mesma por alguns segundos, respondeu:

— Sim, me decidi.

Ele ergueu a mão, chamando o garçom.

O jovem que, se Fernando não estivesse enganado, era o irmão caçula de seu ex-colega, não tirou os olhos de Luana ao lhes cumprimentar:

— Sejam bem-vindos. Já sabem o que irão querer?

Fernando foi o primeiro a falar:

— Para mim, canelone de ricota e tomates secos com molho Bechamel.

O garçom tocou a tela do smartphone e marcou o pedido.

— E a senhorita?

— Vou querer a opção de penne integral com pesto. — Luana entregou o cardápio para ele. — Ah, e uma porção de salada mista de rúcula, alface e radicci.

O rapaz digitou mais alguma coisa no aparelho, suas mãos tremendo um pouco.

— E para beber?

Ela se apressou em dizer:

— Me contaram que vocês têm um ótimo suco de uva orgânico, então iremos querer dois.

Mais algumas deslizadas de dedos na tela e o garçom voltou a encará-los.

— Bem, os pratos demoram cerca de vinte minutos. Vocês vão querer o suco agora ou junto com a comida?

Luana não sabia o que responder. Vinte minutos eram o suficiente para uma conversa. E conversar exigia algo bebível para distrair a garganta. Fernando lhe retirou o peso da decisão:

Meu Adorável VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora