Depois, quando Nate saiu, eu e Dave ficamos onde estávamos, e então, resolvi responder a pergunta que ele tinha me feito antes do “esportista” nos atrapalhar:
– Mas então, as minhas férias não foram nada diferente, diferente da sua né, tenho certeza que você viajou para algum país que eu nem conheço.
– Não, eu não quero que falemos sobre minhas férias, quero saber como foi a sua. – Dave insistiu em saber como foram minhas férias.
– Mas as suas são muito mais legais!
– Não, quero saber como foram as suas.
– Está bem... Bom eu fiz o de sempre, fiquei em casa, e o máximo que aconteceu, foi irmos para casa do meu pai.
– Ah, o David, ele é muito legal, não?- Disse Dave, se referindo ao meu pai.
– Sim... – Respondi, abaixando a cabeça.
– O que houve, eu disse alguma coisa ruim?... Para você mudar de humor do nada...
– Não, é porque, realmente ele é bem legal... E bate uma saudade bem forte às vezes.
Depois dessa conversa, que começou animada, e terminou com um clima pesado, o sinal tocou, e fomos para a nossa sala:
– Mas então, Dave... Agora quero saber como foram as suas férias.
– Dessa vez, não viajamos para fora, mas fomos para o Texas!
– Que demais! Só de eu pensar que eu nunca saio da Califórnia...
– Ah, não fica assim, um dia isso vai acontecer, quando virarmos adultos, poderemos ir até para Nova York!
– É, vai sonhando!
Depois, não aconteceu nada demais, só os professores se apresentando e aquela coisa chata de todo ano. Mas, pelo menos, na primeira semana, não temos aula!
No intervalo, eu e Dave estávamos “de boa”, mas adivinha, Nate apareceu novamente para estragar tudo de novo:
– A minha mãe disse que não aguentava mais...
– Nossa! Vocês estão me perseguindo, ou será que eu estou perseguindo vocês? – Nate surgiu do nada, interrompendo Dave.
- De novo você? O que é? Você ama a gente, né?- Perguntou Dave, furioso.
– Na verdade eu não amo vocês, e sim a Millie, apenas.
– Por que parece que você está nos perseguindo, hein, Nate? – Perguntei desconfiada.
– Eu não sei, mas pode ser o destino também, nunca parou para pensar? – Respondeu Nate, rindo, como sempre.
– Não. Agora por favor, você pode deixar a gente em paz? – Perguntou Dave, com uma voz grossa.
– Eu não falei contigo, mas, novamente, vou deixar os pombinhos em paz... – Nate riu cruzando os braços.
– Não somos um casal!... Não somos um casal. – Retrucou Dave, já perdendo a paciência.
– Está bem, os melhores casais não gostam de se expor! – Nate descruzou os braços, saindo, dessa vez, sozinho.
– O que você iria dizer? – Perguntei tentando mudar de assunto. – Antes do Nate chegar.
– Nada, eu esqueci... – Respondeu Dave confuso.
O Nate sempre atrapalha nossas conversas, e o pior que não podemos fazer nada. A culpa não é nossa que ele é um tremendo de um chato.
Depois, o dia continuou chato até o final do dia. Quando terminou a última aula, fui procurar meu irmão, para irmos embora. No caminho para casa, pensei em algo que eu poderia fazer em relação ao pesadelo:
– Não sabia que você também iria voltar com a gente. – Fitei Dave por alguns instantes.
– É, mas já que eu vou com você, também achei que poderia ser uma boa ideia também vir na volta. Algum problema? – Perguntou, fazendo contato visual comigo por alguns segundos, e depois, voltou sua atenção para a rua.
– Não... Será que dá para eu conseguir sonhar com o pesadelo de novo?... Hoje! – Deixei de fazer contato visual com meu amigo, que andava ao meu lado esquerdo.
– Claro que dá, afinal, quem controla o seu sonho é você... Pelo menos era para ser assim.
– Porque se eu conseguir sonhar com isso de novo, talvez eu conseguisse descobrir quem era aquela sombra.
– Sim, uma boa ideia. Mas o difícil é você conseguir sonhar a mesma coisa exatamente.
– Não vai ser tão difícil.
Chegando em casa, tomei um banho e fui jantar. Logo depois, fui dormir. Mas, adivinha, não foi tão fácil conseguir dormir. Quando fui me deitar era 9 da noite, e só consegui ficar com sono às 11. E o pesadelo... Bom, eu acho que estava com tanto sono, que nem me lembrei de “sonhar o pesadelo”.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meninas Vestem Azul & Meninos Vestem Rosa
Teen Fiction>>> PAUSADA <<< *** Quando se é uma adolescente rebelde é difícil receber respeito, mas o que ela mais quer é direitos iguais. Ela não é popular, na opinião de muitas pessoas, mas para ela, na sua vida, ela é a protagonista. Isso não se chama egoísm...